Desejos

7

Dois dias se passaram desde a última vez que falei com peixinho e muita coisa mudou em mim, meus sentimentos estão mais confusos que nunca. Tentei não sentir nada ou pelo menos não transparecer nada mas não funcionou, ando bem cabisbaixa, Rodrigo que vem me animando afinal ele é o único que realmente sabe de toda a verdade. Carol não tá nem aí pra mim, parece que ela já esqueceu minha existência! Mas fica sempre me encarando com os olhos frios e uma expressão neutra, quando tá perto do grupo dela parece que eu sou um monstro de tão feio que eles me encaram. Mas cansei de ficar chatiada por isso, tenho que me apegar ao prêmio afinal é pra isso que eu entrei aqui.
Daqui a pouco a festa começa, estamos todos na sala aguardando o Tiago falar ou liberar a porta, sinto o olhar de peixinho sobre mim, me analisando novamente, encaro ela que dessa vez não desvia até que é cutucada por Diego pra quem olha tristonha, ele puxa um assunto qualquer pra distrair ela e logo em seguida olha pra mim falando alguma coisa sem som, não consigo interpretar e viro de lado pra dá atenção ao meu grupo. A conversa foi interrompida com a voz avisando que porta estava liberada, saímos todos ansiosos e animados pra festa, fui em direção aos quitutes e logo em seguida fui pegar uma cerveja, vi que peixinho já estava na pista e fui dançar do outro lado. Algumas Cervejas depois eu já podia notar que estava animada de mais e encarei peixinho que já dançava próxima a mim, resolvi sair da pista pra ascender um cigarro e fui pra área da varanda
- deixa eu da um traguinho aí nega
Olho pra trás e vejo Carolina meio bêbada, mas não parecia tão louca a ponto de esquecer os últimos dias, dou o cigarro pra ela sem olhá-la
- tu tá com raiva de mim é?
- não!
- pois deveria.
- verdade.
- não tá com raiva, mas também não tá de boa.
- olha eu não quero problemas pra mim, você tá bêbada e eu não vou te dá corda pra amanhã você nem olhar na minha cara.
Acendo outro cigarro e vou em direção da pista de dança
- pode ficar com esse.

A noite foi seguindo e peixinho perecia descontar tudo na bebida, tava sempre repondo o copo e parecia e estar cada vez mais alterada. As pessoas começaram a deixar a festa e eu continuava a dançar junto com o Dan e o Rodrigo, até que vi peixinho cambaleando na minha direção
- você vai cair!
- você não tá nem aí, você é uma cuzona manipuladora
- sou mesmo. Agora vai tomar um banho pra tirar essa cachaça
- porque você fez isso? eu gostava tanto de você.
- Carolina eu não fiz nada, porque você continua acreditando nessa história?
- porque o Diego disse que escutou você falando isso pra Rodrigo, e Diego não ia mentir pra mim.
- não ia? Pois mentiu, eu nunca falaria isso e você sabe. Agora se você acha que é verdade o problema é seu.
- sua mentirosa!
Olho ela naquela situação vergonhosa falando alto, embolado  e Puxo ela em direção ao chuveiro da piscina e começo a tirar a blusa dela
- quem você acha que é pra tirar minha blusa?
- a pessoa que vai te botar de baixo do chuveiro.
- não te dei essa autoridade.
Parei olhei pra ela sem paciência
- a senhorita me permite tirar sua blusa e te colocar no chuveiro pra a senhorita parar de falar merda e voltar a realidade.
Ela me olha com uma cara de revolta e levanta os braços
- eu realmente gostava de você, de verdade. Queria até te da uns beijos, mas você é uma filha da puta
- filha da puta é Diego, E se você gostasse tanto de mim não teria acreditado nessas merdas. Agora cala a boca pra não se arrepender amanhã.
Ela encolheu os ombros e eu liguei o chuveiro.
Deixei ela reclamando do frio e entrei pra buscar uma toalha, quando voltei que percebi que não tinha ninguém na pista e peixinho tava tremendo de frio, enrolei e levei ela pra dentro dando um par de roupas minha já que as coisas dela estão todas no líder. Deixei ela deitada na cama e fui em direção a área externa buscar as roupas pra devolver a produção, fiquei pensando nas merdas que ela me disse, principalmente a parte dos beijos, sorri boba mas logo fiquei puta e comecei a pensar como eu deveria fazer pra tirar aquela história de Diego a limpo.