Capítulo 10.

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Capítulo sem Revisão.

Capítulo 10.

Blake Jackson.

Eu dirigia para a casa como um menino que tinha quebrado a melhor porcelana de sua mãe e escondido os cacos, mas que não estava arrependido.

Eu tinha uma surpresa para Hope em meu corpo, e apesar do medo sobre o que ela acharia, eu estava contente. Foram alguns meses desde que eu a conheci, jogada no chão daquele beco, mas porra, o que eu tinha com ela era real.

Toda vez que eu a amava, eu sabia que era real. Não era uma merda passageira.

Os sentimentos que eu tinha por ela... Eu nunca tinha sentido algo assim, e então só me pareceu tão certo fazer o que fiz.

Hope não me esperava em casa até as seis, então eu estava chegando uma hora antes. Estacionando o carro eu corro para casa, não contendo minha empolgação. Quando não a encontro na sala ou cozinha, corro para o nosso quarto somente para vê-lo vazio.

Franzindo a testa, eu abro minha boca para chamar seu nome, mas um choro chega até mim, saindo do antigo quarto de Hope.

A porta estava encostada, então quando eu a abri ela não percebeu minha presença. Deitada na cama, ela segurava uma foto em sua mão, e chorando, encarava o retrato.

– Hope. – Sussurro para não a assustar.

Mas ela pula, como se estivesse fazendo algo errado, e quando vai para esconder a foto se dar conta de que era tarde demais para isso. Eu já a tinha visto.

– Oi. – Ela força um sorriso. – Eu não o esperava até mais tarde.

Ela queria fingir que nada tinha acontecido, mas eu não deixaria isso para lá. Ela estava chorando, porra! Eu não poderia ser indiferente sobre isso.

– O que aconteceu? – Pergunto não retribuindo o sorriso, e avançando para ela.

– Você não deixará isso? – Eu nego com a cabeça. E suspirando ela senta-se na cama, pegando a foto. – São meus pais e eu.

Ela me entrega a foto, e eu vejo uma mulher que poderia ser Hope, só que mais velha, um homem alto com o sorriso brilhante, e uma pequena garotinha banguela, minha Hope.

Mesmo com a tenra idade, ela tinha os traços da mulher que se transformou, e facilmente eu poderia dizer quem era aquela menininha.

– Eu resolvi olhar meus pertences. – Ela indica a bolsa maltrapilha, que a acompanhava nas ruas. – Algumas fotos e documentos. – Ela dá de ombros.

– Sinto muito. – É o único que consigo pensar para dizer.

Ela sorri, como se soubesse que eu não sabia o que fazer em uma situação como essa.

– Tudo bem, isso é só doloroso ainda. Mas eu me seguro ao fato de que eles morreram juntos. – Eu arqueio uma sobrancelha e ela explica. – Eles amavam-se muito, e eu não acredito que um poderiam ter sobrevivido sem o outro.

Minha cabeça voa pensando que, se algo acontecesse a ela, eu também não sobreviria. Como poderia?

Tentando tirar tais pensamentos de minha mente, e deixa-la mais feliz, eu sorrio, fingindo que minha cabeça não tinha ido nesse lugar sóbrio sem Hope, e a pego em meu colo.

– O que é isso? – Pergunto quando percebo o anel brilhante em seu dedo.

– É o anel de noivado da minha mãe. Eles me deram quando ela morreu. Herança da família do meu pai, passou por quatro gerações, era esperado que meu irmão desse para sua noiva, mas desde que eu não tenho um irmão, o anel viria para mim.

BLAKE (ÚNICO/DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora