• Capítulo 3 •

480 60 188
                                    

POV Gerard

Era finalmente quinta-feira. A quinta-feira pela qual eu estava completamente ansioso, a quinta-feira que preencheu a minha mente durante meus dias de férias.

Mal acordei e já separei uma roupa para usar de noite: uma das minhas camisetas favoritas (preta com vários detalhes em amarelo e "05" escrito em vermelho do lado direito) e uma jeans skinny que, segundo Bert, um dos meus melhores amigos (na verdade, um dos únicos amigos que eu tenho), "realçava a beleza da minha bunda".

Pois é, o Bert é uma daquelas pessoas que não se importa muito em controlar o que diz e para quem diz. Ele já chegou até a perder empregos por sua mania de falar coisas que não deveriam ser ditas, mas, apesar disso, ele sempre foi um ótimo amigo. Ele me ajudou em momentos que eu achei que seria melhor pra todo mundo se eu sumisse, sou grato por ele.

Sentei-me para tomar o café da manhã e fiquei encarando a parede branca em minha frente. Era a primeira vez em meses (provavelmente mais que um ano) que eu estava sentindo uma atração mais séria por uma pessoa. Eu digo "séria" porque, digamos assim, eu me apaixono bem fácil, mas geralmente são coisas bem superficiais (mas com Frank não teria como ser superficial).

A manhã passou mais rápido do que imaginei e, logo, eu já estava querendo o almoço. Peguei uma lasanha congelada do freezer e coloquei no microondas, só enquanto esperava ficar pronta percebi que não tinha ido no mercado aquele dia, porém deduzi que Iero não havia ido também, já que a gente se veria em algumas horas.

Depois do almoço resolvi desenhar, e percebi que estava com mais inspiração do que o normal. Desenhei um pássaro, uma árvore, um rio e outras coisas naturais. Fiz também desenhos de pessoas, como meu irmão Mikey e a secretária fofa do escritório onde trabalho. Após isso, pensei em Frank.

Não apenas em toda sua beleza, no seu cabelo lindo e em seus olhos encantadores, nem na sua voz rouca e suave que eu poderia passar o dia todo ouvindo, mas também em suas tatuagens: ele era uma obra de arte ambulante. Tentei reproduzir algumas delas, as que mais tinha reparado, como o Halloween nos dedos das mãos, o escorpião no pescoço e a frase Let Love In, perto do pescoço, mas na frente. Essa última era uma das minhas favoritas e estava escrita espelhada, o que a tornava ainda mais legal.

Nem me dei conta e já era cinco e meia, tive que tomar um banho "rápido" (foi rápido para o meu nível, costumo demorar no banho, admito) e me arrumei, me agradecendo mentalmente por ter deixado a roupa pronta. Ainda sobraram uns vinte minutos e, considerando que o apartamento de Frank era apenas dez minutos dali (ou até menos), resolvi dar uma enrolada e ligar para Bert. Disquei seu número e ele atendeu, com uma voz de sono:

-Que? - ele falou, parecia que estava morrendo.

-É o Gerard, eu queria falar com alguém sobre como eu tô animado pro "encontro" de hoje mas parece que você não tá com disposição.

-E não tô mesmo. Acordei 8 da manhã com uma dor de cabeça fodida e resolvi dormir de novo, até que você me acordou.

-Você ficou dormindo o dia todo em plena quinta-feira? Depois não vem chorar pra mim dizendo que perdeu o emprego.

-Ah, o Joe já tá prestes a me demitir, eu sei disso, eu ouvi ele falando com aquela loira metida lá, uma piranha - Bert resmungou, como se eu soubesse de quem ele estava falando.

-Ok Robert, bom descanso aí pra você ok? - Finalizei, percebendo que ele estava quase desmaiando de novo e que provavelmente iria me largar ouvindo os roncos dele se eu não terminasse logo a ligação.

Little LooksOnde histórias criam vida. Descubra agora