BLUE LAKE I 🌘{Yoongi}🌒

🌘Amar?🌒

{Dia seguinte}

Abri meus olhos e ouvi canto de pássaros. Sorri e me sentei, e rapidamente algo escorregou de meu pescoço, olhei para meu colo e lá estava o colar. Bocejei e peguei o pingente erguendo o colar a frente dos meus olhos.

De uma forma estranha, eu centralizei os olhos na meia lua e me veio algo do tipo uma visão, que invadiu minha mente e era como se eu estivesse vendo em minha frente.

o céu escuro sem estrelas, a lua cheia e muito brilhante. Rapidamente eu vi um lobo, ele corria rápido pela floresta, a noite estava muito fria e escura.

   Ele seguia a luz da lua e corria o mais rápido possível. Em minutos o lobo estava sobre um penhasco alto, onde lá embaixo era outra floresta, e haviam pedras grandes e árvores altas. O lobo olhou para a lua e uivou muito alto.

Pisquei rápido e eu estava vendo o pingente do meu colar novamente, o mesmo se mexia por causa da ventania que estava em meu quarto por a janela estar aberta.

   Fitei por um tempo aquele pingente, e fiquei me perguntando a respeito do que acabou de acontecer. Em meio a devaneios bateram na porta, me levantei pondo o colar e a pessoa bateu mais vezes.

–Só um momento, por favor... — pedi, e prendi de vez o colar em meu pescoço, a pessoa novamente bateu na porta. — Aish... Calma! Eu estou indo, só um momento. — abri a porta e dei de cara com Hoseok, ele sorriu meio preocupado e eu não tive coragem de brigar com ele por estar batendo daquele jeito. — aconteceu algo?

–Não, está tudo bem senhorita, Anna. Eu... — ele parou de falar e suspirou alto. — preciso falar com a senhorita.

–É sobre a Sônia? — o mesmo assentiu. — tudo bem, você espera um momento? — perguntei gentilmente.

–Claro! — disse e eu fechei a porta indo até meus vestidos no armário, fui ao banheiro e me lavei. Me vesti e saí logo do quarto. Hoseok estava escorado na parede.

–Vamos para o jardim, aí você me diz o que está acontecendo. — pedi e ele assentiu e nos dirigimos para o jardim. Caminhamos até a parte lateral do castelo e Hoseok estava muito preocupado, e me preocupava por se tratar da minha irmã. — me conte! — parei de andar e cruzei os braços.

–Eu estou preocupado com ela, sabe? a Sônia anda muito distante. Não sei o que ela tem. — disse e eu assenti — preciso que você me ajude, eu sei que se você falar com ela, ela vai te ouvir. — mordi o lábio inferior e o fitei preocupada.

–Hoseok, não me mete nisso. — pedi tentando não ser rude.

–Anna, por favor, você é a única que ela ouve, você sempre tem as palavras certas, e ela sempre te dá razão. Eu amo a Sônia, preciso me explicar para ela.

–Vocês ainda estão separados? — ele assentiu, suspirei pesadamente e descruzei os braços. — tá, eu falo com ela. — no momento ele abriu um sorriso muito grande me fazendo rir.

–Muito obrigado, Anna! Você é ótima, sério mesmo. — sorri.

–Obrigada!

–Eu que agradeço, mas agora eu vou ter que ir. Muito obrigado mesmo. — disse indo embora. Fiquei sozinha novamente.

Decidi ir até a beira do lago, e daí comecei a lembrar da noite passada, o rosto daquele homem não me deixava em paz, a todo momento eu me lembrava dele bem pertinho do meu, e dos lábios quase me tocando. Aquilo foi estranho. Fitei a água e de repente eu ouvi algo, uma voz...

"Anna... Anna... Me ouça!"

A voz rouca de um homem, mas não a reconheci. Olhei por todos os lados e não vi ninguém, essa voz sempre estava me chamando, nunca entendi o porquê.

Atordoada corri para minha casa. No corredor eu continuava correndo como se estivesse fugindo da voz, eu olhei para trás e segurava a barra da saia do vestido enquanto corria. Sem perceber eu acabei esbarrando em alguém, olhei o rosto da pessoa e era meu pai.

–Anna? O que faz aqui? — perguntou e eu me afastei dele.

–Eu... Aish, estava lá fora. — falei e o mesmo assentiu sério.

–O que você tem? Há algo de errado? — fiz que não com a cabeça rápido. — você já bebeu sangue hoje?

–Não! Ainda não bebi sangue, e à propósito, estou morrendo de sede, acho que vou caçar, meu problema talvez seja este. — ele sorriu e me abraçou.

–Cuidado! — assenti e voltei a correr, mas indo novamente para fora do castelo. Corri para a floresta, eu fiquei muito ofegante, olhei em toda parte e não havia ninguém comigo, mas isso não durou.

"Anna! Anna, por favor, você precisa me ouvir."

–Para! Por favor, me deixa em paz, eu não quero te ouvir. — pus as mãos sobre minhas orelhas. — vai embora.

"Anna... Anna você não pode continuar fugindo assim, Anna!"

Eu fiquei muito irritada. A voz ecoava em minha cabeça, ouvi galhos se partirem, e quando olhei para os lados, vi um leopardo e ele me fitava furioso. O mesmo correu em minha direção e pulou encima de mim, tentei me soltar mais ele era bem mais forte.

Grunhi tentando tirar ele de cima de mim, eu já estava caída no chão.

–Mais que droga. — juntei forças — vamos brincar gatinho? — sorri e pus o animal contra o chão. — obrigada pelo sangue... — meti as pressas no pescoço do mesmo e só consegui ouvir ecoar o som do rugido do leopardo.

{Quebra de tempo}

Terminei e voltei para o castelo, mas eu não fui para dentro dele, fui para o lago, eu estava totalmente suja de sangue. Meus lábios e meu queixo, só tinha sangue. O leopardo morto, eu o arrastava comigo, o larguei no chão antes de me abaixar para pegar água, olhei pro outro lado, e vi o Lobo, ele sorriu pra mim e eu fiz o mesmo. Me lavei e fui para o castelo levando o leopardo nas costas.

{A noite}

–Você estava com sede, não é? — ele me perguntou e eu assenti.

–Não sei o que deu em mim, eu nunca caço assim, hoje cedo foi estranho, muito estranho... — falei e o homen se escorou em uma pedra, ele tinha um galho nas mãos.

–Sei lá, você estava muito suja.

–Eu sei, não precisa me lembrar disso. — revirei os olhos... — você ouve vozes? — perguntei e o mesmo jogou o galho e me fitou.

–Não sou maluco!

–Isso significa que sou maluca então? — perguntei e ele fez que não com a cabeça.

–Só porque nunca me aconteceu, não significa que não exista! — assenti — mais por quê da pergunta?

–Estou ouvindo vozes. Quase sempre uma voz fala comigo...

–O que ela diz? — ele sorriu largo olhando para mim.

–Ela chama por mim, eu peço que pare... É que, quando ouço a voz, é como se ela me machucasse, sinto vibrações no corpo e é como se tivesse um apito em meus ouvidos, eles começam a doer. — falei e ele franziou o cenho.

–Acha que essa voz é de algum ser ruim? — assenti. — nossa!

–Aish. — Cruzei os braços e caminhei até a beira da água um pouco desanimada com tudo.

–O que foi, Anna? — indagou e eu o perdi de vista ao dar as costas.

–Não sei dizer... Estou me sentindo estranha. Eu posso te fazer uma pergunta? — me virei e o mesmo estava bem atrás de mim.

–O que quiser... — sorri.

–Você já se apaixonou por alguém, ou amou?

A pergunta o deixou confuso, o mesmo ficou hesitando em responder apenas olhando fixamente para mim me deixando hipnotizada com seu olhar tão puro e profundo.

{Até o próximo capítulo 🌔}