Obscure

30.

Quando ele me trouxe aqui pela primeira vez eu realmente achei que ele não trazia nenhuma outra rapariga para além da Kyara. Oh, eu sei que ele é um tipo que gosta de curtir a vida e com raparigas diferente todos os dias, eu tenho de começar a enfiar isto na minha cabeça.

“Caroline” agarrei no seu braço fazendo-a olhar-me em alguns segundos.

“Diz” ugh, esta miúda é irritante só de olhar.

“Quando foi a última vez que ele trouxe uma rapariga aqui?” pergunto-lhe.

Ela fica a pensar e quando volta a olhar-me um sorriso sarcástico é visível em seus lábios.

“Há dois dias” ela pisca-me olho e desparece no meio das pessoas.

Sento-me num banco em frente do bar, e peço uma vodka pura, eu odeio vodka pura, parece que estou a beber desinfetante para as mãos, literalmente.

“Problemas?” o barman pergunta assim que me entrega a bebida.

“Talvez” respondo, brincando com a minha bebida.

“Eu vou sugerir-te um pouco de sumo de laranja vai ficar ótimo, e continua forte” ele sorri amigavelmente e eu nego “É oferta da casa se aceitares” ele pisca-me e o olho e eu devolvo-me lhe a bebida.

Espero alguns minutos e ele volta a trazer-me, engulo um pouco e realmente fica muito melhor.

“Gostaste?” ele pergunta assim que acaba de servir três rapazes completamente bêbados.

“Fica melhor, mas continua horrível” eu enrugo o nariz e ele gargalha levando-me junto.

“Sou o Sandy” ele diz depois de alguns minutos em silêncio.

“Evelyne” sorrio.

“Não te vi por aqui antes” ele diz.

“Tive aqui algumas semanas atrás” eu relembro-me de alguns momentos bons com o Harry nessa noite.

“Comecei a trabalhar aqui há uma semana atrás apenas” ele diz.

Acabamos por ficar pelo menos meia hora na conversa até quatro rapazes bêbados insuportáveis não pararem de o chamar. Ele serve-os rapidamente e volta para continuarmos a conversar, a sorte dele é que tem uma pessoa a ajuda-lo ou não poderíamos estar a conversar e ficaria sozinha até o Harry lhe apetecer aparecer.

O Harry aparece uma hora depois de me ter deixado no meio da pista de dança, ele vem acompanhado com os seus amigos e com algumas raparigas.

Ele deixa-as perto do sofá onde antes tivemos sentados e anda até mim, eu ignoro-o e continuo a falar com o Sandy.

“Eve” ele chama a minha atenção e vejo no lado lastimável em que ele está.

O cheiro a tabaco invade as minhas narinas sentindo o quão forte aquilo é, talvez por ter bebida misturada, o seu toque forte no meu braço faz o meu corpo arrepiar-se e eu saiu do banco despedindo-me do Sandy apenas com um aceno.

O facto de o Harry estar neste estado deixa-me completamente desconfortável, e confesso que se o provocar ele não vai reagir muito bem.

“Porque merda estavas a falar com aquele caralho?” ele pergunta e eu arregalo os meus olhos.

“Porque merda estás com aquelas vadias?” pergunto-lhe no mesmo tom que ele me perguntou, estando neste momento a descer baixo assim como ele.

O Harry gargalha por alguns segundos e eu fico sem saber o que fazer.

“Estamos a pensar ir até casa do Eric” ele diz-me.

“Eu vou para casa” digo.

“Está bem, aquilo não é um ambiente para ti de qualquer das formas, eu encontro-te em algumas horas” ele diz-me e eu tenho vontade de rir do mesmo jeito que ele riu à uns minutos.