ATENÇÃO: ATUALIZAÇÃO DUPLA.
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Juliana colocou o sorriso mais bonito que tinha em seu rosto, falso, porém ninguém saberia. Valentina pedira que sorrisse para disfarçar, então ela o faria.
O caminho até a cela de Valentina pareceu eterno e ela fez como a maior pediu: Deixou muitas detentas verem ela entrando no local. Vitória ergueu a cabeça e se levantou ao ver Juliana ali.
-- Vou procurar a Aninha. Fechem o lençol que eu deixo o aviso ali fora e chamo alguma idiota para avisar se vem alguém. -- Vitória disse antes de se retirar. Valentina pulou da cama de cima e puxou o lençol, tampando a visão delas para o lado de fora e Juliana engoliu em seco.
-- Ela, huh, é sua companheira de cela? -- Juliana perguntou e Valentina negou.
-- Não divido a cela com ninguém. Dinah divide a cela com alguma idiota por aí. -- Ela disse e Juliana suspirou, vendo que seu pé começava a tremer de ansiedade.
-- O que eu vim fazer aqui? -- Juliana perguntou e Valentina lhe olhou, encostando as costas no beliche antes de cruzar os braços e sorrir, erguendo uma sobrancelha.
-- Não é óbvio? -- Juliana a fitou sem dar resposta alguma por um momento, até se lembrar que precisava falar.
-- Huh, na verdade não. -- Valentina assentiu e apontou para a cama de baixo.
-- Pode ficar nela por enquanto e tenho alguns livros embaixo do beliche. Pode ler algum se quiser, vamos ficar aqui por algum tempo para acreditarem que estamos transando.
Juliana se sentiu aliviada internamente, mas centenas de dúvidas rondavam sua mente.
-- Por que está fazendo isso? -- Juliana perguntou cuidadosamente.
-- Me chamo Valentina. -- A outra disse aleatoriamente.
-- Não perguntei seu nome. -- Juliana contestou e só então se lembrou com quem falava.
Ela tinha que perder essa mania de falar tudo o que realmente queria, já não era mais a chefe milionária, agora era apenas uma novata, estúpida o suficiente para ter respondido malcriadamente a pessoa mais temida de toda a prisão.
-- Eu sei exatamente o que me perguntou, não sou surda. -- Valentina disse secamente. -- Acontece que não quero responder.
-- Desculpe. -- Juliana pediu, se abaixando para procurar um livro para ler. -- Céus, eu adoro este livro. -- Juliana disse com os olhos brilhando ao ver um livro de romance policial entre a pilha de livros. -- Eu me lembro de ter lido ele uma cinco vezes.
-- Estamos quites. -- Valentina falou, se encostando na parede para ter uma visão melhor de Juliana.
-- Eu esqueci de pedir livros para minha irmã me trazer, então não tenho nada para ler. -- Juliana disse, lendo capa por capa.
-- Pode levar qualquer um que quiser. -- Valentina disse e Juliana ergueu a cabeça, fitando a garota.
-- Obrigada. -- Juliana falou sinceramente. -- Eu sei que não quer falar o porquê de estar fazendo isso, mas significa muito para mim. -- Valentina assentiu e Juliana voltou a fitar os livros.
-- Estou lendo este. -- Valentina disse ao ver Juliana passar pelo livro de poemas de uma autora que conhecia.
-- Você gosta de poemas? Estou surpresa. -- Juliana disse sorrindo e pôde ver o início de um sorriso querer dar as caras na feição de Valentina.
-- Leio de tudo, não me restrinjo aos gêneros. Se a sinopse chamar a minha atenção você terá a minha leitura ou se eu já conhecer o autor e tiver gostado de algo dele, apostarei minhas fichas em seus livros. -- Ela respondeu e Juliana assentiu.
-- Já o li, mas adoro. Pode continuar lendo, só que em voz alta? -- Juliana perguntou e Valentina pareceu pensativa.
-- Podemos revezar nisso? -- Ela perguntou e Juliana assentiu, um pouco surpresa por isso, se deitando na cama de baixo e vendo Valentina subir para a de cima com o livro. -- Não se acostume com isso.
-- Entendido. -- Juliana disse rindo.
-- Só estou fazendo porque amo ler e não porque me pediu. -- Valentina disse friamente.
-- Eu sei. -- O silêncio predominou por alguns segundos, até a voz rouca preencher o ambiente.
-- E no amor encontrei-me instável, e no amor encontrei-me segura, o amor já foi minha desgraça, entretanto, também já foi a minha cura. -- Juliana sorriu ao ouvir a voz sempre rude soar doce e cheia de vida ao recitar o poema.
-- Ao amor me dei, por amor chorei, mas apesar de tantas controversas, jamais esqueci a quem com a alma amei. -- Juliana disse junto com Valentina, afinal amava aquele poema.
O silêncio se instalou no ambiente após aquilo. Valentin queria continuar lendo, mas sem entender o porquê, estava receosa. Ter ouvido Juliana dizer algo com tanta paixão a fez sentir-se estranha.
Levava a vida toda solitária para permitir se encantar por uma desconhecida.
Enfrentaria uma prisão inteira de detentas, mas fugiria de um sorriso doce da menor.
-- Que tal se formos ao pátio? -- Valentina disse após alguns minutos. -- Já ficamos alguns bons minutos aqui. Pelo menos uma rapidinha dava para ter dado, pensarão que foi isso.
-- Huh, tudo bem. -- Juliana disse, saindo da cela apenas para ver a policial Caetano sorrindo para Vitória. Ela achou estranho, mas cada um com sua vida, pensou.
Sentiu seus batimentos se desalinharem quando entre seus dedos os dedos de Valentina se enroscaram, puxando-a para o pátio.
Juliana, pela primeira vez, vira aquele caminho pela visão de Valentina: Conforme iam passando, todas as detentas abaixavam as cabeças ou desviavam os olhares.
-- Por que elas têm tanto medo de você? -- Juliana perguntou em um sussurro e se surpreendeu ao ouvir uma risada baixa e doce vinda da maior.
-- Você pergunta demais. -- Valentina disse, subindo na mini-arquibancada de madeira e puxando Juliana para seu colo assim que se sentou.
-- Vou precisar andar, huh, com você sempre agora? -- Juliana perguntou envergonhada.
-- Só nesses primeiros dias para deixarmos todas cientes de que não devem tocar em você. -- Carvajal disse e Juliana assentiu, passando um braço por seu pescoço, temerosa, apenas para ficar mais confortável na posição. -- Depois você poderá voltar para as suas amigas e ir em minha cela só de vez em quando para não levantarmos suspeitas.
-- Eu gostaria de saber um dia por que você está fazendo isso por mim. Me dirá? -- Juliana perguntou e Valentina suspirou, assentindo.
-- Um dia, Valdés. -- Valentina disse, olhando em volta apenas para ver três líderes de cada grupo juntas, se aproximando delas com Beatrice.
-- O que foi? -- Juliana perguntou confusa ao sentir a maior apertá-la contra seu corpo.
-- Não ouse sair de perto de mim em hipótese alguma. Entendido? -- Valentina perguntou solenemente e Juliana assentiu, preocupada. Valentina respirou fundo e colocou a expressão mais inflexível em seu rosto.
As líderes nunca se juntavam, algo de bom não viria dali.
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Volto logo, xoxo.
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Presa por acaso - Juliantina
FanfictionO que você faria se, por um golpe do destino, você fosse presa mesmo sendo inocente? Juliana Valdés não se assustou tanto quando foi mandada ao julgamento, afinal sua família tinha a conta bancária transbordando dinheiro o suficiente para pagar o m...