Capítulo 5

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Ao entrar na sala de aula, suspirei aliviada ao ver que minhas amigas ainda não haviam chegado. Passei as ultimas 4 semanas omitindo o fato de eu estar saindo com o Fitz, grande parte disso por conta de não querer confessar que elas estavam certas e ouvir piadinhas sobre isso. E outra parte, também muito grande, é que eu não gostar de compartilhar coisas da minha vida pessoal. Até com os meus amigos. Na maioria das vezes as pessoas ficam sabendo de coisas de qualquer jeito e tomam suas próprias conclusões sobre algo pelo qual eles nem estão envolvidas pra começo de conversa. As gurias já iam fazer todo um rebuliço sobre isso, com direito a Isa e Natália zoando da minha cara e da Lara já fazendo um retrato meu e do Fitz com dois filhos e um Golden correndo pelos gramados de Pemberley. Falando em Lara, ela e Gabe estavam a todo vapor no relacionamento deles, com direito a ele levar ela pra casa todos os dias. Até quando ele está fazendo uma cadeira no campus centro, o cara literalmente atravessa a cidade para ir buscar a Lara e levar ela pra casa. E depois vai pra casa. O pior é que nem transar eles transaram ainda, será que ele sabe que ela é virgem?

E pra confessar eu e o Fitz também não transamos. Eu não sei o poooooorque disso. Não é como se eu não estivesse tentado, ou, de forma quase vergonhosa, literalmente me jogado nele. Nunca fiquei mais de um mês sem sexo e o pior é que eu não estou só sem sexo: estou não tirando pedaço de um cara gostoso com quem eu me agarro bem periodicamente por semana. Dá vontade de mandar ele se fuder, mas comigo de preferência.

-Ele é tão fofo e querido- Lara suspirou, enquanto se sentava no assento quase ao lado meu. E me distraindo de pensamentos lascivos- Acho que estou apaixonada, Liz.

- Mas tu ainda tem dúvida disso?

- As gurias estão debochando sobre isso, mas eu tô realmente levando a sério e ele também, sabe? – suspirou um pouco mais profundamente que a outra vez- ele não é mais virgem, mas mesmo assim transou só com duas gurias e quando eu contei pra ele sobre eu nunca ter feito nada, chuta o que ele disse? Falou que ia ter toda paciência do mundo e que eu não precisava me preocupar com nada, ele nunca forçaria ou tentaria nada que eu não esteja pronta pra fazer. E isso realmente me dá vontade de fazer, se é que me entende. E me sinto uma vagabunda de querer perder com alguém que não é meu namorado ainda.


-Miga, se alguém é vagabunda essa pessoa com certeza não é você. De qualquer maneira, isso de vagabunda nem existe. O que existe é mulheres que transam quando e se sentem a vontade, assim como os homens fazem e não são julgados por isso, não é? – Lara sorriu e balançou a cabeça concordando. E quando ela fez menção de um começo de resposta, a Natalia chegou já falando pelos cotovelos e acabando com o clima.

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Mesmo gostando de estar com Fitz, eu me sentia culpada e me preocupava com a Aurie. Tanto o Fitz como a própria Aurie não tocavam no assunto "Artur", como se um simples nome fosse um tabu. Eu queria saber exatamente o que aconteceu entre minha melhor amiga e ele, o porquê dela não se abrir comigo sobre isso. Eu queria saber se o Fitz sabia sobre eu ser amiga da ex namorada do seu primo. Amigo esse que ele considerava quase irmão praticamente, por ser filho da tia que ajudou criar a Georgiana junto com os avós. E confesso também que no fuuuuundinho da minha alma, eu me preocupava com o fato de ser eu realmente decidisse namorar com o Fitz, isso seria um grande problema. Como namorar alguém cujo o primo não pode olhar na cara da minha melhor amiga? Eu não sei sobre o que aconteceu entre eles, só imagino o quão serio foi para chegar ao ponto de uma pessoa extremamente racional e madura, agir como se nem o conhecesse. Só tocava no nome do guri quando estava com muito sono ou muito distraída, o que ocorreu poucas vezes. E eu morria de curiosidade de saber quem ele era, o cara misterioso que eu só sei o primeiro nome.

Isso não é Orgulho e PreconceitoOnde histórias criam vida. Descubra agora