the meeting

4.

Calum.

Ensinar algo do qual você sabe é muito bom, mas ensinar uma de suas paixões pra outras pessoas é melhor ainda. Me sinto muito bem em dar aula de futebol pra esses garotos, eu sinto que muitos deles vão atingir seus potenciais em breve; eu poderia ter seguido essa carreira mas música é simplesmente a única coisa da qual quero fazer por muitos e muitos anos.
Eu havia acordado cedo para poder ir pro treino, dessa vez seria diferente, por algum motivo estranho eu estava animado o suficiente pra fazer gincanas e criar distrações durante a aula, para que não fique muito pesado ou desagradável aos alunos. A manhã correu bem, foram poucas vezes em que me dei bem em relação à uma ideia. Eu havia estudado bastante para as provas do final de semestre psicologicamente eu estava exausto. O que me consola é saber que em breve, nas férias, irei visitar minha família; quando estava chegando no estacionamento, Ashton me ligou pedindo pra que eu o encontrasse.
Segui até Clifton, a cafeteria que sempre íamos. Ele tinha olheiras e mãos sujas de tinta.

― Ei, o que houve? - perguntei enquanto me sentava na cadeira de frente pra ele.

― Eu preciso conversar com alguém antes que eu exploda. - ele me entregou uma xícara de café. - eu não sei mais o que é dormir.

― Por que? Você parece estar exausto.

― Cal, o amor é uma droga. Não entendo o motivo das pessoas gostarem tanto de se apaixonar.

― Bem vindo ao clube. - dei um gole no café. - quem te pescou? Foi aquela garota que tinha te deixado com o sorriso maior que o rosto? - zombei.

― Tô odiando gostar dela, já faz dias que ela não dá sinal de vida, da última vez que nos vimos, eu acabei a beijando e pensei que ela gostaria de me ver novamente mas parece que não. - ele colocou o cotovelo na mesa para apoiar o rosto em sua mão.

― Vocês se beijaram? E por que essa confusão toda? Ela gosta de você?

― Eu não sei Cal. No passado eu a magoei muito e agora queria consertar mas parece que ela não quer. - ele juntou as duas mãos e começou a descascar tinta seca da palma da mão com as pontas das unhas.

― Seja lá o que você tiver feito, tem que saber o que se passa no coração dela. Não simplesmente olhar somente os seus sentimentos. Você quer reconquistá-la mas esqueceu que lá no passado foi você mesmo quem ferrou tudo.

― Ela já me disse diversas vezes que tem medo de estar comigo e eu errar de novo mas eu quero fazer diferente agora. Penso que posso mostrar o quanto eu mudei e que sei o valor dela na minha vida .. porque realmente sei.

― Isso é difícil Ashton. Se ela já mostrou que não está preparada pra estar com você, deixa isso de lado. Talvez nem seja pra vocês ficarem juntos, por outro lado, talvez você precisa mostrar que mudou de outras formas .. não necessariamente tentando voltar na história inacabada e tentar reconstruir algo. Eu não gosto de te ver assim cara, mas pensa tanto nela quanto em você. Se os seus sentimentos precisam ser levados à sério, os dela mais ainda. - fiquei brincando com o café, rodando a xícara e vendo ele fazer o mesmo percurso.

― Obrigado Cal. Eu vou dar um jeito do qual nenhum de nós iremos sair magoados, mais do que já estamos. - ele riu sem graça. - eu preciso voltar ao trabalho, tenho que terminar algumas telas. Nos vemos mais tarde? Luke nos chamou pra ir na casa da Sierra. - Ashton se levantou.

― Okay cara, até mais tarde. - me levantei também e nos despedimos.

Realmente, eu odiava ver Ashton perturbado da forma que ele está. Não existem muitas coisas que tirem a atenção dele ou que o deixe triste mas definitivamente essa garota está mexendo com a mente dele e talvez não seja bom.