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Aposto um Halls de melancia que você já deve ter ouvido alguma frase do tipo “você só sabe quem são seus amigos de verdade quando passa por uma fase ruim”. Ou, então, “são nos momentos que a gente está por baixo, na pior, que descobrimos quem são os verdadeiros amigos”.

Já ouviu, não ouviu?

Você concorda? Eu, sim.

Mas apenas em parte.

Ok, eu explico: é verdade que é quando estamos passando por maus momentos – financeiros, profissionais ou pessoais – que reconhecemos os bons amigos, aqueles que vão deixar de lado suas vidas e bater na porta da sua casa num sábado à noite para oferecer ajuda, tentar fazer você sorrir e dar apoio, ouvidos e colo.

Mas, ao menos para mim, o verdadeiro nivelador, o grande termômetro para avaliar quem são nossos grandes parceiros, amigos-irmãos, é a forma como eles reagem à nossa felicidade.

Convenhamos, é fácil consolar um amigo, tem até um certo prazer e vaidade em poder dar colo e apoio. Em ser necessário, em ser a base sólida.

Já vibrar com o sucesso dele quando a sua vida não anda lá essas coisas (ou até quem sabe anda) não é tão fácil assim. São poucos os amigos que ficarão tão empolgados e realmente alegres com a sua promoção no trabalho, felicidade amorosa ou a oportunidade de morar fora do país.

Alguns, os menos controlados, vão fazer algumas piadinhas “inocentes” e dizer sutilmente algumas frases para minar a conquista ou a deixar levemente insegura; outros, os mais controlados, ao contrário do primeiro grupo, se esforçarão em ficarem felizes por você, embora achem que você é apenas sortuda e não que essas coisas boas estejam acontecendo porque é esforçada e determinada a atingir seus objetivos; e, por fim, há aqueles poucos que ficarão genuinamente animados por sua felicidade e sucesso. Empolgados em querer ajudar a decorar a sua nova sala no andar da chefia, em saber todos os detalhes do cara incrível com quem você está namorando ou em ajudar nos preparativos antes da viagem.

Enquanto há amigos que apenas suportam a sua felicidade, há os que vibram tanto quanto você com cada uma das suas conquistas. E ainda a incentivam a conquistar mais: apoiam seus projetos, ouvem, perguntam, se mostram interessados e dão a maior força quando você decide embarcar numa fase empreendedora, por exemplo. Eles querem crescer junto com você e não antes ou sempre mais do que você.

Estes últimos são poucos. Menos até do que aqueles que vão estar ao seu lado nos momentos tristes. Isso não quer dizer que é preciso romper com todos os outros. Estamos falando da vida real, onde todo mundo é humano e sujeito a erros e a uma invejinha aqui ou outra ali.

Mas que essas situações servem de termômetro e ajudam a identificar os amigos-irmãos, ah, isso servem.

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