Presa por acaso - Juliantina

12

Eu tinha perdido a senha e por isso sumi gente, mas já recuperei

**

-- Então amanhã você vem um pouco mais cedo e fica durante duas horas, certo? -- Doutora Rose falou e Juliana assentiu, vendo a mulher sorrir gentilmente. -- Você não parece ser uma má pessoa.

-- Sempre tentei andar na linha, pelo menos. -- Juliana disse rindo.

-- Mas acabou cometendo um deslize, não é? -- A mulher insinuou e Juliana suspirou.

-- Se eu disser que estou aqui injustamente você não acreditaria, não é? -- Juliana perguntou e a doutora abriu a porta.

-- Eu poderia tentar acreditar.

-- Já é um começo. -- Juliana disse. -- Nos vemos amanhã. -- Ela falou, vendo a mulher estender a mão para ela antes de ela seguir para a cela. Estava na hora do banho.

-- Demorou. -- Velentina disse de uma forma não acusatória. -- Muitos pacientes? -- Valentina perguntou curiosamente assim que a menor entrou na cela para pegar sua roupa íntima.

-- Não muitos. Ela estava me explicando sobre como funciona tudo. -- Juliana informou. -- Sentiu a minha falta? -- As orbes azuis fitaram Juliana antes da maior rir.

-- Sonha mais um pouco. -- Valentina disse e Juliana riu, saindo da cela com Valentina em seu encalço.

-- Vai tomar banho comigo? -- Juliana perguntou e Valentina arqueou uma sobrancelha.

-- Irei tomar banho, não com você. -- Replicou friamente.

-- Então por que me esperou? -- Juliana perguntou sorrindo vitoriosa e Valentina sentiu seu rosto esquentar.

-- Não te esperei, foi uma coincidência. -- Valentina falou e Juliana suspirou, segurando o riso.

-- Obrigada. -- A menor disse e Valentina a fitou confusa. -- Por estar cuidando de mim, sabe? Beatrice está por aí a solta.

-- Não estou cuidando de você, Juliana! -- Valentina disse firmemente.

-- Tudo bem. -- Juliana disse, abrindo a porta do banheiro após passar por uma guarda. -- Diz... Por que está aqui? -- Juliana perguntou, deixando sua peça íntima em um canto e levando uma mão até a baínha da peça superior de seu uniforme laranja, a tirando.

Valentina enrubesceu pela primeira vez diante de Juliana ao ver os seios perfeitamente modelados. Seus olhos se desviaram para um ponto fixo na parede e Juliana riu baixinho ao notar a reação da maior.

-- Não vou te falar por que estou aqui. -- Valentina disse secamente e Juliana sorriu.

-- Eu imaginei mesmo, mas não custava nada tentar, hm? -- Juliana perguntou vendo Valentina tirar sua roupa também. A menor nem sequer percebeu seu olhar carregado de volúpia para os seios de Valentina. Sua vista se prendeu vários segundos ali, até morder seu lábio inferior e erguer a mirada.

As orbes azuladas a fitavam enquanto um sorriso malicioso enfeitava seu rosto. Juliana arqueou uma sobrancelha e abriu um sorriso sugestivo, causando um suspiro em Valentina, que abriu o chuveiro e entrou embaixo dele.

-- Então... -- Juliana começou, removendo o restante de sua roupa antes de abrir o outro chuveiro. -- O que foi isso? -- Perguntou, enfiando a cabeça embaixo da água.

-- Isso foi você fitando meus seios. -- Valentina disse naturalmente e Juliana riu.

-- Estou me referindo ao seu flerte. -- Juliana disse e Valentina arqueou a sobrancelha, piscando nervosamente.

-- Eu não flertei. -- Valentina afirmou.

-- Seu sorriso malicioso indicou o quê? -- Juliana perguntou, começando a se ensaboar.

-- Que agora eu sei que você sabe que eu sou linda. -- Valentina disse e Juliana semicerrou os olhos, atirando água Valentina.

-- Você é idiota. -- Juliana disse, colocando um bico em seus lábios.

-- Uma idiota que você queria muito pegar. -- Valentina falou sorrindo vitoriosa.

-- Só porque olhei para seus seios você acha isso? -- Juliana perguntou e Valentina assentiu. -- Pois saiba que eu adoro seios, não importa o tamanho, então digamos que eu ache os seus seios bonitos, não necessariamente você.

-- Não me acha bonita? -- Valentina perguntou e Juliana meneou a cabeça.

-- Não te interessa. -- Replicou, se virando de costas para Valentina como uma adolescente pirraçando, o que levou a maior a deixar seus olhos percorrerem o traseiro desnudo da outra garota.

-- Você que flertou comigo. -- Valentina disse e Juliana permaneceu de costas, se lavando. -- O que foi aquela sobrancelha arqueada?

-- Estava vendo se compartilhávamos uma ideia, mas já sei que não. -- Juliana disse, fazendo a curiosidade de Valentina se aguçar.

-- Que ideia? -- A maior perguntou, limpando a garganta.

-- O que você acha? -- Juliana perguntou, se virando para ela antes de arquear uma sobrancelha. Valentina sentiu seu coração bater freneticamente contra seu peito, porém em seu exterior sua expressão era indecifrável.

-- Acho que deveríamos tomar banho. -- Falou por fim. -- Já já acaba o tempo. -- Juliana a fitou fixamente nos olhos antes de assentir.

-- Ninguém nunca te visita? -- Juliana perguntou curiosamente, tentando mudar de assunto. A porta do banheiro se abriu apenas por duas detentas que encerraram seus banhos nos chuveiros mais distantes dali.

-- Parece que estamos quites. -- Valentina disse friamente e Juliana assentiu.

-- Minha irmã ficou com a guarda provisória de minha sobrinha e não pode me visitar por agora, está uma correria enorme para ela. -- Juliana explicou.

-- Tem uma sobrinha?

-- Sim. -- Juliana respondeu, abrindo o maior dos sorrisos ao se lembrar do rostinho da garota. -- Ela completará três anos em pouco menos de duas semanas. -- Falou, passando shampoo em seus cabelos. -- Se eu soubesse que eles ficavam com nossos pertences eu teria deixado meu colar preferido com ela. Ela o adorava porque tem o formato de um coração.

-- Colar preferido por alguma razão? -- Valentina perguntou e Juliana assentiu.

-- Ganhei do meu pai para um dia ocupá-lo com a foto do amor da minha vida. -- Juliana disse rindo. -- Mas como eu esperava, o coração ainda continua vazio.

-- De qual coração estamos falando? -- Valentina perguntou rindo.

-- Dos dois. -- A menor respondeu e Valentina assentiu.

-- Sinto muito por seu pai, à propósito. -- Valentina falou e Juliana virou seu rosto bruscamente para fitá-la.

-- Como sabe que meu pai morreu? -- Juliana perguntou e Valentina empalideceu.

-- Você... Você disse, oras.

-- Não, eu não disse. -- Juliana disse seriamente.

-- Disse sim.

-- Valentina, eu tenho a plena certeza de que eu não falei. Odeio falar que ele morreu; não comento disso com ninguém. -- Juliana disse e Valentina exalou o ar de seus pulmões, fazendo Juliana estreitar os olhos irritada. -- Você andou pesquisando a minha vida?

Valentina engoliu em seco. Juliana havia lhe colocado em um beco sem saída.