Beautiful Dangerous

Consequências Inesperadas

O corredor branco do hospital nunca pareceu tão sufocante como naquele momento. O vai e vem constante de médicos, pacientes e enfermeiros nos deixavam ansiosos. Sasuke estava ao meu lado, com os cotovelos sobre os joelhos e o queixo apoiado sobre suas mãos. Seus olhos estavam distantes e eu sabia que a culpa o consumia naquele momento. Respiro fundo, tentando controlar a minha fúria. Nagato havia ido longe demais.

Sasuke joga o corpo para trás e suspira, inquieto. Coloco minha mão sobre a dele e entrelaço nossos dedos, absorvendo um pouco de seu calor. Ele me encara com preocupação e medo. Nós já estávamos no hospital há duas horas e até o momento, não havíamos recebido nenhuma notícia dos médicos sobre o estado de saúde de Deidara.

Os treinadores Yoshino e Yamamoto também estavam conosco e pareciam exalar tanta frustração pela demora quanto nós. E então, após muitos suspiros e preces por notícias, um médico aparece. Ele carregava uma prancheta na mão com uma seriedade preocupante. O homem então nos encara e Sasuke e eu imediatamente nos aproximamos do médico junto aos treinadores.

- Creio que sejam os responsáveis por Deidara Kawamoto. - Sugere o homem, ajeitando os óculos de lentes grossas sobre o nariz.

- Sim, doutor. Como o Deidara está? - Pergunta Sasuke, apreensivo.

- A queda que ele levou ocasionou em alguns ferimentos pelo corpo e duas fraturas na perna direita, então tivemos que realizar uma pequena cirurgia para colocar os pinos e tratar a fratura exposta. Ele também trincou a clavícula. Devo dizer que ele teve muita sorte de não ter se machucado mais gravemente. Mas, ele ficará bem. Precisará tomar alguns anti-inflamatórios e muito repouso. - Explica o médico e finalmente podemos suspirar aliviados. - Ele precisou tomar alguns remédios fortes para dor e no momento está dormindo, mas se quiserem, vocês podem visitá-lo. Apenas peço que entrem no máximo dois por vez.

- Nós queremos sim. - Afirmo, ansioso. Sasuke e eu olhamos para nossos treinadores, quase como implorassem para que deixassem que fossemos na frente.

- Vocês podem ir. Eu preciso conversar com o médico sobre os cuidados com o Deidara e avisar a família dele que ele está bem. - Responde o treinador Yamamoto, suspirando. Ele se vira para o treinador Yoshino e dá um sorriso sem graça. - Parece que teremos muito trabalho pela frente.

- Parece que sim. - Concorda o treinador Yoshino, dando um sorriso cansado.

- Pedirei a uma enfermeira que conduza vocês até ao quarto do paciente. - O médico então faz sinal para uma mulher corpulenta que passava no momento para se aproximar. Ela faz como é solicitado e nos encara com seriedade. - Leve os dois rapazes ao paciente do quarto 116.

- Sim, senhor. - Concorda a mulher, sorrindo gentil para nós. - Por aqui, por favor.

Seguimos a enfermeira até o quarto de Deidara, que ficava ao fim do corredor no primeiro andar do hospital. A tensão era quase visível entre nós, mas ao mesmo tempo, já estávamos mais aliviados por saber que ele não corria mais nenhum perigo. Observo meu namorado durante o caminho. Conhecendo-o bem, ele se culparia eternamente pelo que aconteceu com Sasori e Deidara.

Assim que chegamos em frente ao quarto, pego em sua mão e ele entrelaça seus dedos nos meus, como se procurasse algum apoio. Eu conseguia sentir todo seu nervosismo e sabia que ele temia o que encontraria do outro lado da porta. E como eu imaginava, ver Deidara todo machucado era revoltante e frustrante. Ele estava com o ombro e uma parte do tórax enfaixados, a perna com pinos erguida e uma faixa em sua testa, onde ele havia machucado durante a queda. Como o médico disse, havia sido um milagre ele não ter se machucado mais gravemente após cair de aproximadamente quinze degraus de um lance da escada.