Little Looks

• Capítulo 4 •

GENTE DO CÉU, ALGUNS DE VOCÊS TEVEM TER VISTO A NOTIFICAÇÃO, MAS EU ACABEI CLICANDO SEM QUERER E POSTEI O CAPÍTULO ANTES DE TER TEMINADO

Ah e eu postei uma one-shot ontem :)

ENFIM, FELIZ 2020 KLLLLKKKK
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POV Gerard

Eu ainda conseguia sentir a mão quente de Frank na minha, por mais que u não pudesse vê-lo. Olhei pela janela e logo constatei que a cidade inteira estava sem energia.

-Parece que foi um apagão geral - disse Frank, tirando sua mão da minha.

-Até os postes da rua estão sem energia - constatei, levemente preocupado.

-Você vai embora andando?

Acenei positivamente com a cabeça como resposta.

-Eu não vou deixar você ir andando sozinho nessa escuridão, eu vou junto com você.

-Mas é perto, Frank. Não precisa se preocupar.

-Nada disso - graças à luz da Lua, consegui vê-lo pegar a chave da porta - Lois, eu já volto, ok? Vem Gerard.

Nesse momento, ele pegou minha mão direita e me puxou pra fora. Ele trancou a porta e nós fomos até a escada, com a mão dele ainda na minha. Eu estava surtando por dentro, mas, felizmente, consegui me controlar. Eu agradecia mentalmente pelo apagão, porque, se não fosse por ele, a essa hora eu estaria no meio do caminho pra casa, completamente sozinho e me xingando por ter ido embora.

-Calma aí - Frank tirou o celular do bolso e iluminou a escada para a gente e então nós começamos a descer. Agora que o caminho estava iluminado não tinha mais necessidade de nós estarmos segurando a mão um do outro, mas eu não iria reclamar.

Descemos num ritmo consideravelmente lento e, por mais que estivéssemos tomando todo o cuidado do mundo para não tropeçar, eu ainda assim, no penúltimo degrau, consegui pisar errado e quase caí de cara no chão, se não fosse por Frank.

Como ele estava segurando uma das minhas mãos, ele conseguiu me puxar de volta e me segurou com a outra mão, igual cena de filme.

Nesse momento, eu estava praticamente caído nos braços de Frank, enquanto ele estava levemente inclinado na minha direção, olhando pra mim. A luz da Lua que entrava pelos vidros da porta do prédio iluminava levemente sua face, me fazendo ignorar todo o resto. Naquele instante, parecia que o mundo inteiro havia parado, existia apenas eu, ele e a vontade incontrolável que eu tinha de beijá-lo.

Ele levou uma de suas mãos ao meu rosto, tirando o cabelo que estava na minha cara. Aos poucos, nossos rostos foram se aproximando e, quando faltavam poucos centímentros para os nossos lábios se encontrarem, um barulho horrível foi ouvido.

"Tava bom demais pra ser verdade", pensei.

Nós dois olhamos para o lado e vimos o rapaz da portaria roncando. Frank olhou para mim e riu. Eu fiquei em pé corretamente e ri também, porque, apesar de ter estragado o que seria o momento perfeito, era realmente engraçado ver o moço com a cabeça jogada para trás e a boca aberta, fazendo um barulho ensurdecedor.

Apesar de não ter dado certo naquele momento, pelo menos eu sabia que Iero também estava interessado em mim - e isso já era uma conquista e tanto.

Nós saímos do prédio tentando não fazer muito barulho e andamos juntos pela calçada escura. O céu estava definitivamente mais estrelado naquela noite.

Fomos a maior parte do caminho em silêncio, cada um com seus próprios pensamentos, fazendo alguns comentários aleatórios de vez em quando.

Chegamos na frente no meu prédio e eu me virei na direção dele, agradecendo:

-Obrigado pela noite, foi incrível, apesar do pequeno incidente - eu estava me referindo ao ronco, mas talvez ele tenha achado que eu estava falando sobre o apagão.

-Digo o mesmo, espero que isso se repita mais vezes.

Então, numa coragem súbita, eu me inclinei para frente e depositei um beijo na bochecha dele. Ele sorriu pra mim e as luzes da rua se acenderam.

-Bom, agora eu não vou ter que voltar pra casa no escuro - Ele concluiu, soltando uma leve risada.

Acenei pra ele e entrei no prédio, sentindo coisas tão boas que eu não conseguia nem descrever. Apenas uma frase conseguia resumir essa confusão de sentimentos: eu estava apaixonado por Frank.

~*~

POV Frank

Cheguei em casa e, apesar de ser meio tarde, liguei para Ray e contei sobre a noite que tive. Ele parecia com sono, mas ainda assim foi atencioso comigo e disse que estava feliz por mim.

Tudo tinha sido perfeito, por mais que a energia tenha acabado e as duas vezes que eu achei que beijaria Gerard tenham dado errado. Eu simplesmente não imaginava que ele ia me dar aquele beijinho de despedida quando chegamos em seu prédio, e aquela foi a melhor surpresa que eu poderia ganhar.

Eu me deitei na cama, apesar de estar sem sono, e Lois se deitou ao meu lado. Fiz carinho nela e olhei o travesseiro vazio que estava ao meu lado. Eu adorava quando Lois me fazia companhia na hora de dormir, mas no dia de hoje eu sinceramente preferia que outro alguém estivesse lá.

Apesar do meu medo de estragar tudo ainda estar presente, lembrar de Gerard me deixava leve e fazia um pouco dos problemas ir embora.

Assim, resolvi apagar as luzes e tentar dormir, lembrando do nosso momento na portaria do prédio. Hoje poderia até não ter sido o dia em que eu finalmente o beijei, mas aquele dia chegaria logo, eu tinha certeza disso.