Capítulo 6

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Sophia

Quando vi que o homem que eu tinha derrubado meu café era o gostoso da noite passada, quase tive um surto. Ele estava com um jornal em uma mão e uns papéis, que caíram no chão quando nos esbarramos, na outra. Quando EU me esbarrei nele, para dizer a verdade. Ele ainda não tinha me visto, ainda estava surpreso e encarava a mancha enorme de café que se espalhava em sua roupa cara.

Coitado!

Aproveitando que não tinha olhado para mim, me virei e corri para o elevador, que por sorte havia chegado bem na hora.

– Ei! Volta aqui! – ainda pude escutar ele gritar antes das portas fecharem.

Suspirei aliviada e apertei o botão do andar da presidência.

Que porra ele está fazendo aqui? Será que trabalha na empresa? Não, seria muita coincidência.

Ele deve estar apenas de passagem. Um cliente, talvez?

É, só deve ser isso. Tem que ser isso!

O elevador abriu e fui até a recepção, onde Carla, a secretária de papai, ficava.

– Carlinha, meu anjo, avise a papai que já cheguei, por favor. – pedi sorridente.

Gosto muito de Carla, ela trabalha como secretária do meu pai há seis meses, já que Maria, a antiga, se aposentou. Carlinha tem vinte quatro anos e é muito bonita. Tem lindos cabelos ruivos que vão até seus ombros, olhos castanhos e uma carinha de menininha. A conheci na faculdade e logo a indiquei para o cargo. Ela está no segundo ano de administração, sua família não tem muita condição então ela mesma paga sua faculdade. Admiro muito seu esforço e determinação.

– Pronto, Dona Sophia. Senhor Diogo está a aguardando em sua sala. – informou enquanto colocava o telefone no gancho.

– Sophia, Carla. Somos amigas, então sem formalidades. – consertei-a e pisquei para ela.

– Mas...

– Sem mas. Agora já vou que o dever me chama. Beijinhos. – falei e fui para a sala do meu pai. Ou melhor, da presidência.

– Olá, Senhor Diogo. – cumprimentei-o enquanto entrava na sala. Amava aquele escritório. Era amplo e a decoração era em branco e preto. No meio tinha uma grande mesa de madeira escura, onde ficava apenas um computador e alguns papéis. No canto direito havia um sofá de couro preto e uma pequena mesinha de centro. Ao fundo havia uma imensa janela de vidro que tomava toda a parede.

– Senhor Diogo? – perguntou levantando uma das sobrancelhas.

Sorri sapeca.

– Sim, estamos em local de trabalho. Temos que ser profissionais, não é mesmo? – sentei-me na cadeira à sua frente.

– Vejo que está mesmo levando a sério esse negócio de trabalhar. – constatou, sorrindo divertido.

Aquilo realmente me magoou. Papai apenas me via como uma garotinha mimada, alguém que só pensava em compras e curtição com as amigas. Pois ele não perde por esperar. Farei com que ele se orgulhe de mim e veja o quão competente eu sou. Quem vai assumir essa empresa sou eu e mais ninguém!

Eu não sou apenas um rostinho bonito. E não vai ser meu pai ou um cara qualquer que vai me impedir de assumir a empresa que deve ser minha por direito!

Rafael

Rafael

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