SEGUNDA TEMPORADA √

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CAPÍTULO: 06


LAUREN/JASMIN Pov


Essas dores de cabeça estão cada vez mais fortes. Vem e vão quando eu menos espero. Esses reflexos, imagens, vozes. Sinto um desespero que invade minha alma, uma agonia sem fim. Em mim, só tenho uma tatuagem que me leva a minha identidade.

Tinha passado o dia todo com uma dor de cabeça no mínimo suportável, durante a madrugada elas vieram de forma violenta, comecei a me debater na cama, doía demais, gritei com as duas mãos da cabeça. Se pudesse teria arrancado, balançava pra lá e pra cá, acabei me desequilibrando e cair da cama.

Laís entrou e meu viu chorando, doía tanto. Parecia que ia explodir. Uma dor indescritível. Sinto uma agulha em meu braço, não lembro mais de nada. Acordei no dia seguinte ao abri os olhos encontrei meu anjo, ela estava conversando com Dra. Isabella. Sua fisionomia era de preocupação, tentei sentar na cama.

Minha cabeça doía, mas não com a mesma intensidade, queria escutá-las, Larissa percebeu que eu a olhava e lançou um sorriso amarelo, Dra. Isabella saiu do quarto e ela veio falar comigo.

- Oi.

- Você estava conversando sobre o que aconteceu ontem? Deixei-te preocupada não foi?

- Claro que não Jasmin, apenas estou um pouco ansiosa em te ver saindo daqui. – desviou o olhar.

- Pra uma advogada você mente muito mal.

- Como você se sente?

- Bem, apenas uma dorzinha de cabeça que logo vai passar – ela levou suas mãos a meu rosto, senti aquele toque, fechei os olhos. - O que será de mim... – sussurrei.

- Jas! – abri os olhos – Minha casa, é sua casa, meu lar, será seu lar – ela deu um sorriso tímido - Melhor adiantarmos, chega de hospital não é? – meu coração se encheu de alegria, em pouco tempo que conheço Larissa sinto um carinho enorme por sua pessoa, pensei que fosse desistir de mim.

Isso me apertava o coração, não tinha ninguém nessa vida, apenas ela, as lágrimas já invadiam meu rosto. Perto daquela mulher tão doce, me comportava como uma criança. Abracei com força.

- Vamos cuidar de você, te prometo.

Afastei-me um pouco ela saiu do quarto, ia falar com Dr. Raul já que não tinha assinado minha alta, aproveitei pra tomar um banho quando voltei estava arrumando minhas coisas, não tinha muito que arrumar.

Fazia mais de um mês que sair do coma, minhas roupas contavam-se nos dedos, as meninas, digo algumas enfermeiras e umas médicas que sempre cuidaram de mim e me ajudaram doando algumas roupas, calçados. Depois elas vieram se despedir.

Acabei criando um carinho por elas, eram tão gentis comigo, por último me despedi de Laís ela me deu um beijo no cantinho da boca, acho que fez isso de propósito, depois deu um sorriso e piscou pra mim. Engraçado aquele gesto não me era estranho, acabei sorrindo.

Dr. Raul fez inúmeras recomendações, não tinha ficado nada satisfeito em me ver saindo do hospital, deixou claro que achava mais aconselhável ir pra um centro de reabilitação, Larissa não lhe deu ouvido se despediu do homem e saímos do hospital.

Pegamos um táxi, fiquei tão abestalhada, que cidade bonita. Era tudo tão novo pra mim, uma vez ou outra ela fazia um comentário bobo, era impressionante seu senso de humor, brincava com tudo.

O táxi foi entrando em um bairro, não era um bairro rico como o que passamos há poucos minutos, as ruas eram pavimentadas e tinha poucos prédios, passamos por uma praça e paramos em frente a uma casa com um muro coberto de trepadeiras.

- Chegamos! – disse ela.

Confesso que fiquei muito nervosa, senti um frio na barriga, desci do carro enquanto ela pagava o taxista. Logo em seguida o homem tirou minha mochila do porta-malas. Olhei em volta, a rua estava quase vazia, Larissa abriu o portão e me deu passagem. Logo veio um cachorro latindo, me assustei e me coloquei atrás dela, aquele bicho continuava a latir ela logo pegou no colo.

- Não acredito que você tem medo de cachorro? Essa aqui é meu xodó Meg.

Pelo visto ela gosta bastante daquele animal, o deixava lamber sua orelha, será que eu também gostava? Não pela minha reação, não. Meg voltou ao chão, Larissa pediu para deixá-la me cheirar, que depois ela não ia mais me estranhar. Dito e feito, a cachorra saiu correndo balançando o rabo, a casa dela era muito bonita.

Aquela família gostava de plantas, tinha um pequeno jardim no lado esquerdo cheio de rosas, margaridas e outras flores, tudo muito bem cuidado. Larissa abriu a grade e entramos no terraço, pude escutar vozes saindo lá de dentro, ela me olhou e sorriu num impulso segurei sua mão, parecia uma menina assustada.

Ela deu um leve aperto como se quisesse passa segurança, entramos, tinha uma sala ampla, tudo muito simples mais de pleno bom gosto, fiquei observando os detalhes daquele ambiente, até que senti uma mão tocando meu ombro, era uma senhora já idosa, depois entrou outra mulher.

- Jasmin essa aqui é minha mãe Laura – apontou pra uma mulher na faixa dos seus, cinqüenta e poucos anos, muito bem conservada, morena, alta, olhos e cabelos castanhos, muito se parecia com Larissa.

- Encantada. – respondi timidamente.

- E essa aqui é minha avó materna Glória.

- Você é a moribunda é? Chega cá pra ver se você ta viva mesmo – a mulher me deu um abraço tão apertado que faltou ar.

- Vovó! Desculpa Jasmin sabe como velhos são. – disse brincando

- Velha é a estrada estou na flor da terceira idade – disse a senhora arrancando risadas de todos.

- Liga não minha família é tudo doido logo você se acostuma.

- Tudo bem.

Larissa saiu me levando pra conhecer a casa, por último me levou ao dormitório, disse que teríamos que dividir o quarto como ela já tinha alertado a sua casa era pequena, só tinha dois quartos, não queria incomodar em nada nem tirar sua privacidade, mas ela disse que não se importava.

Era um quarto bastante confortável, duas camas box, um ventilador de teto e um ar condicionado, mas de acordo com Larissa só no verão rachante se não a conta vinha alta. Minha cama ficava próximo da janela, o guarda-roupa era embutido, um imenso espelho na porta que dava pra nos ver inteira, um criado mudo em cada lado da cama. Ela abriu o guarda- roupa.

- Olha reservei esse lado pra você, apesar de que você está quase pelada – brincou – Quando pagar minha fatura do cartão vamos fazer umas comprinhas. – disse ela apertando meu nariz.

- Não se preocupe já está fazendo muito por mim, não quero lhe dá mais despesa.

- Que despesa que nada. É tudo muito simples mais espero que tenha gostado.

- Você é um anjo sabia, serei eternamente grata por tudo que está fazendo por mim, você...

- Jasmin – ela segurou minhas mãos, seus olhos fundiram nos meus – Sem agradecimentos, não estou fazendo caridade. Faço porque meu coração manda fazer. Gosto de você de graça. Quero ajudá-la, vamos encontrar sua família, enquanto isso não aconteça seremos sua família. Agora vamos deixar de papo que estou varando de fome.

•Cᴀᴍʀᴇɴ• √  ᴛʜᴇ Pʀᴏᴛɪᴛᴜᴛᴇ ᴅᴇ Lᴜxᴏ 2ᵗOnde histórias criam vida. Descubra agora