Capitulo 29 - Quem poderei ser

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Quando Jidé acordou ele já estava na enfermaria do dirigível, ele observou o lugar familiar, sentindo um peso em sua mão, olhou para o lado, Bidi estava ali, com a mão dela entrelaçada com a dele. Bidi estava sonhando com algo bom, babando pelo canto da boca e com um sorrisinho, mas não demorou muito para ela acordar, ela sentiu que alguém estava olhando para ela, abriu os olhos devagar e descobriu que Jidé estava encarando ela. Ela se levantou rapidamente e o encarou de volta sem soltar sua mão.

- Você está melhor?

- Sim, e pelo visto você também – ele disse encarando as mãos juntas, por algum motivo era confortável, mas inconveniente agora.

Quando ele estava prestes pedir que ela soltasse sua mao a porta se abriu e Ophelia e Briam entraram pela porta, vendo a cena dos dois. Ophelia estava com os cantos dos olhos vermelhos, claramente chorou a pouco tempo, e Briam começou a coçar a cabeça com um sorriso que não era sorriso no rosto. Bidi logo ficou vermelha ao perceber em que local os olhares se direcionavam, nas mãos dos dois, ela logo soltou desviando o olhar.

- Eu vou tomar um banho, tchau – Ela disse enquanto corria para fora da sala.

Briam e Ophelia não puderam deixar de dar uma risada, e se viraram para Jidé que mantinha o mesmo rosto inexpressivo de sempre, mas com um avermelhado raramente visto. Ophelia chegou ao lado da cama e passou a mão no rosto dele, depois o abraçou.

- Quando você vai parar de se machucar e me fazer ficar preocupada, eu te disse pra tomar cuidado – ela sussurrou enquanto o abraçava.

Jidé apenas retribuiu o abraço e ficou em silêncio, quando Ophelia finalmente o deixou, Briam deu uns tapinhas no seu ombro e começou a falar:

- Agora que você está melhor, vamos entrar em Amudad e ai você nos conta o que aconteceu, já chegamos faz quase 2 horas, só estávamos esperando você acordar.

Jidé acenou com a cabeça e tentou se levantar, apenas tentou, pois a dor que vinha de suas costelas não o deixou nem se mexer um pouco. A solução foi colocá-lo em uma cadeira de rodas, e Ophelia o empurraria. Chegando na sala dos professores novamente, Jidé viu Burok no canto, ele não estava melhor do que ele, lembrando que Burok estava ausente em todo ataque, mas não o culpou pois tudo aconteceu rápido demais.

Burok viu o olhar de Jidé nele e logo se apressou mancando em sua direção, ele abaixou a cabeça em desculpas e disse:

- Me desculpe, eu estava seguindo as pistas de outro mutante, e quando soube do ataque já era tarde demais, eu mesmo não estou melhor do que você, o outro parecia um escorpião e parecia fugir da área, quando eu o encontrei, não foi uma coisa boa no final.

Jidé percebeu que ele estava se culpando pelo tom da voz, ele assentiu com a cabeça e o respondeu:

- Não tem problema, deu certo no final, e tudo aconteceu rápido demais, você não poderia estar em dois lugares ao mesmo tempo.

Burok suspirou ao ver que o garoto não o culpava, ele mancou de volta ao lugar em que estava e Jidé agora viu que todos os professores estavam a sua espera. Briam entrou na sala e um grupo de soldados ficou do lado de fora. Ativando a barreira protetora, Chun disse:

- Agora você pode nos contar o que aconteceu e quem é a figura dourada? - Seu tom era sério.

Vendo isso, Jidé apenas suspirou e começou seu relato desde o começo da perseguição do monstro nele, as informações que ele tinha eram valiosas e Jidé sabia que poderia ajudar, não saber quem são os inimigos era uma dúvida cruel que ninguém quereria ter. Enquanto ouviam o relato do jovem, a expressão de todos mudavam de seria para surpresa a todo instante, as informaçoes eram bem mais do que eles imaginava.

Ophelia em especial estava com uma cara estranha, ela sabia onde sua irma estava metida, mas não imaginou algo desse tipo,e quando ela ia tocar no assunto com Jidé um dos governantes apareceu. Depois disso ela sabia que havia algo errado com sua irmã e ainda não poderia contar para o sobrinho.

Acabando o que ele tinha que falar Jidé esperou pacientemente que todos ali analisassem o que foi dito, somente agora depois de muitas horas ele havia absorvido tudo, quem dirá eles que souberam tanto de uma vez só agora. Briam foi o primeiro a falar, talvez por ele ser um militar, ou não se surpreender facil, quem sabe ele ate sabia de algo sobre tudo, Jidé não conseguiu especular pela expressão equilibrada que ele tinha.

- Então foi isso, parece que temos algo complicado agora, tudo isso revela muita coisa que era apenas suposição – depois de dizer isso ele suspirou – Pelo menos vocês ficaram a salvo, seria um desastre se todos morressem ali.

Apos o deixarem no quarto, Ophelia e Briam saíram, ele já havia feito tudo o que mandaram fazer e agora só esperava descansar. Até ele se recuperar foram 2 semanas, e quase tudo voltou ao normal nesse tempo. Os dois governos reagiram de forma esperada ao saber sobre os Avanks, sabendo quem eram os inimigos, ou, pelo menos, o que eram, se esperava ficar mais fácil combatê-los agora.

Se iniciou então um esquadrão especial para descobrir a base, ou quaisquer resquícios dos inimigos, mas nem tudo foi fácil, houve alguns confrontos e muitos soldados morreram. Percebendo que estava dando errado o plano implantado, os governos decidiram que tudo seria pausado e apenas os grupos especializados em exploração ficariam com o papel de procurar pistas. 3 meses se passaram dessa forma e todos estavam ansiosos pois o primeiro grupo de estudantes estavam se formando em Amudad, três anos se passaram muito rápido.

Em Amudad, não estava muito diferente, todos estavam ansiosos, Jidé mantinha sua compostura habitual, mas também estava ansioso, porém por razoes diferentes, ele tinha que ir para esquadrão do sul, a parte do sul em Amudad, era conhecida por sua disciplina militar, todos os pelotes era elites em questão de poder de batalha e táticas de caça, muitos grupos de outras regiões iam pra la participar de um treino de especialização.

Participar do esquadrão do sul era um sonho para muitos, e seria muito difícil, pois os requisitos para entrar nem todos tinham. Tinham também jovens de Aluh que queria entrar em Edeh e agora era a chance, agora a unidade de todos ali estava presente, e os preconceitos criados por suas origens havia sido jogado fora, afinal sobreviver 3 anos juntos não era um tempo qualquer.

Jidé agora ansiava pelo futuro, ele precisava descobrir sobre sua mãe, e onde ela estava metida, quem ela era. Observando o céu brilhante, azul e limpo, suspirou.

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