Descobrindo a Verdade

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A bola rolava pelo campo, enquanto os jogadores do time adversário vinha em minha direção. Deslizo entre dois zagueiros e continuo a correr em direção ao gol do outro lado. As torcidas gritavam e se animavam conforme eu ia me aproximando. Nós tínhamos apenas cinco minutos de acréscimos para marcar um gol e virar o jogo, que estava empatado em um a um.

Passo a bola para Yuto, que estava na minha lateral direita, quando vejo mais três jogadores adversários se aproximando de mim. Ouço os gritos do treinador, acompanhando nossa corrida do lado de fora do campo, incentivando que continuássemos no ritmo que estávamos. Quando finalmente consigo me livrar dos jogadores que me marcavam, Yuto passa a bola para mim novamente. Eu estava cada vez mais próximo da área do gol.

A adrenalina corria pelas minhas veias. A cada passo dado, mais pressionado eu me sentia. Nós precisávamos vencer esse jogo para irmos para as finais. Minha respiração queimava e saia pela minha boca. Meu coração batia descompassado, violento. Meu corpo já implorava por uma pausa, cansado dos dois jogos do dia. Como era de se esperar, a competição estava ficando cada vez mais acirrada. A diferença de habilidades das equipes estava diminuindo cada vez mais. E com isso, cada jogo estava se tornando uma prova de resistência para nossos corpos e mentes.

E então estou de frente para o gol. Um chute poderia mudar por completo o rumo da partida. A decisão dos últimos minutos do jogo estava em minhas mãos. Posiciono-me da melhor forma que posso e no momento em que vou chutar a bola, sinto um forte impacto em meu tornozelo. Surpreso, viro meu corpo e acabo caindo de ombro contra o chão. Preciso de alguns instantes para me situar, mas logo sinto meu pé direito latejando.

O apito do juiz da partida ecoa e logo estou cercado pelos jogadores, enquanto aperto meu pé e resmungo de dor. A equipe de preparo físico se aproxima e o tumulto que havia sobre mim é afastado. Respiro fundo e olho para os dois homens que me ajudam a sentar. Eles esticam minha pena e analisam o ferimento. Não havia sido grave, mas havia rasgado a minha meia e deixado marcas em meu tornozelo. A decisão do juiz é clara. Pênalti para minha equipe. Uma chance de marcamos um gol aos quarenta e nove minutos do segundo tempo.

Levanto e ignorando a dor, aproximo-me da minha equipe. Eu marcaria o pênalti. Respiro fundo mais uma vez. Precisava me livrar da tensão que sentia e não me deixar levar pelo peso da responsabilidade que estava sobre meus ombros. Todos estavam exaustos e almejavam a vitória. Coloco-me em posição e então somos somente o goleiro adversário e eu. Esvazio minha mente e me concentro apenas na bola.

Todas as atenções estavam voltadas para mim. Limpo o suor que descia pelo meu rosto, enquanto observo o jogador a minha frente. Ele se prepara. Seus olhos se focam sobre mim. O apito ressoa pelo campo e então a jogada está liberada. E sem pensar muito, corro em direção a bola e a chuto contra o gol com a perna esquerda, surpreendendo a todos, que não imaginavam que eu era capaz de ter o domínio da bola com as duas pernas.

E então a bola traça um caminho incerto demais para o goleiro saber que lado ela atingiria. Surpreso e ansioso demais, ele permanece parado e quando finalmente descobre onde ela acertaria já era tarde demais. A bola entra com intensidade no canto superior do gol. O jogo então termina. A equipe da Universidade de Tóquio estava classificada para as finais do Campeonato Nacional Esportivo. A comemoração se inicia e um suspiro aliviado escapa de meus lábios. Meus colegas de equipe se jogam sobre mim, sem acreditar que finalmente o jogo havia chegado ao fim e com a nossa vitória.

Olho para a arquibancada e vibro com o público. Após toda a comemoração, os jogadores voltam para os vestiários e a realidade me atinge ao notar que Deidara não estava lá para me receber aos gritos e comemorações. Suspiro. Ainda que eu tivesse dito que não ficaria sofrendo pelo que aconteceu, era difícil não me preocupar com o estado de saúde dele ou como assumir a culpa para que eu não fosse punido poderia prejudicar o futuro de Sasori.

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