Trabalho num turno de 5 horas e finalmente, após as abomináveis 5 horas, Niall concorda em vir comigo à corrida. Ele diz-me o que esperar, muitas raparigas, praticamente, nuas, gajos bêbedos, e bem, corridas.
Ele diz-me que é uma das raras vezes que a sua escola privada decide não ser tão… “contida”.
“Fica sabendo, que se o Harry falar contigo, provavelmente, vou sair.” Niall murmura, enquanto saímos do Koffe Kall.
Olho para ele com olhos magoados. Esta é a minha oportunidade.
“Então, o que é que se passa entre vocês os dois?” pergunto, mordendo o meu lábio. Niall olha para baixo, para mim, e ri, abanando a sua cabeça.
“Por favor, eu só quero saber.” Imploro.
“É do estilo de eu te perguntar porque é que vacilas sempre que alguém se aproxima, se quer, de ti. Não te pergunto porque sei que não queres ir por aí.” Ele afirma sem rodeios.
A minha bílis sobe pela minha garganta, mas engula de volta. Concordo com a cabeça, porque sei que o que ele está a dizer é verdade.
Depois, o resto da caminhada é silenciosa.
~
Andamos uma milha até ao interior da cidade, até que vimos 5 carrinhas. Contudo, não são carrinhas vulgares.São carrinhas gigantes, com os seus capôs abertos e as pessoas estão, realmente, a entrar.
“O que é…” Começo.
“O quê? Achas que eles fazem uma corrida de rua no meio de Londres? Isto é o nosso transporte.” Niall ri. Ele disse-me que só tinha ido uma vez a uma corrida.
“Onde é que eles nos estão a levar?”
“Vais ver.” Ele ri abafadamente.
Gemo e salto para a parte de trás da segunda carrinha, e momentos mais tarde estou, constrangedoramente, esmagada por um grupo de drogados, praticamente, maiores que o Monte Evereste.
Niall dá-me o seu casaco no caminho porque estou com calafrios. Acho que mudar de Portland para Londres é uma grande mudança. Antes de ir, vesti-me com uma camisola de malha e umas calças pretas. Não estava com humor para congelar o meu rabo, mas mesmo assim, acabei por fazer mesmo isso.
“Estamos aqui.” Niall diz enquanto que pomos os pés numa cidade com o aspeto de ter sido abandonada. As ruas estão destruídas e paradas, e se não tivéssemos em Londres, eu diria que cada edifício foi vitima de um tsunami.
“Não, mudei de ideias. Não acerca de fazer parte do próximo filme de Atividade Paranormal.” Digo, enquanto que todos os outros atrás saem disparados da carrinha.
“Apenas parece assustador. Filmaram um filme de desastre aqui e nunca mais fizeram nada com isto, está tudo bem, prometo.” Niall ri-se, pegando na minha mão e, praticamente, arrastando-me da carrinha, para que possa ir buscar mais pessoas.
“E ainda eu tenho de TE convencer a vir? Se me perguntares, pareces-me muito entusiasmado.” Provoco Niall, enquanto que seguimos uma multidão de pessoas a alinhar-se em direção a 4 carros.
“Sim, sim, está bem. Da última vez que vim foi diferente.” Ele diz enquanto que chegamos à meta.
Quero perguntar “Como assim?” mas decido manter a minha boca fechada.
“Então esta é a Charlie?” Ouço alguém a dizer. Viro-me e aparece um rapaz com um cabelo castanho e, ligeiramente espetado no ar, e o seu sorriso parece-se com diamantes. Ele está com um botão desabotado, ao contrário dos outros rapazes.
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