Apoio-me em seu braço para não perder o equilíbrio e não tropeçar. Sinceramente, não faço ideia de qual é a trilha que ele está seguindo ou o seu objetivo, mas confio nele. Ele não vai me levar para um mau lugar, ou onde minha vida estaria em risco.
— Você sabe para onde estamos indo?
Não que eu esteja desconfiando de seu conhecimento, não. Só não quero ficar em silêncio em um lugar que já é demasiadamente silencioso.
— Sei. — responde, seco. Posso ouvir pequenos comentários baixíssimos, como se ele estivesse sussurrando números para si mesmo.
— E sabe voltar também, não é?
— Claro, está com medo?
Bom, eu estou com medo desde que toquei a ponta de meus saltos neste solo, e a ideia de contar histórias de terror não me deixou muito confortável com as sombras e a escuridão deste local.
— Talvez. Mas é que eu perdi a vontade... Melhor voltarmos para os garotos, não?
— Talvez? Você já é fraca... Se for medrosa, não tem salvação para você. — O encaro. Ele ignora totalmente a minha desistência em ir ao banheiro. Mas sério? Fraca? Suas palavras me atingem como um soco no estômago, mas ele tem razão. Não sou a pessoa mais forte do mundo. E qualquer pessoa cercada por um ambiente desconhecido e escuro, onde não há nem sinal no telefone, ficaria com medo também. Não é um medo irracional, sem fundamento algum.
— Eu sei que sou fraca, mas não tem nada que eu possa fazer em relação a isso. E eu não sou medrosa. — rebato, olhando-o revoltada.
— E além de fraca, é burra. Vai, admita logo que você está morrendo de medo. Não é como se fosse um segredo.
— Não estou! — e com essa minha elevação de voz, tropeço em uma pedra, e me apoio em seu braço. Quando recobro meu equilíbrio, minha visão é atraída por uma casa, agora iluminada pela lanterna.
Sim, uma casa. Formada por ripas de madeira, que em algum momento de sua longa existência já foi pintada. Acerca de sua pintura, já desgastada pelo tempo e com machas de mofo, posso deduzir que a fachada um dia fora um lindo amarelo mostarda. A porta, mesmo escancarada, parecia avisar a qualquer um que é melhor manter distância.
Mas não é isso o que Louis faz, quando segura meu pulso novamente e me arrasta para o imóvel.
— É isso o que vamos ver.
A casa talvez tenha sido o lar de alguém, mas agora, ela parece servir de antro para os espíritos maus que habitam a floresta. Não é algo que eu queira manter contato, e meu estômago se embrulha só de imaginar.
— Chegamos, satisfeita?
E é nesse momento em que me dou conta de o local para o qual ele estava me levando para que eu pudesse urinar não era nenhum banheiro químico aleatório.
Olho para ele séria. Isso só pode ser uma piada.
— Eu não vou fazer xixi aqui.
— Qual é, patricinha? A vontade passou? — pergunta, enquanto direciona a lanterna para o interior da casa. Pode-se notar alguns reflexos da luz nas paredes. Porta- retratos antigos, talvez.
Se o local possui fotos ou apenas molduras, isso significa que alguém realmente já viveu neste local totalmente isolado. Como alguém viver aqui seria possível? A pessoa não devia ser uma das mais civilizadas.
— Passou sim, e eu já tinha te dito isso antes, mas você me ignorou. — permaneço fora da varanda.
A madeira produz ruídos dolorosos ao suportar o peso do meu namorado.
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Prisão |H.S.|
Fanfiction⠀⠀⠀Toda cidade interiorana possui sua lenda, que serve tanto para assustar inocentes crianças quanto para movimentar o turismo local. Após ser presa em uma casa abandonada por seu namorado, Scarlet tem que enfrentar Harry Styles, a lenda d...