O primeiro garoto a encontrar o país das maravilhas

Capítulo 5

Rosas cor de carmim

Eu sempre fui conhecida como a rainha de copas, a vilã da história, nunca se foi dito como me tornei a rainha vermelha. Há muitos anos, o país das maravilhas necessitava de um novo governador para as terras do leste. O meu pai, o Rei Oleron do reino de damas e a minha mãe a Rainha Elsemere do reino de copas, se apaixonaram, se casaram e tiveram duas filhas. Eu, Iracebeth, e minha irmã mais nova, Mirana. Desde criança sabíamos que uma das duas iria assumir o poder, no entanto, como eu era a mais velha, era meu direito de reinar.

Antes do Emmet e até mesmo muito antes da Alice chegar aqui existia uma grande sociedade dentro do país das maravilhas. O mundo subterrâneo era dotado de duas grandes linhagens reais, das quais se subdividiam em clãs. Para a linhagem de cartas, tínhamos o clã das cartas de carmim, formado pelo reino de copas e ouros, este segundo era um reino que nunca havia sido visto, nem todos os reinos se comunicavam entre si devido as longas distâncias, mas sabíamos da existência deles e isso era passado para cada próxima geração de reis e rainhas, era algo obrigatório. Para a linhagem dos tabuleiros, tínhamos os clãs de damas e xadrez. Nossos pais sempre mencionavam a importância de saber governar um reino, caso contrário nós iríamos a ruína assim como o reino do xadrez, que apesar de ter sido um grande e forte reino, não se sustentou.Quando meus pais assumiram o reinado, toda a sociedade do reino das damas se uniu a nossa. Damas e copas conviviam juntas e meus pais governavam ambos os clãs.

Meu pai já havia me informado que eu governaria o reino e a minha irmã se tornaria princesa. No entanto, apesar de tudo, sempre tive inveja da Mirana, principalmente depois do acidente que nos envolveu. O aclamado dia do tombo. O dia em que bati com a cabeça na fonte da praça do nosso reino e minha cabeça inchou, ficou tão grande que servi de chacota para alguns moradores, tudo porque Mirana mentiu para a mamãe a respeito das tortas e ainda jogou migalhas ao lado da minha cama, isso me fez correr desesperadamente pela cidade, cheia de raiva, tudo porque a mamãe acreditou em todo aquele teatro, desde esse dia, passei a sentir raiva da minha irmã.

No dia da minha coroação como sucessora do rei, o pai do chapeleiro maluco quebrou minha coroa de tanto se esforçar para coloca-la na minha cabeça. Todos riram, fiquei tão envergonhada que em vez de correr e chorar eu ameacei o público e disse para cortar a cabeça de todos ali presentes. Meu pai me repreendeu, disse que eu não tinha sabedoria para governar e que de agora em diante, a princesa Mirana seria a sucessora. Desde esse dia, meu ódio pela minha irmã aumentou de um jeito inigualável. Poucos anos depois, nossos pais faleceram, foram assassinados a caminho da estrada que levava ao reino do norte, foi um dia lamentável, chorei bastante pela perda que tivemos, o reino inteiro ficou de luto, mas ao mesmo tempo, ficaram esperançosos pela coroação da nova rainha. Por fim, Mirana assumiu o reino, no entanto, antes de morrer, nosso pai construiu um palácio enorme para ela e assim, ela ficou conhecida como a Rainha Branca, aquela que trouxe a paz para as terras do leste durante dias tão difíceis. Todo o clã de damas se mudou para os arredores do castelo de Mirana, sua corte real foi formada e ela deu início ao seu reinado. Porém, nunca me conformei com isso.

Durante o governo da Rainha Branca, fiquei vagando pelo castelo, vivendo a sombra dela, todos tinham raiva de mim pelo incidente durante a minha coroação como princesa e por mais que eu tentasse me retratar, o reino ainda preferia a minha irmã.

No aniversário de Mirana, um baile real foi realizado, os convites se espalharam por todo mundo subterrâneo. Quando um convidado inesperado apareceu, veio até mim e disse:

- Olá, você deve ser a irmã que todos dizem que perdeu a coroa!

Iracebeth: – Sim, sou eu mesmo, veio me afrontar ignorante ou falar com a rainha branca? Afinal, é por causa dela que todos vem aqui.