Capitulo 1 - O mundo atual

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Capitulo 1- o mundo atual

Do alto de um prédio abandonado, destruído pelo tempo, em uma cidade onde so se vivem fantasmas do passado, há um garoto, seus cabelos brancos inconfundíveis, olhos roxos que parecem penetrar a sua alma, suas tatuagens que seguiam por todo seu corpo magro porem alto, de longe você o confundiria com um fantasma por sua pele branca como papel, olhando pro horizonte onde só ele sabe. Jidé é o seu nome, depois de receber a notícia de que iria para a recém-criada escola de amudad, ele não ficou nervoso ou triste, a vida não deixou escolhas para isso, após o pandemônio não, mas vamos voltar no início.

Edeh e Aluh, alta fronteira e baixa fronteira, divididos por milhares de quilômetros de distância, as duas cidades e seus povos se odeiam. aluh e seu povo, culpam edeh pela morte de milhares, quando eles souberam do pandemônio anos antes de acontecer mas não avisaram, construíram sua cidade longe de todos, largando o resto do mundo como gados para serem abatidos, tiveram grande parte dos avanços científicos pós-pandemônio já que a maioria dos cientistas saíram junto com os ricos. Aluh, criada pelos que sobreviveram, aperfeiçoando seus métodos de caça e criação de armas. Além da troca de informações com a cidade de edeh, as cidades não tiveram outro contato, até a um ano atrás, quando os mutantes começaram a atacar mais frequentemente, de todos os lados, no começo acharam que era uma fase e logo viram que estavam muito errados.

Criou-se então uma reunião com os lideres dos governos das duas cidades, colocando as diferenças de lado. Os dois lados resolveram criar uma escola no intuito de juntarem os melhores jovens dos dois lados para a sobrevivência de todos, isso claro repercutiu entre a população, muitos não gostaram, mas a maioria aceitou pois dependia disso para garantir sua segurança. Um tratado amigável foi criado, juntando as duas partes em um relacionamento oficial de ajuda mutua.

Capital de aluh, cidade de kinodá

Em um prédio do governo, muitos jovens formavam fila na entrada, após o pronunciamento de recrutamento de jovens para a escola de amudad, muitos deles ficaram empolgados com a ideia de conhecerem jovens da cidade de edeh, além do fato de aprenderem todo o conhecimento de lá. Os jovens estavam sendo testados por suas aptidões físicas e seu conhecimento prévio sobre os mutantes e os seus métodos de caça, dentre a multidão de jovens havia ali um que não aparentava a empolgação de todos ao seu redor, não por não acreditar no tratado, ele sempre foi assim, os outros o chamam de menino de gelo. Jidé shiskof era filho de um pesquisador chamado didé shiskof que morreu 10 anos atrás em uma expedição para pesquisar uma ruína que acreditavam ser da época antes do pandemônio, uma instalação científica onde poderia haver materiais ou máquinas que poderiam usar , mas ele nunca voltou, aos 8 anos jidé perdeu tudo e desde então sobrevive sozinho, com o que seu pai deixou antes de partir.

- PRÓXIMO!- Gritou o oficial.

Jidé deu um passo adiante.

-Jidé shiskof... hmmm - o oficial olhou para ele de cima para baixo - achar alguém de sobrenome é raro hoje em dia, 18 anos, sem família...hmm – resmungava enquanto lia as informações de jidé - vá ate a sala 19 no corredor a sua direita – terminou ele apontando o caminho.

Andando pelo corredor longo ate chegar na sala 19, Jidé pensou em que tipo de testes iram fazer. Como filho de um pesquisador ela já havia lido toneladas de informações sobre os mutantes. E seu físico apesar de magro  era bem veloz em comparação aos da sua idade. Enquanto pensava nisso ele chegou a sala, batendo levemente na porta ouviu um grito áspero de la.

-ENTRE!- uma voz rouca chamou.

Abrindo a porta ele se depara com uma mulher, de cabelos pretos, pele escura e olhos cinzas, ela olhou pra ele pelo que parecia uma eternidade e abriu a boca:

-Vá ate a máquina ao lado – disse ela apontando a um equipamento que parecia um tubo gigante, na ponta havia algo levemente semelhante a uma arma - pegue isso aqui e coloque - continuou , lhe dando um óculos escuro que cobria a maior parte do rosto - isso é uma maquina que vai medir sua velocidade de reação, vai do nível 1 ao 5 se você chegar ao 3 você passou, se for ate o 5 receberá uma observação ao lado do currículo, vamos começar.

Indo ate o local demarcado com um círculo, ele colocou os óculos, tudo ficou escuro e logo voltou ao normal

- Aperte o botão vermelho quando estiver pronto pra começar – disse a mulher.

Ele olhou para o botão e apertou sem hesitação, houve um zumbido e logo 5 linhas vermelhas apareceram mirando seu corpo, a maquina disparou com um atraso de 2 segundos, não muito , mas o bastante para ele desviar. Um passo pra trás, um giro e um mortal voltando ao mesmo lugar inicial, três movimentos fluidos sem nenhuma dúvida, como se fosse natural, um rio que corta a montanha e desce suavemente ate desaguar no mar.

 A mulher ficou momentaneamente paralisada com a performance mas logo voltou ao seu natural e iniciou o nível 2. Desta vez apareceram 10 linhas vermelhas com o mesmo atraso de 2 segundos, dando um passo pra direita, uma cambalhota pra frente e rolando de volta ao mesmo local, desviou de tudo da mesma forma que o primeiro, desta vez ela não se surpreendeu e logo iniciou o nível 3. Cinco linhas apareceram novamente, mas desta vez se movimentando, e quase que instantaneamente a maquina disparou, Jidé deu um passo pra frente e se abaixou como um felino e se jogou a adiante,  deu um leve pulo e girou no ar, as balas de tinta passaram por ele fazendo uma leve rajada de vento mas nenhuma pegou, ele voltou ao local demarcado e esperou o nível 4. 

Já considerado passado no teste ele suspirou de alivio, começando o nível 4 apareceram 10 linhas assim como o nível 2, se movendo continuamente, as armas dispararam, Jidé ficou parado no circulo olhando fixamente pras balas que chegavam cada vez mais perto. Como se se estivessem em câmera lenta, ele conseguiu ver todas elas se movendo, girando, cada detalhe apareceu diante dos seus olhos. Por um segundo ele pensou que o tempo tinha parado , dando um leve passo pro lado e abaixando. Logo tudo voltou a velocidade normal, todas passaram por ele, ou foi o que ele pensou, olhando pro ombro ele viu uma mancha amarela, indicando que ele foi atingido, ficou encarando a mancha como se perguntasse pra ele mesmo como que ela chegou ali.

Olhando em volta ele saiu da maquina, e olhou para a mulher, falando pela primeira vez.

- Eu passei? - perguntou com uma voz magnética, madura, como se tivesse vivido muito e está cansado de viver.

A mulher olhou de volta pra ele por um longo tempo antes de suspirar;

-Sim, passou, a maioria não passa nem do 2º nível. Apesar de dissermos que tem que ir ate o 3 pra passar, mas só precisa mesmo passar do 2º nível. Vou fazer uma observação no seu currículo já que em 10 anos ninguém conseguiu quase passar pro nível 5 – disse ela enquanto colocava um carimbo no currículo dele – vi que seu pai era um pesquisador então não precisa fazer o exame teórico – continuo enquanto entregava o currículo para ele - pegue isso e vá ate a sala 21 e entregue la.

Acenando com a cabeça ele saiu da sala e seguiu o corredor ate a sala 21, chegando la a porta já estava aberta, ele bateu levemente na porta e entrou. Olhou em volta da sala, era grande e espaçosa com muitas prateleiras cheias de arquivos de costas pra ele havia um homem de idade, cabelos grisalhos de óculos, procurando algo nas prateleiras.

- Olá – chamou Jidé;

O homem se virou e o encarou, chegou mais perto do balcão e indicou para ele lhe dar os documentos, ele entregou, o homem abriu e olhou por uns segundos antes de virar, remexer a gaveta e lhe dar um pequeno papel

- Pegue isso e venha na data indicada e no horário indicado – disse para ele;

- Claro, obrigado – agradeceu jidé

- Parabéns por ser o primeiro jovem de aluh a passar no teste aliás – disse o homem

Jidé que estava quase saindo da sala se virou para ele, o encarou e depois se virou sem nenhum traço de sorriso ou emoção. Depois de sair do prédio ele encarou os muitos jovens na fila enquanto tagarelavam sobre qualquer tipo de assunto, ele nunca teve amigos, e nem planejava ter pois estava acostumado com a solidão tao quente e acolhedora que lhe foi apresentada desde cedo, ele olhou para o papel em mãos, era para vir ao mesmo local dois dias depois antes do amanhecer, respirou fundo, e começou a se distanciar da multidão indo a parte desolada da capital, ele não percebeu que havia um jovem olhando para ele na fila enquanto o via desaparecer.

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