Capítulo 2

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Primavera, terça-feira 12 de junho.

Desliguei o registro do chuveiro e sai do banheiro enrolada na toalha, abri o guarda roupa e escolhi a roupa que iria usar hoje. Nessa época do ano, o dia começa ameno e quando aproxima-se ao horário de almoço que o sol vem digno da estação. Observo pela janela o céu azul que quase não detinha nuvens e sinto toda a calmaria que a manhã transmite à mim. Desço as escadas e já encontro meus avós de pé, sempre acordam mais cedo e esperam-me na mesa do café da manhã.

- Bom dia. ( digo puxando a cadeira para sentar )

- Bom dia. ( responderam em uníssono na mesma falta de empolgação de sempre )

- Dormiram bem? ( enchi o copo com o suco de laranja )

- Poderia ter dormido melhor. ( resmungou meu avô )

- Já acordou de mal-humor? Isso não faz bem à ninguém. ( mordi o waffles )

- Estávamos preocupados com seu atraso.

- Eu tenho vinte e dois anos, sei me cuidar.

- Mas ainda nos deve satisfações, mora conosco, em nossa casa...deveria ter mais consideração e nos avisar dos imprevistos. ( minha avó falou em prontidão )

- ( respirei fundo para manter a paciência e forcei um sorriso ) - Tudo bem... Me desculpe, avisarei da próxima vez.

- Sete e quarenta, vai se atrasar. ( meu avô disse )

- ( Levantei-me rapidamente, peguei minha bolsa no cabideiro e abri a porta ) - Estou indo! ( anunciei ) - Tenham um bom dia.

- Boas aulas e tenha cuidado! ( minha avó gritou antes que eu fechasse a porta )

A universidade não ficava tão distante de minha casa, demorava cerca de uns dez minutos para que eu chegue até lá. Liguei o som do carro e deixei a música avulsa que tocava na rádio. Assim que estacionei o meu carro, faltavam apenas três muitos até que começasse a primeira aula. Caminhei até o meu armário e peguei o livro de psicanálise, assim que tranquei o cadeado, fui miseravelmente assustada por Beatrice, minha melhor amiga.

- Consegui convites pra festa de despedidas dos Veteranos no sábado à noite. ( mostrou os dois convites )

- ( dei as costas e segui rumo à minha sala ) - Não vai dar, tenho que terminar de ler o livro de linguagem corporal, foi mal. ( fiz careta )

- O trabalho é só pra daqui duas semanas. ( reclamou ) - Sabe a dificuldade que tive pra conseguir esses convites?

- Você? Nenhuma. As pessoas simplesmente imploram pra você ir nas festas.

- Não os veteranos.

- De qualquer forma, eu não vou.

- Lydia, por favor. ( parou em minha frente ) - Vai ter Five Nigths tocando lá, você sabe como sou louca por eles. Além do mais, é uma oportunidade maravilhosa de eu finalmente conhecer o Chase.

- Seus "boys" não estarão lá? ( arqueei a sobrancelha ) - A maioria são veteranos.

- ( levantou a mão mostrando a falta de aliança ) - Foi apenas um lance casual e até onde eu sei, continuei solteira.

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