Final - Parte II

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Isabella

Para variar, Pedro não quis ir de carro durante a madrugada. Disse que era perigoso e não quis arriscar de modo algum. Então compramos passagens de avião para as seis da manhã.

O problema foi acordar as 04h30 da manhã para estar no aeroporto na hora marcada.

Meus Pais e Enzo com a misteriosa mulher que levava um bebê nos braços, também nos encontraram lá.

Ele não tinha retornado a ligação do meu marido, que o fuzilou com os olhos assim que o viu, mas mesmo assim o abraçou. Afinal, eram meses sem se ver.

Por sorte Tia Rebeca tinha ido com a família de carro ontem à noite, se não seria um derramamento de sangue entre minha prima e a nova namoradinha do Enzo.

Enzo me cumprimentou com um abraço e puxou meu marido para falar com ele.
Assim que meu marido se afastou com o irmão para conversar, me sentei ao lado da menina loira de traços angelicais.

— Oi — Cumprimentei, apesar do meu humor matinal não ser um dos melhores.

— Oi... Isabella, não é? Você é casada com o irmão do Enzo, o Pedro, certo? — Pergunta com um sorriso no rosto.

— Sim, isso mesmo e você, é? — Ela sorri.

— Miriam, a menina que o Enzo deixou grávida na Noruega — Ao ver o choque em meu rosto ela ri, uma gargalhada gostosa de se ouvir — Estou brincando. Enzo era muito amigo do meu marido, Juan. Infelizmente ele faleceu a alguns meses. Desde então ele tem me ajudado. Eu estava grávida, sabe? — Ela gesticula para o bebê que dormia em seus braços —Foi um momento muito difícil. Entrei em depressão e seu cunhado me ajudou muito. Devo muito a ele — Ela olha para meu cunhado e algo me diz que isso não é somente gratidão.

— Sinto muito por seu marido. Quase perdi o meu a alguns meses e sei como dói.

— Ele era ótimo. Nos conhecemos na Noruega a dois anos atrás. Eu era garçonete e havia acabado de chegar ao País e não dominava muito bem o idioma. Juan e Enzo estavam de folga e pararam para tomar café. Foi ótimo encontrar um Brasileiro. Enzo me ajudou com os pedidos e no fim conseguiu meu telefone para seu amigo bonitão. Nos apaixonamos e nos casamos alguns meses depois. — Escuto sua história sentindo sua tristeza.

— Sinto muito mesmo que tenha passado por isso, ainda mais, grávida — Aliso minha barriga para espantar a terrível sensação.

— Quando nasce? — Pergunta, mudando o foco do assunto e agradeço mentalmente.

— Daqui a duas semanas, mas ela pode vir antes ou depois do tempo — Digo, torcendo que ela espere pelo menos o casamento.

— É uma menina, não é? — Assinto.

— Sim, e o seu, como se chama? — Olho para o menino loirinho de bochechas e lábios rosados.

— Joshua — Acaricio sua bochechinha e ele se mexe, abrindo a boquinha em O, num sono profundo.

— Ele é lindo — Ela sorri.

— Ele é tudo que eu tenho — Uma tristeza se abateu sobre ela e quis perguntar o motivo, mas não ousei.

— Parabéns — Ela apenas sorriu para mim.

Nosso voo foi chamado e segui ao lado do meu marido que parecia bastante desnorteado. Provavelmente algo que o irmão confidenciou a ele.

— Tudo bem? — Perguntei e ele assentiu com um sorriso no canto dos lábios.

***

Tudo Por VocêsOnde histórias criam vida. Descubra agora