O ônibus escolar cheirava à massinha e sanduíche de atum e o barulho das crianças gritando e rindo fazia Jon infeliz. Ele nunca se importou muito com bagunça ou risadas, desde que fizesse parte daquilo. E ele não era.
Sentado na penúltima fileira de assentos, melancólico, observava a paisagem coberta por neve, evitando o desconforto de não encontrar nenhum rosto conhecido. O inverno nem fazia sentido sem ninguém para travar uma guerra de bola de neve ou esquiar.Estava frustrado com o pai que, para variar, estava fora desde que se mudaram e não sabia se isso apenas piorava tudo.
Do que adianta salvar o mundo todo e deixar o próprio filho de lado?
Jon sabia que não estava sendo justo, mas agora não era hora para sentir pena do homem mais forte do mundo.Ajustando o óculos no rosto novamente, Jon reprimira sua insatisfação. Antes, adorava a ideia de ter de usar um disfarce, como o pai. Fazia-o se sentir importante e seu peito se enchia de orgulho.
Agora, era só mais um lembrete de que ele não estava lá.
Um menino, na fileira da frente, havia chamado a atenção de Jon. Ele era ruivo e seu rosto, como era de se esperar, sardento. Parecia tenso e agarrava-se à mochila como um salva-vidas.
Se Jonathan Kent não estivesse tão ocupado sentindo pena de si mesmo, talvez não houvesse ignorado sua intuição de que algo errado iria acontecer.
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N/A: Agradeço pelas pessoas que estão acompanhando (o que são mais do que eu imaginei). Não prometo postar regularmente, mas sempre estou pensando no próximo capítulo.
Obrigada.