Os caminhos da bailarina Cielo Mágico e do arqueólogo Nicolas Bauer se cruzam inesperadamente enquanto ele busca a sua tão sonhada Ilha de Eudamón: a ilha das crianças felizes, fazendo-os se apaixonarem perdidamente e fazendo com que Cielo encontre...
Nico retornou à mansão perturbado. Marcos Ibarlucía havia estado perto dele e de seu filho todo aquele tempo e ele nem desconfiou de nada. Agora ele queria ter seu filho, e para piorar afirmava ser seu meio-irmão. Era tudo muito distorcido e misterioso. A única pessoa que poderia lhe confirmar a verdade era Berta, mas como sempre seu celular estava desligado.
Entrando na mansão, passou por Thiago, que vinha levando uma mochila nas mãos. Nico o cumprimentou ao passar por ele, absorto em seus próprios problemas. Thiago foi até a garagem e entrou no carro que seu pai havia lhe deixado as chaves. Ele colocou a mochila em que havia escondido as duas garrafas de vodka sobre o banco do passageiro ao entrar no veículo. Retirando uma das garrafas, bebeu mais um pouco, ligou o carro e saiu da garagem.
Começou a vagar sem rumo, beber e pensar nas palavras de seu pai que lhe rondavam a cabeça sem parar... "Você é um Bedoya Agüero". Aquela declaração lhe gerava repulsa. Ele pensou em tudo o que havia visto e ouvido. Agora entendia por que seu pai o enviara para Londres, e lhe repetia incansavelmente para que não se aproximasse das crianças da fundação. De repente, seu corpo relaxou, sua mente voou até o passado. Ele se viu no jardim de sua casa, no dia de seu aniversário de seis anos. Ele havia ganhado uma bicicleta com rodinhas de seu pai.
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Ele o chamava para pedalar até onde ele estava junto de sua mãe, e ele estava prestes a fazê-lo. Após levantar as rodinhas com a ajuda de seu pai para que não tocassem mais o chão, pisou no pedal para atingir o equilíbrio, e gritava para sua mãe que o olhasse de onde ela estava. "Olha mamãe, sem rodinhas!", disse sorrindo para ela que o esperava mais a frente. Seu pai lhe sorria, mas, de repente, a imagem se distorceu e aos poucos o que era seu pai se transformou em um monstro com presas e garras horríveis. O monstro começava a persegui-lo. Thiago pedalava muito rápido tentando escapar, mas o monstro que era seu pai o alcançou e levantou-o no ar jogando-o para cima. Sentiu um forte impacto de seu corpo contra o chão.
Quando o estrondo da batida do carro contra a árvore despertou-o de seu transe, de imediato Thiago compreendeu que não estava dormindo. Tudo escureceu de uma vez, como se as luzes se apagassem. Ele abriu um pouco os olhos e pôde ver a fumaça que o rodeava, os vidros quebrados, e suas mãos ensanguentadas. Alguém o sacudia, gritando. Ele se sentiu ser arrastado para fora do carro. Sentia um líquido quente escorrendo por seu rosto e precisou de esforçar para manter os olhos abertos. Ele ouviu uma sirene muito alta, a voz do homem que falava com uma mulher, aos gritos. Um clique em um de seus braços, depois no outro. Ele começou a sentir frio, sentia que o moviam outra vez, ouvia pessoas correndo, gritando. Alguém abriu uma porta de veículo. Via tudo muito embaçado, e uma luz muito forte o cegou. Então havia apenas o silêncio. Escuridão.
Alguém pedia a ele para não ir. Não ir para onde? Ele ouviu um grito e uma voz, uma voz que chorava de dor. Ele fez um grande esforço e conseguiu entreabrir os olhos. Haviam várias pessoas ao redor, e alguém com roupas brancas, manchadas com vermelho de sangue. Atrás dele podia ver Mar, que estava chorando muito. Ela chorava como ele nunca a havia visto chorar. Mar estava atrás de seu pai, que tinha uma expressão de terror. Ele também chorava muito. Ele viu seu pai abraçado com Mar, enquanto alguém fechava a porta, deixando-os do lado de fora. Alguém se aproximou com dois objetos nas mãos, encostando-os em seu peito.