6.

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Ashton.

Desde de a última vez em que eu e Marjorie nos encontramos, eu tenho sido miserável. Noites mal dormidas, eu só sei pensar em nós, tudo é sobre ela; talvez eu esteja obcecado. Já não sei o que fazer pra tirar esse sentimento de mim, nada mais parece dar certo.
Aquele beijo foi surreal pra mim, era algo do qual estávamos esperando a muito tempo e que eu pensava que tivesse algum efeito diferente pra ela ao meu respeito.
Eu tinha gastado todas as minhas telas num só final de semana, então tive comprar mais. Turbilhões de ideias vinham em minha cabeça e eu precisava colocar pra fora ou então explodiria. Tudo piorava pois a loja de artigos para pintura era na mesma região aonde Marjorie trabalha, toda vez que passo por lá, sinto meu coração querendo fugir do meu corpo. Dessa vez deveria ter sido mais um dia normal  .. deveria.
Dessa vez, fui andando, normalmente iria de carro mas por alguma razão tomei outro rumo, ao me aproximar da cafeteria Clifton, vi ela saindo de dentro do estabelecimento, eu pude sentir meu corpo inteiro se incendiar só por vê-la sorrindo enquanto falava ao telefone, num impulso eu fui atrás dela.

― Oi, que bom te ver. - eu mal podia me conter, estava feliz por estar ali.

― Desculpa Emma, vou ter que desligar. - o semblante dela havia mudado da água pro vinho. - o que você quer Ashton? - ela perguntou enquanto colocava o celular no bolso.

― Eu .. gostaria de saber se você está bem, tava passando por aqui e te vi saindo da cafeteria. - coloquei as mãos nos bolsos.

― Ah, pois é, eu decidi sair um pouco de casa e aproveitar minha própria companhia. - a única coisa que eu sabia fazer naquele momento era observá-la batendo a mão esquerda no quadril enquanto levava o copo de café até seus lábios com a outra.

― Por que você está nervosa? - perguntei ainda observando seus movimentos.

― Já parou de me analisar? Eu não te devo satisfação da minha coordenação motora. - ela elevou o tom de voz.

― Ei, o que eu te fiz? Não precisa se agitar.

― Você fez tudo o que deveria e o que não deveria. Para de ficar se fazendo de sonso, você sempre fica observando meu comportamento pra querer advinhar o que eu sinto ao te ver.

― Aprendi esse truque com você, lembra? Você reconhecia meu humor somente pelas minhas ações. - sorri me lembrando do antigo fato.

― É Ashton, eu me lembro, deixa isso no passado por favor. Eu não aguento mais você me lembrando desses momentos. - ela começou a andar.

― Eu odeio quando você faz isso, não sabe conversar parada? Precisa me deixar sozinho com cara de idiota? - segui a mesma.

― Não preciso te deixar sozinho com cara de idiota. Você já é um idiota por completo que está sozinho, me deixa em paz.

― Por que esse tratamento? Eu só vim te cumprimentar.

― E agora já pode ir embora.

― Eu fiquei feliz em te ver. - insisti.

― Eu não. Você não se cansa? - ela parou de frente pra mim.

― Não .. porque eu gosto de você.

― Você não gosta de mim, só não suporta o fato de que eu não te aceitei na minha vida, da mesma forma que você fez comigo no passado, lembra disso também?

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