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Pouco mais de uma semana depois lá estava eu, dentro de um avião voando para a cidade dos meus sonhos.

E realmente parecia um sonho, era como conquistar parte da minha independência. A faculdade de jornalismo irá durar quatro anos, são quatro anos longe de casa! Eu me sinto um pouco mau de as vezes ansiar tanto por distância, mas não posso evitar, são minhas vontades.

A voz feminina passou pelos auto-falantes do avião informando que em alguns minutos iriamos pousar. A sensação de ansiedade passou pelo meu corpo, era isso, eu estava tão perto...

Quando o avião pousou, eu finalmente coloquei meus pés na calçada do aeroporto e respirei fundo. O ar de Londres era diferente ou estava extasiada demais?

Ouvi meu celular tocar e li o nome de Harry na tela.

— Aonde você está? — Perguntei tentando parecer brava, acho que funcionou.

— Caralho, Lauren! Eu dormi, eu tô muito atrasado, não é? Me desculpa, eu já to chegando.

— Tudo bem, eu tô te esperando na calçada.

— Okay. Ei, você tem dinheiro pro táxi?

— Mas você não estava vindo de táxi?

— É, bom, digamos que eu tenha gastado meu dinheiro em um terno muito bonito...

— Certo, eu entendi, Hazz. Eu pago, mas só dessa vez!

— Te devo essa, branquela. Daqui à pouco tô aí.

A espera não demorou mais muito tempo, em mais ou menos dez minutos vi uma figura muito bem vestida com um sobretudo preto praticamente correr na minha direção.

— Hazz! — O abracei forte depois de quase um ano sem vê-lo. — Garoto, você cortou o cabelo!

— Você gostou? — Ele riu e me deu um beijo apertado no rosto. — E você deixou o cabelo crescer!

— É, sabe como é, quero causar boa impressão.

— Ah, garota, você vai. Andou comendo arroz e feijão? Você ta mais gostosa. — Ele disse pegando minha mala entrelaçando o braço no meu enquanto andávamos até o ponto de táxi.

— Você me lembra um cara hétero no primeiro ano do ensino médio de vez em quando.

— Aí! Essa doeu, Laur. — Colocou a mão no peito dramaticamente enquanto eu dava risada.

Depois de algum tempo, o táxi estacionou em frente a uma típica casa inglesa, com um pequeno portão preto envolta da casa fazendo o papel de cerca, o telhado triangular e a porta de madeira com uma aldrava dourada em forma de leão. A casa era grande e bem bonita.

— Uau... — Suspirei. 

— É linda, não é? Era da avó de Camila. 

— Mas você disse que ela paga aluguel...

— Longa história, Laur. Mas vem, vamos entrar!

O lado de dentro da casa era grande mas não luxuoso. As paredes eram lotadas de quadros, alguns com imagens de pessoas, paisagens e alguns desenhos abstratos. Tinha uma estante com muitos livros na parede direita, ao lado uma vitrola e muitos discos. O sofá preto no meio da sala, uma mesa ao centro e uma televisão de tamanho mediano. Essas foram as coisas mais rápidas que eu pude notar. 

  — Camila? — Harry chamou um pouco alto. — Ela ia fazer uma entrega de quadro, acho que já deve ter saído. Bom, essa é a sala! Não está muito arrumada, mas é confortável. Daquele lado fica a cozinha e a lavanderia. — Apontou para um corredor e começou a andar para o lado oposto, acho que foi uma deixa para mim segui-lo. 

Ever Since LondonOnde histórias criam vida. Descubra agora