the meeting

8.

Marjorie.

Os dias foram se passando, a saudade de Ashton se esgotava, minha mãe ainda viajava .. ainda éramos eu e a casa completamente vazia. Eu até gostava de estar aprendendo à viver sozinha porque embora as vezes fosse solitário, eu conseguia meditar em meus próprios pensamentos; tive uma melhora notável na minha vida profissional após decidir começar à fazer um curso básico de administração. Essas últimas semanas foram corridas e cansativas mas talvez era o que eu precisava, afinal estou focando em mim mesma.
Já não vejo Ashton pelas ruas mais, no início, eu me preocupava e sentia saudades de vê-lo indo comprar telas novas para suas pinturas; por incrível que pareça, agora já me esqueço de como o sorriso dele é. Tenho somente vagas lembranças sobre sua fisionomia .. é estranho pois é impossível se esquecer de alguém assim tão rápido, mas .. tem sido bom pra mim.
Por outro lado, as vezes me pego pensando em Calum; desde o dia em que fomos ao cinema juntos, ele não sai dos meus pensamentos, embora sejamos somente amigos, me sinto segura mas ao mesmo tempo sem jeito ao seu lado. Ele é tão decidido, verdadeiro e simples que me deixa admirada.
Estamos trocando mensagem faz alguns dias e parece que já nos conhecemos à anos, ele me cativa de uma forma tão especial que já não me sinto ser mais a mesma de um mês e meio e isso me Assusta. Afinal, deveria ser irreal uma pessoa mudar assim, do nada .. mas quaisquer mudanças que estão ocorrendo estão me motivando a viver de uma melhor forma.

[calumhood]: e aí sumida.
[mar.jorie]: eu, sumida? como? se nós nos falamos ontem?
[calumhood]: parecem anos que não conversamos.
[mar.jorie]: que dramático! o que você precisa?
[calumhood]: eu preciso da sua ajuda, amanhã eu vou estar no treino de futebol mas o Duke tem uma vacina agendada no horário em que eu não vou estar disponível. Tem como você levá-lo pra mim?
[mar.jorie]: claro Cal, você quer que eu o busque?
[calumhood]: não precisa, eu passo na sua casa mais tarde. A propósito .. vamo de filminho hoje?
[mar.jorie]: só se você escolher o que iremos assistir, tô sem ideia de filmes hoje.
[calumhood]: tá! mas não reclame de ver morte e sangue!
[mar.jorie]: isso sim é filme de verdade, até daqui a pouco Calum. xx

Percebi que eu estava jogada na cama à mais de uma hora, totalmente descabelada e vestida com pijama de gatinhos. Calum não poderia jamais me ver dessa forma, então eu me levantei rapidamente e troquei de roupa, penteei meus cabelos e decidi deixá-los soltos. Desci até a cozinha e fui preparando algumas coisas para comermos ao longo do filme, aproveitei que meu sofá se divide e se transforma em cama, preparei todo um ambiente de cinema para que ele também se sentisse mais confortável.

Provavelmente uma hora depois, Calum chegou. Eu abri a porta e o recebi.

― Hey! - ele estava encostado em seu carro, com Duke em seus braços à minha espera com um grande sorriso.

― Oiii - fui até o mesmo e peguei uma sacola que estava em cima do carro. - oi príncipe, como você está? - comecei a fazer carinho em Duke.

― Tô ótimo, obrigado .. e você?

― Calum, eu tô falando com o Duke. - ele não se conteve e caiu na gargalhada.

― Eu sabia disso, tava te testando. - o mesmo começou à andar na frente e entrou, em seguida eu também e fechei a porta.

― As vezes eu esqueço o quão bobo você é. - disse abrindo a sacola para ver o que ele trouxe. - chocolate, pipoca de micro-ondas, filmes alugados, petisco pra cachorro? Calum! - comecei à rir.

― O que? eu não vou dividir minha comida com o Duke, então trouxe a dele. - ele sorriu enquanto colocava o cachorro no chão, que imediatamente começou a sair correndo pela casa em sinal de liberdade.

― Que tipo de filmes são esses? - fiquei observando a sinopse de cada um deles. - eu nunca ouvi falar desses.

― Eu também não, mas aí eu vi as capas, fiquei curioso e pensei "nossa parecem ser horríveis, vou levar." acho que vai nos arrancar boas gargalhadas. - ele se levantou e me seguiu até a cozinha.

― Eu queria saber como é que você pensou a mesma coisa que eu. Geralmente eu assisto filmes desconhecidos pra ver como são ao desenvolver da história, nem sempre eu me decepciono. - peguei os lanches e levei até a sala, os coloquei na mesinha de centro junto ao chocolate que o mesmo trouxe.

― Parece que temos bastante coisas em comum, quanto mais eu conheço de você, mais eu penso que talvez você seja minha versão feminina. - ele riu.

― Meu Deus que decepção, já é ruim o suficiente um Calum .. e agora eu me pareço sua versão feminina? Deus me livre. - me sentei.

― O que? eu sou o cara mais legal que você já conheceu. - ele me mostrou o dedo do meio enquanto se sentava em meio às gargalhadas.

― Isso é verdade. - eu respondi rapidamente enquanto nós nos olhávamos por um tempo.