Capitulo 9 - Inesperado

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Dentro do quarto agora estava uma situação estranha, Ophelia estava em prantos, murmurando inúmeras vezes "me desculpe " e Jidé parado como um boneco esperando Ophelia se acalmar.


- Eu sou um pouco emotiva, me perdoe – disse ela agora mais calma, com os olhos ainda vermelhos por chorar poucos minutos atras – você deve estar confuso.


- Sim, estou muito confuso na verdade, queria saber por que você está pedindo desculpas para mim? - disse Jidé.


- Resumindo para você, eu sou irmã da sua mãe, logo sua tia.


Jidé agora entendeu o por que das perguntas mas ainda estava confuso pela comoção de Ophelia.


- Entendo, mas por que você estava se desculpando? - insistiu na pergunta.


- Eu queria estar com você quando você precisava, mas eu não sabia... não sabia que você estava vivo, eu nunca aceitei o relacionamento dela com seu pai, pois ele não me pareceu confiável, mas ela insistiu, logo depois engravidou de você, e depois nos tivemos uma briga, uma briga feia, ficamos sem nos falarmos por muito tempo e para piorar eu fui selecionada para uma pesquisa das armas portáteis me mantendo totalmente fora do mundo por anos. Na época eu não pensei muito pois ainda estava brigada com ela, então aceitei sem hesitar, e sem avisá-la, quando eu terminei a pesquisa descobri que ela já estava morta, e seu pai também, mas não havia sinais de você, então acreditei que havia morrido junto com ela. Quando eu soube quem você era hoje eu não pude resistir, então me desculpe, eu simplesmente não sabia que você existia – ela disse tudo isso em uma só respiração, e terminou voltando a derramar lágrimas.


Jidé ficou paralisado, entrou em seus pensamentos, fechou os olhos como se fosse algo doloroso, respirou fundo e suspirou, ele então se levantou e foi ate o lado de Ophelia e fez algo que nem mesmo ele acreditaria que poderia fazer após tantos anos de solidão, ele levantou sua mão e limpou as lágrimas nos olhos de Ophelia, então deu um amplo e lindo sorriso, o primeiro sorriso em 10 anos, a primeira vez que ele, após anos de vida sozinho, se virando como podia, sem ninguém no mundo pra contar, sem ninguém em quem poderia confiar.


- Está tudo bem, eu não lhe culparei, eu nunca culpei ninguém, o mundo não é justo, e culpar os outros não mudaria o fato que todos ao meu redor se foram, pelo menos agora posso ter você, minha única família viva – a palavra família ficou um pouco engasgada em sua garganta, a palavra que ele nunca usara.


Ophelia que já estava fungando e parando de chorar, o abraçou de novo e recomeçou a derramar lágrimas, porém agora diferente, com um sorriso em seu rosto também. Minutos depois, eles se separaram e olharam um para o outro, Ophelia bagunçou o cabelo de Jidé com a mão e logo em seguida gritou:


- Ja pode sair dai briam, a porta está aberta.


Jidé não entendeu de início e logo a porta do quarto se abriu com Briam coçando a cabeça envergonhado.


- Eu vim ver se você estava bem, já que ficou emotiva ao ver Jidé , não esperava me deparar com uma reunião familiar em vez do que estava imaginando – Disse briam sorrindo envergonhado. Jidé finalmente entendeu o que estava acontecendo e logo voltou ao seu rosto habitual sem expressão, ele se levantou indo ate a porta.

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