23.

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As maças do meu rosto estão avermelhadas e eu não faço ideia do que devo dizer à Kyara depois de ela ter visto o que acabou de ver.

“Peço desculpa” ela goza.

Ela pega apenas nuns livros e volta a sair do quarto, deixando-me ali com o Harry, eu sento-me no chão e ponho o meu rosto encostado aos meus joelhos, arrependendo-me daquilo que acabou de acontecer.

“Ela já foi embora, não precisas de te preocupar” ele diz e tenta levantar-me mas eu não deixo.

“Ela viu, e isso preocupa-me, mesmo que tu não dês a mínima para isso” eu digo-lhe.

Estou tão chateada que vou acabar por dizer o que não quero.

“Quero terminar o que estávamos a fazer” ele tem força a suficiente para me levantar e voltar a encostar-me na parede.

“Mas eu não, vou indo para a aula” eu afasto-o e pego na minha mala.

Saiu do meu quarto e vou em direção à sala onde tenho a minha próxima aula, ouço os passos igualmente apressados do Harry, mas dúvida que seja para chegar a tempo à aula.

Quando entro na sala e me sento no meu lugar o Harry não entra mesmo atrás de mim, ele provavelmente foi para outro sitio qualquer.

Temos pelos menos mais três aulas em que o Harry faltou, e na nossa última aula apareceu vinte minutos depois da aula começar, com o seu cabelo ligeiramente bagunçado.

O facto de ele estar sentado no meu lado nesta aula incomoda-me imenso, sinto-me a ser observada toda a aula.

Um papel voa para a minha mesa e vejo o sorriso do Harry e logo vejo que foi ele.

“ deves-me um jantar por me teres negado da última vez “

Eu neguei-lhe um almoço e não um jantar, e automaticamente eu escrevo-lhe isso e ele responde-me “ tanto faz, vamos jantar? “

Lembro-me que ainda não visitei o meu pai hoje, deveria ir vê-lo, mas se a Karen não me ligou hoje é porque ele ainda está estável, se algo acontecesse tenho a certeza que ela me iria ligar.

Assinto e ele sorri.

Ele praticamente me puxa para fora da sala quando o toque da saída soa, nem me dá tempo para dizer ao Liam que se for visitar o meu pai irei mais tarde.

“Onde andaste depois de saíres do meu quarto?” eu pergunto-lhe de alguma forma mostrando-me demasiado curiosa.

“Por aí” ele diz.

Ele entra no carro e eu entro atrás dele, não fui muito correta quando estivemos no meu quarto, gritei com ele e não me sinto confortável com isso, eu quis aquilo, e eu pedi-lhe, mesmo que só o tenha feito pela sua insistência, eu não consigo afasta-lo e ele sabe perfeitamente que tem esse poder sobre mim, afinal eu sou virgem, e sinto necessidade tal como ele. O Harry fez-me descobrir algo novo, e despertou-me esse prazer.

“Vamos onde?” pergunto-lhe.

“A minha casa” eu arregalo os meus olhos. “Os meus pais estão fora por uns dias e a minha empregada é uma ótima cozinheira” ele sorri.

Fico chocada quando ele estaciona perto de uma bela casa, um enorme jardim, uma casa bastante moderna, tanto por fora como dentro. Bem diferente da minha que tem ainda uma estrutura antiga, apesar de ser tão grande quanto esta, vejo por isso que os seus pais são tão bem sucedidos como o meu pai.

“Tens uma bela casa” digo.

“A minha mãe faz questão de a mudar todos os anos” ele resmunga, enquanto me agarra a mão para subir as escadas.

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