* Capítulo Trinta *

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Ao chegar ao andar de baixo me deparo com minha mãe de costas para mim, suas mãos na cintura e sua postura tensa me fazem tremer.

- Mamãe, Josi disse que queria falar comigo, certo? - pergunto quebrando o silêncio tenso

- Não se faça de ingênua Katherine, você já sabe muito bem do que eu quero falar! - responde ríspida

- Imagino que seja sobre o que aconteceu hoje mais cedo da escola...- engulo em seco - o diretor ligou pra você, não foi?

- Sim, foi sim! - responde se virando para mim - e imagina minha surpresa ao saber do que se tratava!

- mamãe, eu...

- Eu, eu, eu, você sempre começa assim quando vai começar a inventar desculpas Katherine, estou farta! - berra me fazendo sobre saltar - eu dou duro para te manter naquele colégio ainda mais depois da morte de seu pai...- respira fundo - e tudo pra que? Pra você sair beijando meninas na boca?

- Eu sei que fui irresponsável mamãe, mas em nenhum momento eu quis te prejudicar ou te deixar triste!

- Não quis me prejudicar mas prejudicou e MUITO, prejudicou nossa imagem, nosso legado, prejudicou o sobrenome Bennett!

- Foi só um beijo.

- Só um beijo? - sorri irônica - "só um beijo?" - esperneia - pra você pode ter sido só um beijo mas pra mim isso foi uma humilhação!

Minha mãe estava furiosa mas mais que isso, ela estava triste e eu podia ver a decepção em seis olhos.

- Minha única filha,minha única herdeira, minha menininha de ouro que nunca nem sequer tirou uma nota vermelha, porque Katherine? Porque tem que me decepcionar tanto assim!

- Mamãe, eu sinto muito mesmo, eu...- tento me aproximar da mesma que de imediato se afasta do meu toque, meu coração dói

- Eu estou com vergonha de você, e completamente decepcionada!

Suas palavras me atingem como uma bala no peito, eu mal conseguia encarar seus olhos mas era evidente a tristeza e decepção neles.

- A partir de hoje você está de castigo, sem celular, sem seus livros, da escola pra casa durante um mês! - ordena ríspida - e quero que corte qualquer laço que tiver com essa tal menina, ela não é boa companhia!

- Mas mamãe a senhora não pode fazer isso, Lisa é minha única amiga! - digo tentando segurar o choro

- Amiga? - debocha - uma amiga que você beija na boca Katherine? Isso é amizade pra você? - berra

-Isso foi um erro, eu agi por impulso, Lisa não tem nada a ver com isso, eu errei! - acabo levantando um pouco a voz, o que faz minha mãe me lançar um olhar incrédulo me repreendendo

- Pra mim pouco importa que está certo ou errado, aguente as consequências de seu ato mocinha!

- Isso não é justo, minha vida escolar é um inferno, Lisa me faz esquecer desse inferno mesmo que seja por alguns minutos no recreio ou poucas horas andando pela rua, ela me faz esquecer mamãe!

- Devia ter pensando nisso antes de fazer o que fez!

- Isso não é justo! - digo secando algumas lágrimas que rolavam pelo meu rosto

- Sabe o que não é justo Katherine? Eu vou te dizer o que não é justo! - ela se aproxima de mim me olhando nos olhos - Não é justo eu gastar o pouco de dinheiro que temos pra minha filha beijar meninas ao invés de estudar! - diz ríspida ao se afastar - Agora vá para o seu quarto e fique lá, eu não quero te ver hoje!

《 》

Edward narrando...

Eu só estava começando a brincadeira, dedurar Katherine para meu pai era o primeiro passo.

Era pra mostrar pra ela que eu não tava brincando quando declarei guerra.

Ela achou mesmo que ia me enganar com aquele papo de não me querer, isso é impossível, todas me querem.

Era questão de tempo até Katherine perceber isso, ela viria correndo aos meus pés, era questão de tempo.

Eu dei a idéia de meu pai chamar a mãe de Katherine aqui pra mim botar mais pilha.

Óbvio que ela acreditou em tudo que eu disse e mais um pouco.

Tadinha de Katherine, da dó só de lembrar da coitadinha.

Eu incentivei Melissa a usar isso como desculpa pra separar as duas.

Katherine já já estaria aos meus pés, eu usaria ela e depois espalharia pro colégio todo e com certeza sem aquela amiguinha dela em seu lado a faria sofrer mais.

Abandono meus pensamentos quando sinto dedos me cutucando.

- Vai cutucar a vó caralho! - digo antes mesmo de ver quem era o infeliz

- Uiii, a menininha tá braba Andrew é melhor não chegar perto, ela morde! - Dylan debocha, esse cara adorava me irritar

- Mano porque você não vai se foder?

- É que eu tô cansado mano, eu já fodi bastante sua irmã daí minhas energias acabaram, entende? - diz com um sorriso malicioso

-Eu nem tenho irmã seu merda! - debocho socando seu braço

- Caralho cara, agora tu viajou legal! - Andrew começa a rir junto comigo, Dylan logo fecha a cara de esparramado na cadeira

- Quando você aprender a zoar tu fala comigo! - provoco o mesmo que como resposta me mostra o dedo do meio

- Mas eai mano, porque saiu daqui levando a nerd daquele jeito? - Andrew pergunta com as sobrancelhas erguidas

- Sei lá, só me deu vontade! - digo dando de ombros

- Ou talvez ele só ficou puto porque a nerdzinha dele beijou uma mina antes dele! - Dylan debocha me fazendo olha - lo com uma cara de cu

- Eu? Puto? Por causa da nerd? - gargalho - se toca mano, isso aqui não é a porra de um conto de fadas, se eu pegar a nerd vai ser pra tirar uma com a cara dela e só isso!

- Já que é assim...- Dylan levanta da cadeira vindo em minha direção - vamos fazer uma aposta? - pergunta com um sorriso malicioso nos lábios

- Que tipo de aposta?

- é simples...- ele começa dando voltas - se você tirar o cabaço da nerd primeiro que eu você ganha!

- Estamos falando de quantos?

- 10 mil se você ganhar, 10 mil se eu ganhar!

- 50 mil! - corrijo com autoridade

Andrew me olha incrédulo, com certeza se perguntando porque estou apostando tanto na nerd, era simples, eu sei que vou pegar ela primeiro, eu tenho certeza que vou e 50 mil não é nada pra mim mesmo.

Dylan fica me encarando por alguns segundos parecendo pensar bem antes de dizer qualquer coisa.

Quando eu penso que ele vai da pra trás e se cagar ele diz:

- Apostado!

O Diário De Uma Nerd Esquisitona [Em Revisão]Onde histórias criam vida. Descubra agora