Cristiano continuou fugindo da casa de sua mãe para a casa de seu pai durante todos os dias que se seguiram. Nada havia mudado. Carla estava com raiva porque estava convencida de que Nico não fazia nada para fazer com que Cristiano a obedecesse. Mas ele não conseguia escapar de jeito nenhum da visita à casa de seu pai, Marcos. Ia para lá, encontrava um canto e ficava apenas lendo qualquer coisa, sem dizer nada.
Uma tarde, quando Nico ia com Malvina para a clínica para que ela fizesse exames da gravidez, ficou surpreso ao ver um caminhão de mudança estacionado na frente do loft. Na verdade, não era o caminhão que o surpreendera, mas quem estava do lado de fora do loft.
- Cristiano me disse que um inquilino que morava aqui até recentemente saiu... - Disse Carla. - E embora seja um pouco apertado, pareceu uma boa ideia mudarmos para cá. Assim vocês podem ficar mais próximos.
Nico olhou para Cristiano, que piscou maliciosamente, e depois olhou para Carla. Aquela atitude era um exemplo perfeito de que a esperança era algo em que todos podiam se segurar. A mulher que havia desaparecido por tantos anos voltara. Ele a abraçou e agradeceu-lhe o que ela havia feito para mantê-lo perto de seu filho.
Nico estava radiante, tinha voltado a sorrir e a ter esperança. E enquanto Cristiano enchia um recipiente com água na cozinha da mansão, Nico começou a explicar a ele que teria um irmãozinho. Buscava as palavras, tentava ser delicado, uma vez que naquele ano a criança havia tido muitas revelações e novidades. No entanto, Cristiano, ocupado em suas ações, olhou para ele e disse com simplicidade:
- Sim papai, eu sei...
- O que você sabe?
- Mogli, antes de partir me disse: cuide de seu irmão... Era óbvio que Malvina estava grávida. Para felicitá-lo eu juro que não vou ficar com ciúmes. Agora olha o que eu encontrei. - Disse mostrando um cubo de vidro a seu pai.
- O que está fazendo com isso? - Nico ficou assustado ao ver que seu filho tinha guardado consigo o objeto.
- Com tantas coisas acontecendo achei que você estava muito ocupado, pai. Achei que fosse melhor eu mantê-lo seguro comigo. Agora, veja isto... - Disse colocando o cubo de vidro no reservatório de água. Nico ficou surpreso quando viu que o contato com a água fez o cubo começar a girar.
- Genial! Como você descobriu isso?
- O palácio dos três reis... Você se lembra de dizer que havia uma lenda prunier em que os três reis do palácio viviam cercados por água? Então eu pensei nisso.
- Você é um gênio. Agora... Qual é a utilidade dele?
Mal terminando de falar, Nico sentiu uma forte vibração e ruído no chão da mansão. Nico pegou o balde de água com o cubo imediatamente.
- Vamos subir!
Ambos subiram as escadas correndo, tentando detectar de onde o barulho vinha. Para sua surpresa, chegaram ao sótão, no quarto de Cielo.
- No quarto da Cielo? - Cristiano se perguntou pensando no que poderia ter causado aquilo.
- Eu não acredito, meu filho. - Nico disse pegando o cubo e colocando-o de volta na água, confirmando que o barulho realmente vinha de lá. Os mecanismos do relógio começaram a ranger, dezenas de objetos de metal começaram a vibrar e eles foram lentamente se aproximando do relógio. A vibração foi crescendo, crescendo, até que de repente a porta se abriu e Jasper entrou com um olhar de repreensão. O jardineiro da mansão Inchausti andou até o relógio, colocou a mão dentro do mecanismo, e fez algo que não puderam ver, mas que parou a atividade do grande relógio.
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Quase Anjos - A Ilha de Eudamón
FantasyOs caminhos da bailarina Cielo Mágico e do arqueólogo Nicolas Bauer se cruzam inesperadamente enquanto ele busca a sua tão sonhada Ilha de Eudamón: a ilha das crianças felizes, fazendo-os se apaixonarem perdidamente e fazendo com que Cielo encontre...