Depois da tempestade vem a calmaria

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  -eu não vou te prender mais a esse casamento , te amo mas quero que seja feliz mesmo que nao seja comigo..
-mas eu tambem te amo e estaria mentindo se falasse que te esqueceria em questão de segundo.-disse encostando minha testa na dele.
-nós estamos muito magoados Raquel, melhor cada um tentar seu caminho, se não der certo a gente volta.
-eu te quero Luan, a culpa desse sofrimento todo é minha,eu nunca deveria ter falado em divórcio.
-no meu coração vou ter sempre guardado o seu lugar.
-no meu só cabe você.
-tenho de ir Raquel..
A tristeza invadiu meu peito, apesar de tudo não iamos ficar juntos e ultrapassar aquilo? Iamos nos separar mesmo? Nem consigo acreditar em tudo o que aconteceu.
-fica bem..-ajudei ele a se levantar e nos abraçamos.
-você também..
Ele saiu e eu senti meu corpo perder as forças e cai no chão, aquela briga passou pela minha cabeça como um filme, me arrependia de ter começado tudo isso.
Fechei os olhos e procurei me lembrar de todos os bons momentos que vivi com ele, até quando eu era fã ele me fazia sorrir e chorar de alegria, quando conheci ele me deu um frio na barriga, a primeira vez, o casamento, o nascimento do Breno , minha faculdade, tudo isso fez parte da nossa história que acabou hoje e graças a mim. Fiquei no chão uns longos minutos e depois juntei os cacos e peguei uma vassoura, limpei e minhas lágrimas caiam sobre eles, meu coração estava daquele jeito, todo despedaçado.
Ouvi passos e sabia que era a Mari.
-Raquel querida.-ela veio de braços abertos e eu a abracei.
Mari alem de minha sogra fazia papel de mãe, minha mãe as vezes sentia ciumes mas compreendo, ela não pode me visitar todas as semanas por isso vem 1 vez por mês. 

-Porque vocês dois acabaram nisso?-ela acariciava minha cabeça, a voz dela era de pura compaixão.

 -Ah Mari, tem coisas que sufocam e quando dizemos só estraga o nosso futuro..  


-mas mesmo que não fique com meu filho eu sempre vou sentir um enorme carinho por você, sei que ele errou mas não deixo de torcer para ele ser feliz.
-claro, eu compreendo.
Mari me abraçou com mais força e me senti melhor.

 -Agora vamos tratar disso aqui, ta feio e me sinto muito desiludida com o Luan..

Fechei os olhos e minha alma estava destroçada , ao extremo que eu deixei isso chegar.
Ela pegou uma malinha que trazia com ela e abriu.
-Pode ficar com o Breno alguns dias até isso passar? Não quero assustar ele.
-Claro, mas pode ligar e conversar pra ele nao chorar.
-Sim.
Ela pegou os remedios e esfregou no meu rosto e ardia muito, depois ela tapou e eu fui no banheiro.
-o resto passa com o tempo.. eu vou conversar com ele e o Amarildo tambem..
-Obrigada Mari, agora pode ir pra cuidar do Breno por mim, dê um enorme beijo nele.
-Mas você vai ficar aqui sozinha?
-Sim, eu me arranjo por aqui.
-Qualquer coisa que precise só ligar.
-pode deixar.-sorri forçada e ela saiu levando a malinha.
Fui me olhar no espelho e peguei minha base, passei pelas marcas e algumas eram bem tapadas e não se notavam mas as de Luan notavam-se e muito, comecei a me despir e entrei no box pra tomar uma ducha, água fria para me limpar até na alma.
Me enrolei na toalha e fui me deitar na cama deixando pra trás um rasto de gotas de água.
Fiquei contemplando o teto e minha vida passou como um filme, adormeci entre recordações boas e más. 

-Heeeey, Raquel?

-hm?
-sou eu a Bruna.
Abri os olhos e ela estava sentada do meu lado.
-oi Bru.
-ontem você não ligou pro Breno. 

-ele chorou?

-não.. mas você está melhor?
-nem sei..- me sentei.
-o Luan ontem passou a noite chorando..
Oh meu deus, ele está sofrendo tanto como eu..
-seus pais conversaram com ele?-disse me lembrando da conversa de ontem com a Mari.
-sim e ele ouviu muitas verdades, mas sabe.. você tambem errou.
-errei e muito.
-você devia ter alertado ele logo no inicio que ele estava mudando e talvez hoje nada estivesse assim.
-eu me arrependo Bruna.
-mas eu não vim aqui pra te julgar, apenas venho te apoiar.. a Lia tambem ligou perguntando por você e o Luan xingou ela.
-Ela não teve culpa de nada..  

  -Amiga o que eu conheço dela eu sei que ela faria de tudo pra te jogar nos braços de outro depois do que o Luan te fez e você caiu direitinho..
Ouvindo aquilo eu me sentia fragilizada e ignorante.
-e agora o que vou fazer?
-esperar que o tempo cure as suas mágoas e as dele.
Baixei a cabeça sem saber o que responder, senti os braços dela me envolvendo, ela é a melhor cunhada do mundo , me fala as verdades na cara e ajuda..
Depois daquele dia eu mudei e muito, conversei com meus pais e a minha mãe sugeriu ir ficar uns dias com ela, o Henrique ficou sabendo da confusão e foi tirar satisfação com o Luan mas eles se entenderam e dei graças a Deus, o meu pequeno Breno sentia saudades minhas mas esperei um mês pras marcas desaparecerem, a Lia me liga algumas vezes mas vendo do ponto de vista da Bru eu fiquei chateada com ela. Hoje estou indo buscar o Breno e depois vou passar no novo apartamento.
-Bom dia.-disse entrando e a Mari veio me receber.
-Bom dia querida.-me abraçou.
-Cadê o meu filhotinho?
-está dormindo ainda.
-então eu espero ele acordar.
-anda tomar o café da manhã com a gente.-sorriu e eu a segui para a mesa , Luan estava lá e se levantou para me cumprimentar com dois beijos no rosto.
A nossa relação tinha melhorado muito desde a briga, nos falavamos pelo Breno mas tinha amizade.
-bom dia.
-bom dia, tudo bem?-ele se sentou a minha frente e a Mari também. 

-Tudo e com você?

-estou melhor do que mereço.-sorriu.
Estranhei a Bruna não estar nem o Amarildo.
-Luan depois você vai acompanhar a Raquel até o apartamento?-ouvi a voz do meu ex-sogrão.
-sim pai.
-ah mas eu não sabia.-disse me entrometendo.
-agora sabe.-disse com algum humor e eu sorri.
Peguei uma chicara de café e duas panquecas.
O ambiente era estável e agradável.
Comi e a Mari e o Amarildo saíram me deixando a sós com o Luan.
-é... e como tem se dado sozinha?
-é terrível..-respondi .
-imagino que sim..o Breno sentiu muitas saudades, acho que poderia ter mostrado pra ele suas marcas.. eu falei que tinha caido e ele acreditou.
-preferi assim..-me senti desconfortável e ele tambem.
Me levantei e ele tambem, ficamos nos encarando alguns minutos.  

  Ele estava diferente, talvez um pouco mais magro.
Os olhos dele fitavam os meus, eu não conseguia fazer mais nada a não ser respirar.
Luan veio na minha direção e me abraçou com força, que saudades daquele cheiro, saudades de estar nos braços dele.
Levantei a cabeça para ver seu rosto e ele foi se aproximando e me beijou.
Invadi a boca dele e ele a minha, foi um beijo de saudades, amor, carinho... não demorou muito até sentirmos o gosto salgado das minha lágrimas e ele as limpou e me deu um beijo na testa.
-me desculpa.-ele sussurrou junto aos meus lábios. -desculpa por quê? -por isso que aconteceu agora..
-eu tambem quis ne..
Ele sorriu sem jeito e eu acaricieei o rosto dele.
-senti muito a sua falta esses dias todos..
-eu tambem..-disse me lembrando dos momentos sozinhos que passei.
-sabe eu fiquei pensando se nós dois não..
Fomos interrompidos pelo Breno que veio correndo pra mim.
-mamãe mamãe!-peguei ele e o girei.
-saudades de você meu amor!-enchi ele de beijos.
-saudades!
Meu pequeno começou a chorar e aquilo me partiu o coração, talvez eu nao devesse ter passado tanto tempo longe dele.
-oh meu anjinho, eu to aqui.-as lágrimas dele me comoviam mas me segurei.
-promete que nunca mais vai embora?
-prometo amorzinho.
Ele me sorriu e limpei o rosto dele.
-papai agora somos uma família outra vez?
-sempre fomos filho.-Luan pegou Breno.
Eu sorri e Breno me puxou e os abracei.
-Breninho o papai e a mamãe ja vai pra sala, pode ir?
-sim.
Ele desceu do colo e foi pra sala.
-mas Raquel como eu estava dizendo.. esses dias foram os piores e sempre que acordava te procurava do meu lado, tenho um pedido para te fazer.
-faça. 

-podemos voltar a ser uma familia?

-sim, podemos tentar de novo!-a alegria me consumiu e nos beijamos.
Nós entrelacamos os dedos e fomos para a sala e os pais dele sorriam.
Breno não me soltava nem um segundo, arrumei o Breno e o Luan se juntou a nós quando anucieei minha ida ao apartamento, sim, eu ia mudar na mesma porque o apartamento era mais perto da casa dos pais dele.
Chegamos lá e o Luan abriu a porta, estava tudo como deixei, tinha muito pó e meus espirros começaram. -

depois a Helipa passa aqui pra limpar.  

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