Capitulo 23 - Coisas que se ligam, se confirmam.

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 Os quatro se entreolharam sabendo apenas pelo olhar qual decisão eles fariam, se movimentando ao mesmo tempo em direção ao clarão visto anteriormente, correndo ao longo de árvores e arbustos eles chegaram a onde queriam, o que viram foi seu professor e seus soldados lutando contra uma hora de mutantes. Seus inimigos eram um jacaré, branco, quatro patas saiam de cada lado, dando uma sensação de ver uma aranha em vez de um jacaré, era com certeza uma espécie nova.

Eles não tiveram tempo para admirar pois perceberam que apesar do pelotão de 5 estar lidando bem com a situação, o número do inimigo excedia e muito o deles, eles então resolveram ajudar, havia cerca de 50 deduzindo com o olhar.

Jidé ainda afetado com a sede de sangue se jogou por inteiro em cima dos monstros, com o passar do tempo seu estilo de luta ficou refinado, agora ainda mais suave, ele era como o vento aparecendo e desaparecendo entre os inimigos, eles não tinham nem a chance de revidar quando cortes apareciam em seus pescoços, um mortal para trás um passo para o lado e um jacaré caiu ao chão com um corte em sua testa, fincando Íctus no corpo de um inimigo próximo Jidé se lançou para o outro lado caindo exatamente nas costas de outro, com um movimento de seu braço, Íctus cortou a cabeça do jacaré como se fosse tofu.

Chôk por outro lado, era como um trem implacável indo em linha reta quase impossível de ser parado, seu porrete agora contava com espinhos, um golpe para cima, um pra direita e outro pra esquerda, movendo seu porrete com força para baixo finalizando com o monstro, não era eficiente como Jidé, mas ainda era extremamente forte, ele continuou no meio dos inimigos, esmagando o que vinha. Bidi estava dando cobertura como sempre fez, ainda mais precisa ela matava os monstro em um tiro que atravessava o olho em direção ao cérebro, suas flechas explosivas destroçavam tudo onde fincava.

O pelotão de Burok a muito tempo havia sentido o peso da luta diminuir aos poucos e agora entenderam, talvez seja talento, ou algo a mais, eles sabiam que não conseguiriam fazer isso. Depois de eliminar uma grande parte dos mutantes, talvez por perceberem que algo estava errado, o resto começou a se retirar, uma ordem parecia ter vindo.

Jidé respirou fundo, o que estava sentindo pouco tempo atrás pareceu sumir após lutar, sua tatuagem parou também de mostrar algum tipo de sinal. Sentindo o olhar de alguém nele, se virou instintivamente para o céu, e viu a silhueta de uma águia, ele conseguia ver dali que seus olhos brilhavam com um azul por uns momentos, a ave então pareceu ficar confusa, soltou um grito e voou para o horizonte.

Burok olhou para aqueles jovens com um tipo de orgulho, mas não era o momento para ficar se gabando de algo.

- Obrigado pela ajuda – desse para eles.

- Não precisa agradecer professor, nos vimos um clarão e resolvemos seguir acabando aqui, eu imagino que esse tipo de mutante não era um planejado por sua reação – quem responde foi Pris.

- Vamos falar disso depois, deixe-me usar seu comunicador, o meu infelizmente foi pro saco.

Pris lhe deu o comunicador, ele pegou e discou o numero que correspondia a Ophelia, pouco depois se pode ouvir a voz dela.

- O que foi?

- Não diga o que foi, sou eu – Burok disse com uma carranca.

- Onde merda você estava? Eu liguei para o seu comunicador por horas – Ophelia disse com o mesmo mau humor.

- Fique quieta e escute, eu encontrei um deles, ele estava fazendo algo na fronteira da área do exame, eu esperei pra ver o que era, mas deve ser algo nada agradável.

- O que? Você viu um?

- Sim, você conseguiu contatar briam? O gás parece que só faz efeito em monstros menores, alguns novos não foram muito afetados.

- Consegui, ele me respondeu dizendo que tentaria chegar o mais rápido possível, tentem aguentar o máximo – um barulho de porta batendo foi ouvida – estão me chamando, tenho que ir, se cuidem – dizendo isso ela desligou.

Quando Ophelia desligou Burok suspirou, se virando para o resto do grupo ele disse:

- Voltem aos seus acampamentos, se algo acontecer vocês saberão, vai amanhecer em algumas horas.

Se separando do grupo de Burok, os quatro seguiram as ordens e começaram a voltar para o acampamento que era seu plano original antes do clarão. Agora eles tiveram a chance de perguntar o que queriam para Jidé.

- Você está se sentindo bem? - Bidi disse com preocupação em sua voz, colocando a mao no ombro de Jidé.

- Sim, era apenas uma dor de cabeça, não precisa se preocupar – disse ele olhando nos olhos dela, mas com a mesma intonação fria de sempre.

No caminho o silêncio prevaleceu, além de alguns ruídos aqui e ali não houve nada. Chegando no acampamento, Jidé se despediu dos seus companheiros e foi direto para sua cama, sua cabeça começou a latejar na metade do caminho, ele se deitou e em poucos minutos dormiu.

Um grito o tirou do sono, ele acordou, mas tudo a sua volta não passava de uma negritude, uma cama jazia debaixo de uma iluminação vindo do vazio, o grito veio novamente, seu corpo se moveu em direção a cama, uma adaga apareceu em sua mão, ele abaixou a cabeça para visualizar ela, mas só via a escuridão, mesmo sabendo que estava la.

Levantando a cabeça novamente, ele viu o que parecia ser Bidi na cama, mas estava borrado para ter a certeza, chegando cada vez mais perto ele teve uma visão melhor dela, ela estava nua, sua linha da cintura, sua pele morena, seus seios redondos e que mesmo de costas ele visualizava. Mas algo estava errado, uma linha vermelha começou a se desenhar no pescoço dela, o sangue manchou seu corpo escultural, o que era lindo a poucos momentos agora virou uma bagunça de sangue, cortes e mais cortes foram se formando em seu corpo e Jidé não conseguia nem fechar os olhos para isso, havia um fascínio ali, uma arte que só ele via, uma excitação que sentia a cada corte que se formava, ele sorriu.

Bidi então se virou para ele, e a cada passo que dava as marcas de sangue seguiam, ela chegou bem a frete de Jide, e se aproximou cada vez mais de seu rosto, eles agora estava se encarando, e subitamente ela o beijou, suas línguas entrelaçadas e os lábios macios o fizeram delirar, ele a abraçou trazendo ela para seus braços.

Uma dor o tirou do pesadelo, ele abriu os olhos e Bidi estava ali na sua frente, o beijando como no sonho, ele estava com a mão em seu pescoço, demorou um momento antes que ele percebesse o que estava acontecendo, ele instantaneamente se afastou com cuidado para não machucá-la, suas respirações era a única coisa que sobrou na barraca. Bidi estava vermelha, passando a mão em seu pescoço dolorido ela comentou:

- Eu imaginei que meu primeiro beijo com você não seria assim.

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