Querido diário otário, lá estava eu me encaminhando em direção ao inferno em forma de tortura, chamado, ensino médio. Era meu segundo ano naquela prisão e eu ainda não tinha me acostumado com toda aquela merda tóxica.
Não digo o colégio, mas sim as pessoas que habitavam nele. Elas sim eram tóxicas, tão tóxicas que mesmo se estivessem a cem metros de distância, eu ainda sentiria o cheiro de gente nojenta e esnobe.
Com minha mochila beje nas costas e meu moletom cobrindo a maior parte de meu corpo, estava eu em plena 06:30 da manhã andando pelas ruas da minha cidade grande.
Sim, eu ia todas as manhãs sozinha para escola, digamos que eu não sou o tipo de "pessoa que se socializa". Eu sou na minha, e gosto disso. Pelo menos assim posso evitar o máximo de pessoas que possam me machucar de alguma forma.
Não que eu seja algum tipo de "mocinha delicada que não sabe se defender", na verdade eu me acho bem forte, nunca precisei de um homem que me defendesse, eu sempre me defendia.
Minha mãe costuma dizer que eu sou a garota mais forte e corajosa da família, não baseado no meu físico, porque eu sou bem magrela, mas sim na mente e na alma.
A verdade é que lá no fundo eu concordo com ela, afinal, não é todo mundo que quebra o nariz de um garotinho mimado no primário. E sim, eu quebrei o nariz de um garoto no primário. Não tentem me julgar, ele mereceu aquele soco.
Lembro até hoje o quanto que aquele garoto chorou como uma "menininha", e eu não o culpo, aquele soco foi bem feio. Também, quem mandou ele ficar me chamando de "menina estranha", durante meses seguidos.
Confesso que senti um pouco de pena e até tentei me desculpar no dia seguinte, mas já era tarde, aquele garoto já tinha criado um ódio imenso por mim.
Uma semana depois todos do primário me chamava de " a garota estranha", e assim eu fiquei conhecida até o final do fundamental. Aquele garoto tinha colocado a escola inteira contra mim. De forma direta, andar comigo virou "suicídio social".
Mas posso dizer que uma coisa mudou, agora eu já não era conhecida como " a garota estranha", mas sim " a nerd esquisitona". Um apelido carinhoso também inventado pelo meu querido amiguinho mimado, que agora, era o garoto mais popular de todo o ensino médio.
Edward Jones, o garoto mais esnobe e metido que eu já conheci em toda minha vida.
Aquele idiota passava nos exames com as maiores notas sem ao menos mover um músculo. Ele tinha "privilégios" por ser filho do diretor e líder dos atletas do basquete.Enfim, mais um ser desagradável que eu tinha que engolir e conviver todos os dias de minha vida escolar na escola Riveston.
É claro, eu não odiava TUDO naquela escola, na verdade, só os alunos babacas que ali habitavam.Tinha poucas coisas que eu gostava de todo esse drama escolar, uma delas é a biblioteca. Um lugar calmo e tranquilo onde eu passava a maior parte do tempo.
Eu gostava não só dos maravilhosos livros que nela continha, mas também da paz que aquele lugar exalava. Era o único lugar naquela escola que eu não era insultada.
Já podia ouvir as vozes escandalosas vindas de dentro do colégio a cada passo que eu dava .
Automaticamente, escondi a parte do meu cabelo tingido de azul dentro da touca do moletom que usava, ajeitando meu óculos em seguida.
Ao entrar no campus, pude perceber vários dos alunos conversando entre grupos, e a outra metade se agarrando mais ao fundo.
Revirar os olhos foi impossível quando vi Edward Jones logo ao lado esquerdo do pátio com seu grupo de amigos babacas.
Uma loira estava sobre seu colo, enquanto seu grupo de amigos conversavam entre risos e olhadas maldosas em minha direção.
Todo mundo naquela escola me odiava, e tudo isso graças ao idiota metido a besta chamado, Edward.
Percebo que um de seus amigos sussurra em seu ouvido algo que eu obviamente não conseguia ouvir, só sei que é sobre mim quando seu olhar de ódio encara minha pessoa.
Tentando mostrar que ele não me atinge, mantenho meu olhar firme, antes de revirar os olhos e seguir corredor a frente.
Nunca abaixei a cabeça para aquele idiota, e não vai ser hoje que eu vou fazer isso.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Diário De Uma Nerd Esquisitona [Em Revisão]
Teen FictionClassificação: +16 Sexo. É o que todo adolescente de 16 anos pensa em fazer antes de terminar o ensino médio. Menos Katherine. Ela que sempre foi considerada a "nerd esquisitona", desde seu primeiro ano na escola Riveston, agora tem que enfrentar o...