ᴇʀʀᴏʀs • ᴊɢ ❦

You can't control the future

L I L Y

Depois daquela pegação gostosa no quarto do Samuel, eu troquei algumas mensagens com as garotas, e fiquei um pouco na ligação com a Yasmin, que se queixou como sempre de Jhonson. O motivo? Eu Não sei.

Ela engabelou, engabelou, e não falou porra nenhuma. Nem ligo, não estava com cabeça pra isso mesmo.

Não me julguem, não sou insensível, só que, eu só tenho 16 anos, e minha vida simplesmente virou de cabeça para baixo, com problemas que eu nunca imaginei ter.

Então aqui estou eu, as 2h da manhã acordada, olhando para o nada, pensando em tudo. Porque isso é de lei.

Sento na cama, pensando em coisas que eu poderia fazer.

Eu poderia comer, poderia ver um filme, assistir uma série, mexer nas redes sociais, cutucar meus irmãos.

Bufo e reviro os olhos com essas opções, que são incrivelmente horríveis.

Resolvo apenas tomar uma água e retomar a leitura de um livro que ganhei a poucos dias do Samuel.

Ele me deu dizendo "isso é um pedido de perdão por estragar sua festa de aniversário e não poder comemorar com você."

Patético, eu sei, mas não posso negar que foi fofo.

Levanto, decidida a tomar apenas uma água. Saio do quarto em passos leves para não acordar a madame Samuel, ela fica puta então eu não vou arriscar.

De água tomada, subo para o quarto do mesmo jeito que desci, no sapatinho. Pego o livro e sento na cama ligando o abajur que tem na cabeceira da minha cama.

Bufo ao perceber que a porcaria da minha concentração está zerada, pra entender uma frase, preciso reler umas quinhentas vezes. Resolvo deixar a leitura de lado.

Coloco o livro no lugar, e dou uma passeada no quarto, olho pra varanda de meu quarto, então resolvo tomar um banho de lua né, nada melhor do que tomar um arzinho.

Pego minha coberta e abro a janela da varanda, fecho e me sento numa poltrona que tem nela, me enrolando na coberta. Fico admirando a lua por alguns minutos quando sinto a presença de outra pessoa. Escuto um chiado em forma de "psiu" e olho pra baixo.

Vejo um Jack com um moletom preto escrito F.R.I.E.N.D.S, e com a touca da mesma. Dou um sorriso mínimo ao perceber que ele estava incrível essa noite, mais do que está no seu dia a dia.

— O que você tá fazendo aí? — Jack pergunta, enquanto sobe de vagar para não fazer barulho, a escada que dá para a varanda de meu quarto.

— O que você tá fazendo aqui? — pergunto em cima de sua pergunta, arqueando a sobrancelha, esperando uma resposta no máximo convincente para meu irmão, que está dormindo no quarto do lado ao meu.

— Eu não consegui dormir, meus pensamentos não saem de você, do nosso beijo. Você não sai da minha cabeça, Lily. — ele responde e se senta ao meu lado me espremendo na poltrona, o porra ele não ta vendo que esse cacete é apertado?

Ele me olha e sorri, então me segura e me coloca sentada ao seu colo, enquanto se ajeita na poltrona.

Encosto a cabeça no seu peito, sentindo as batidas calmas e aconchegantes do seu coração, por mais que minha mente tenha entrado em pane total, acho que o silêncio que habita em nós é mais acolhedor do que quaisquer palavras que eu possa dizer.

Ele abraça meu corpo e da um beijo no topo da minha cabeça, enquanto eu me limito a sorrir, tenho medo de deixar ele entrar e ele fazer qualquer tipo de merda como aquela aposta de novo. Sei das consequências que isso pode me causar de novo.

— Você não vai mesmo se afastar de mim, né? — pergunto olhando pro céu, enquanto sinto uma de suas mãos pousarem na minha cabeça e fazer um carinho acolhedor.

— Não, você sabe que não. — ele responde baixinho, quase num sussurro. Sinto meu corpo estremecer ao ouvir isso, o que será de agora em diante?

— Jack, você sabe que pode me machucar. Você sabe que eu posso te machucar. Quem garante que isso vai ser bom? — pergunto, levantando minha cabeça para olhar nos seus olhos, enquanto eu espero uma resposta.

Ele fica em silêncio, ele não sabe o que falar, e foi o que eu imaginei. Jack, assim como eu, sabia que os riscos de ambos saírem machucados, ou só um do nós, era grande demais.

Solto um suspiro longo e frustrado enquanto me ajeito em seu colo, eu não quero brigar, não mesmo, mas quero deixar claro que se não for pra ser, que ele saía da minha vida logo. Não quero ter que sofrer por mais uma perda.

— Jack, o silêncio já respondeu por nós, se nenhum de nós sabe, quem é que vai saber? Isso não vai dar certo, essa sua aproximação vai ser incrível, mas quando você tiver que ir embora, vai partir meu coração em milhares de pedaços, vai deixar estilhaços. Eu nunca me apaixonei Jack, e não quero que minha primeira vez apaixonada seja tão dolorosa. — respondi sentindo meu coração dar uma pontada. Eu não queria ser grossa, mas quero deixar a situação em certeza e colocar os pontos no i, deixar tudo em seu devido lugar.

É automático, ele me virar de frente pra ele, tacando minha coberta no chão e me ajeitando em seu colo.

Ele me olha de um jeito profundo, como se quisesse perfurar a minha alma. Então, ele coloca uns fios de cabelos rebeldes atrás da minha orelha, enquanto observa cada traço do meu rosto e rindo, meus cabelos não ficavam no lugar nem a pau.

— Você está desejando algo perfeito, Lily. Você nunca vai encontrar algo perfeito. Você pode encontrar algo bom, algo incrível, mas nunca algo perfeito. Pare de esperar tanto de tais coisas, você não sabe do futuro então não seja precoce o suficiente e me afaste de você por medo. Para de fugir do que você pode sentir, eu posso te mostrar coisas novas, eu posso fazer você se sentir bem, e inteira. Mas não posso te oferecer algo perfeito. — ele diz calmamente, enquanto acariciava minhas costas. Ele suspirou, como se tivesse cansado de bater na mesma tecla.

Ele não pode me julgar, ele me apostou, ele me fez sentir coisas que eu nunca imaginei sentir, fez eu me sentir podre de corpo.

Eu não tenho saída, não posso controlar o futuro e muito menos saber o que vai acontecer nele, nisso o Jack tem razão. Na verdade, ele está certo então, eu vou apenas aproveitar o que ele tem a me oferecer.

Coloco minhas mãos na sua nuca, fazendo um carinho leve sob ela, pego um pouco de seus cabelos do local e puxo um pouco para trás e vejo sua cabeça tombar um pouco para me olhar, então eu respiro fundo e digo o que estou querendo.

— Tudo bem, você tem razão, não posso controlar as coisas. Então mostre-me como é ser completa, quero algo bom, não perfeito. — sussurro, me aproximando aos poucos de seu rosto e inclinando cada vez mais meu corpo.

Ele coloca as mãos na minha cintura, e se aproxima ainda mais, juntando nossos lábios num beijo simples mas fez meu coração, se agitar e se aquecer num sentimento único e gostoso.

Nossos lábios tem uma sincronia perfeita, enquanto o mundo lá fora parece congelar, apenas sinto o momento e as coisas que ele tem a oferecer.

Como eu disse, ele me deixa fora de órbita, o mundo para por alguns minutos quando estamos juntos. O jeito que ele me olha, o jeito que ele me toca, faz-me sentir ainda mais a mercê dele.

Eu tenho medo, mas não posso deixar isso me engolir, o que for pra ser será.