Lee Donghyuck se sentia vazio.
A cada minuto em que passava trancado em seu quarto, podia sentir como se um buraco negro crescesse dentro de si. Ouvia os passos agoniados de seu pai abaixo de si, o garoto não sabia se seu progenitor estava bêbado ou não, apenas conseguia ouvir o mesmo andar de um lado para o outro, subir as escadas e depois descê-las. Talvez o homem estivesse a procura de algo, ou alguém. Mas isto não era uma boa razão para o adolescente sair de seus aposentos.
Olhou envolta de si e desejou com todas as forças cabíveis em seu corpo, que sua mãe estivesse ali. Assim, a mulher poderia acalmar o marido com as palavras doces que sempre carregava no vocabulário, poderia também, subir as escadarias e ir até onde Donghyuck estava, ter uma daquelas conversas chatas que toda mãe tem com seu filho, estas que o antes citado nunca teve.
Desejou também naquele instante, se prender dentro de um casulo, como as borboletas, mas não estaria a espera de uma metamorfoses, estaria apenas se protegendo, pois talvez com um casulo envolta de si, poderia contar ao seu pai toda a verdade cabida em si. Aquela mesma verdade que saia distorcida em conversas, que se vestia de mentira e entrava nos ouvidos alheios. Donghyuck estava cansado de dizer que não gostava de garotos, quando fazia totalmente ao contrário.
Sabia o que aconteceria se o contasse, e sinceramente, não estava com a mínima vontade de apanhar.
Olhou para o outro lado da janela e pode ver que o seu novo vizinho chegava, juntamente com o caminhão da mudança. Se sentia entediado, por isso, apenas checou se sua porta estava realmente trancada e voltou a se sentar em sua cama, lugar onde tinha a vista perfeita para a casa ao lado. Podia enxergar uma carro chegando logo após o caminhão de mudança começar a deixar as coisas ao gramado.
A mulher foi a primeira a descer, parecia animada com a nova casa, e se Haechan não passasse tanto tempo na frente do computador, poderia até mesmo ver um sorriso estampado no rosto da desconhecida — mas a vista ruim não o ajudava. O marido desceu logo depois desta, e em seguida, um adolescente. O último a sair parecia entediado e usava óculos escuros mesmo não estando tão quente assim naquela região. Este pareceu notar o olhar atento carregado sobre si e os familiares, pois se virou diretamente para onde Donghyuck estava.
Dor, fora o primeiro sentimento que o corpo do coreano sentiu quando suas orbes encontraram a do estranho. O rosto era tão lindo, a pele, cada detalhe visto dali parecia extremamente crucial para completar a beleza naquele ser.
O jovem então, se levantou da cama em que estava após ouvir o barulho de algo se quebrando. Fechou a cortina e deu alguns passos para trás, não demorou ao ouvir as batidas fortes e raivosas de seu pai na porta. Estava com medo a ponto de desejar a morte ao ver encarar seu pai, afinal, não estava preparado para o que viria.
Abriu a porta e sentiu o baque do empurrão alheio, enquanto o homem possuia o rosto avermelhado e o típico cheiro de álcool. Ouviu cada uma das palavras desprezíveis que foram direcionadas a si, e mais uma vez naquele dia, desejou que estivesse morto no lugar de sua tão amada mãe. Donghyuck sabia que não havia como o câncer da mais velha ter sido sua culpa, mas o outro insistia em culpa-lo, dizendo que ter um bebê apenas piorou o estado de sua esposa.
Lee Donghyuck se sentia culpado e vazio.
xxx
pois então, primeiramente: isso é uma songfic baseada em 'daddy issues' do the neighbourhood, eu vou usar essa música e void (também deles) como base para essa fanfic.
talvez tenha conteúdo adulto, cenas de violência e outros, então não leia se não se sentir confortável.
é isto, boa leitura!
VOCÊ ESTÁ LENDO
daddy issues ― MARK+HYUCK.
FanfictionLee Donghyuck nunca achou que teria problemas em esconder de seu pai e família que era gay. Até que com a chegada de seu novo vizinho, começa a ver dificuldades em manter tal segredo. 「 homophobia; +18; songfic; hiatus. 」