Capítulo 22

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Pedro

— Como ela está? — Eu segurava a mão da Isa buscando força.

O médico não tinha um bom olhar. Eu estava com medo. Na verdade, eu estava apavorado.

— A cirurgia ocorreu bem. Ela está estável, mas além da fratura exposta, ela também teve uma ruptura no baço. As chances dela são boas, mas devemos ficar atentos a qualquer sinal de infecção.

— Podemos vê-la? — O médico afirma com a cabeça.

— Assim que ela for para o quarto um de vocês poderá ficar com ela — O médico se retira.

Na verdade, ele era bem seco para lidar com familiares desesperados.

Pelo menos ele tinha nos dado uma boa notícia. Apesar dos machucados, ela ficaria bem.

Obrigado, Deus.

Puxo Isabella para um abraço e ela não me nega.

— Eu disse que ela ficaria bem — Sussurra no meu ouvido.

— Obrigado por estar aqui comigo... significa muito pra mim — Ela me solta e sorri.

— Você faria o mesmo por mim, e eu também me preocupo muito com a Tia Lara. Fico feliz que ela esteja bem — Acaricio seu cabelo.

— Vamos sentar um pouco, não é bom você ficar em pé tanto tempo — Isabella revira os olhos, mas aceita minha mão.

Nos sentamos em um sofá confortável, enquanto meu pai fala ao telefone. O pobrezinho ficava perdido sem minha mãe.

— Me desculpa pela cena na sua casa. Fui infantil de novo, mas fiquei com tanto medo de te perder — Ela me olha um pouco mais séria do que a momentos atrás.

— Pedro, nós não temos nada um com o outro. Você não tem direito de ter ciúme — Ela fala me deixando mal, mas eu sabia dos meus vacilos.

— Eu tenho tentado consertar meus erros, Isa, mas você não facilita as coisas para mim — Ela ri sem humor.

— Eu só cansei, Pedro. Não sou resto que você pega quando quer. Tomei uma decisão por nós dois.

Fico perplexo com as palavras dela. Nunca a vi como uma segunda opção. Como pode pensar assim?

Antes que eu consiga responder meu pai nos interrompe.

— Filho, vocês podem ir pra casa, vou passar a noite com a sua mãe — Volto minha atenção para ele. O pobre homem parece exausto.

— Vai pra casa, Pai, eu fico — Ele nega.

— Um pouco antes de você nascer você sabe que eu sofri um acidente. Sua mãe não me deixou sozinho, então eu também não vou deixa-la. Vocês podem voltar amanhã. Me garantiram que ela só irá acordar pela manhã.

— Vamos, Pedro. Amanhã nós voltamos e deixamos que seu pai vá descansar — Isabella segura meu ombro e eu olho para ela concordando.

— Avisou aos meus irmãos? — Ele nega.

— Vou telefonar amanhã. Sabe como sua irmã é. É arriscado ela sair de casa de madrugada. Até tentei falar com o Enzo, mas não consegui.

Era sempre muito difícil contato com meu irmão. Alguns lugares que ele se enfiava não tinha sinal. Ele só soube do nascimento da Luz, quando ela estava completando um mês de vida. E só a conheceu mesmo quando completou um ano.

Eu não conseguia entender a escolha do meu irmão. Mas ele parecia feliz com ela.

— Vou tentar falar com ele — Meu Pai assente.

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