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Um novo dia se inicia e com ele a certeza de que não vou ficar parada o dia inteiro nessa casa, ele não estava e Isadora estava no seu quarto, estava apreciando aquele momento acompanhada por um copo de chá que eu mesma fizera sentada no jardim a beira da piscina observando o azul frio da noite algumas estrelas ainda podiam ser vistas o vento soava leve e frio movimentando minhas vestes batendo levemente contra meu cabelo, eu podia perceber e prestar atenção em tudo que havia ao meu redor de um modo estranho, era como se os meus sentidos fossem muito mais aguçados do que os de uma pessoa normal, eu tinha sensações estranhas muitas vezes como quando eu conheci Ravi por exemplo, foi estranho porque eu sentia que aquela presença me era familiar só não me lembrava de onde e embora eu tivesse sentido medo dele eu consegui me aproximar e agora eu estou aqui, num lugar que eu nunca imaginei, na casa dele.. é algo estranho de se pensar, parece tão irreal, tão impossível mas aconteceu.

Apreciava mais o silêncio olhei para a árvore plantada que estava á poucos metros de minha frente, sem querer imaginei um balanço colocado ali, me lembrei da minha infância que fora pobre mas nem por isso menos feliz, eu fazia bonecos com pedaços de tecido que sobravam das roupas que minha mãe fazia pra fora, brincava com cordas, madeira que usávamos pra fazer carrinho e inclusive.. balanços, a única parte complicada era encontrar a árvore. Mas eu era feliz apesar de tudo, me lembro de voltar toda suja pra dentro de casa morrendo de fome meu cabelo era laranja como o pôr do sol chamava atenção de todos lá fora.

- Será que ele vai aceitar por um balanço ali ? Falei pensando em voz alta, não.. ele vai achar muito infantil da minha parte..

- Tenta, vai que ele coloque.

A voz em minha resposta me fez virar rapidamente para trás, era Isadora parada com sua camisola e cabelos desgrenhados.

— O que ta fazendo acordada a essa hora ? Precisa de alguma coisa ? Ela perguntou.

— Nada, eu só queria ficar aqui sentada um pouco sozinha olhando as estrelas irem embora.

Isadora deu de ombros.

— Tá, eu vou voltar pro meu quarto então.

— Vai lá, disse-lhe segurando meu copo de chá.

Dei graças a Deus por poder ficar mais um tempo sozinha, eu gostava de ficar só o que me matava mesmo era o tédio me levantei do banco para fazer uma caminhada pelo jardim que apesar de ter somente um homem morando aqui era muito bem cuidado e bonito, resolvi ir para perto do portão ver os soldados guardando a entrada da casa e para minha surpresa quando ia me aproximando dei de cara com meu marido entrando pela porta me fazendo dar um pulo pra trás, ele por sua vez me olhara de cima abaixo desconfiado como sempre fazia.

— O quê você está fazendo aqui acordada ?

Ele perguntara quase como se aquilo fosse um crime.

— Eu estava sem sono então resolvi fazer um chá, quer um pouco ?

— Não.

Ele ia em direção ao quarto e resolvi segui-lo.

— Está tudo bem ?

— Eu quero deitar você já deveria estar na cama.

Me aproximei a cama observando ele puxar o lençol para si sem dizer mais uma palavra.

Eu não tive outra opção a não ser deitar coisa que naquele momento mesmo com o chá eu não queria, estava empolada com o trabalho e sabia que se deitasse provavelmente eu iria perder a hora mas Ravi nunca me deixava escapar então me deitei ao seu lado, ele por sua vez me enrolou contra si, eu podia sentir sua respiração contra mim o peso de seus braços por cima dos meus, ele não percebia mas me apertava, tentei me manter acordada por meio dos pensamentos mas isso pouco adiantou em poucos minutos eu senti o peso e a escuridão engolirem meus olhos.

Força E Fogo São de NósOnde histórias criam vida. Descubra agora