Desconfiança Excessiva

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 - Ele está escondendo alguma coisa. Eu posso sentir isso.

A minha afirmação faz Deidara bufar e revirar os olhos, enquanto lia uma revista qualquer deitado em minha cama. Coloco meus cotovelos sobre o apoio de braços da cadeira e entrelaço meus dedos, enquanto apoio meu queixo sobre as mãos. O loiro, ao notar que eu não deixaria o assunto de lado, abaixa a revista e me encara.

- Você não acha que está exagerando Sasuke? – Questiona o outro, encarando-me entediado. – Pelo que me contou, ele não fez nada demais. Você e Naruto é que deviam se controlar e parar de transar toda vez que vocês se encontram e em qualquer lugar como se o mundo fosse acabar.

- Você fala isso, porque mora com o Sasori, o ver todos os dias e não precisa treinar o dia todo como se sua vida dependesse disso. Desde que entramos na universidade, por causa dos treinos, nós dois quase não nos encontramos. Nós estamos tão ocupados treinando nossas equipes e sendo capitães, que sempre que nos vemos, queremos aproveitar. – Resmungo um pouco envergonhado e ele dá de ombros, sem realmente poder argumentar contra. – E não estou dizendo isso, porque ele atrapalhou nosso momento, se é isso que está insinuando.

- Então qual é o problema? Porque eu juro que não vi nada demais nesse colega de quarto do Naruto. – Pergunta Deidara, confuso. No entanto, não demora muito para que um sorriso malicioso formasse em seus lábios. E antes que eu pudesse falar algo, ele se levanta e aponta para mim, rindo alto. – Você está com ciúmes do Naruto! É por isso! Você não gostou do fato dele ser um fã do Naruto e menos ainda que esse garoto está dividindo o quarto com o seu namorado!

- Cala a boca, Deidara! Ciúmes? Eu? Com ciúmes do Naruto? Não diga bobagens. – Vocifero, irritado. Isso só faz com que Deidara risse ainda mais. Pego a almofada que estava em minhas costas e jogo contra o rosto do loiro, que cai na cama, gargalhando. – Eu não estou com ciúmes! Eu não tenho ciúmes do Naruto.

De repente a porta do quarto é aberta e vejo meu colega de quarto entrar no cômodo. Ele nem mesmo se dá ao trabalho de nos encarar. O veterano era exatamente o tipo de pessoa fechada que não se importava com nada e nem ninguém. Deidara continuava a ri, como se eu fosse a piada mais engraçada do mundo.

- Ei, Hiroto, fala para o Sasuke que ele está sim com ciúmes do namorado dele e que isso não é algo anormal. – Pede Deidara e eu reviro os olhos. Hiroto o encara com tédio assim como fazia todas as vezes que nos encarava.

- Eu não ligo. – Responde o garoto de longos cabelos chocolate e olhos negros. Ele pega a guitarra que estava ao lado de sua cama e antes de sair se vira para mim. – Eu não volto hoje. Já sabe o que fazer.

- Tudo bem. – Concordo, desinteressado. E então ele vai embora como se não nos conhecêssemos.

Como moramos no campus da universidade, nós deveríamos seguir as regras do dormitório. Uma delas é que jamais deveríamos sair do campus à noite durante a semana. Temos que estar nos nossos quartos até as onze horas da noite. Por algum motivo que não me importava, Hiroto não dormia no campus algumas vezes na semana. Então fizemos um acordo. Eu o acobertava quando ele saia e ele me deixava em paz, permitia que eu trouxesse quem eu quiser para o nosso quarto - contanto que não mexesse nas coisas deles -, e me acobertava nas vezes que eu ia dormir no quarto do Naruto ou quando saia com ele e chegava mais tarde.

- Ele é tão entediante e chato. – Resmunga Deidara, finalmente parando de ri. Reviro os olhos e volto a me encostar na cadeira. – Mas sério, Sasuke. Tudo bem ter ciúmes do Naruto. Eu também tenho do Sasori. Odeio esses fãs de basquete que ficam se jogando para cima dele toda vez que lembram como ele era bom nas quadras.

- Deidara, pela última vez, não é ciúmes. – Digo, impaciente.

O loiro se levanta e se senta na cama de frente para mim. Seu rosto estava tão sério que nem parecia o mesmo idiota que havia rido como uma hiena alguns minutos atrás. Eu o observo, confuso, sem saber o que se passava dentro da cabeça tonta do rapaz. Ele então se aproxima de mim, como se fosse me contar um segredo.

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