Torre de vigilância

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Kara suspirou enquanto a filha dormia serenamente com a cabeça em seu ombro, havia chegado em casa a noite após a reunião com a Terra 1 e depois tomar um longo banho se sentou no sofá para assistir um filme qualquer com Alura. Ela não estava muito falante, a aparência de cansaço era seu novo normal e por tanto ela apenas se aconchegou na sua mãe de cabelos loiros e ali ficou.

Doía em Kara vê-la assim, era como ter seu coração de aço sendo corroído por acido de maneira lenta, dolorosa e sem que pudesse fazer algo para parar. Acariciou os cabelos loiros da filha e ouvia seu coração batendo com dificuldade, como se cada batida fosse o maior dos esforços, ela ainda estava lutando, mas as forças estavam acabando.

Sempre fora uma pessoa otimista, alegre e sorridente, mas não conseguia parar de pensar em como a vida era injusta, sua garotinha, tão inteligente e vivaz seria arrancada da vida de maneira brusca, tão jovem, ainda com muito pela frente e com um grande amor deixado para trás, sua pequena Aly não merecia isso e mesmo podendo tocar as estrelas, Kara nunca se sentiu tão impotente em toda a sua vida.

- Eu conheço essa ruga entre suas sobrancelhas. – Lena se sentou ao seu lado.

- Estava pensando em Aly. – Contou. – Ouvindo o coração dela bater.

- Você tem feito muito isso.  – Lena apontou.

- Eu preciso ter certeza de que esta batendo. – Confessou. – Eu não tenho dormido muito apenas para ter certeza de que ele continuará durante a noite.

- Eu faço o mesmo. – Lena mostrou o pequeno aparelho que monitorava o marca passo da filha. – Quando estou trabalhando as vezes eu paro e fico encarando o subir e descer dessa linha, me certificando que nossa garota ainda esta aqui.

- Ela é tão jovem Lee. – Kara disse em um sussurro embargado. – Mau fez dezoito anos, deveria estar se preocupando com a próxima festa que iria e não em lutar pela própria vida.

- Também não consigo parar de pensar em como isso é injusto. – Segurou a mão de Kara entre as suas. – Saber que o sorriso esperto dela vai se apagar ou que esse brilho determinado não vai mais inundar os olhos verdes dela, me faz querer começar a chorar e não parar. – Suspirou. – Mas precisamos ser fortes por ela, ser o apoio e porto seguro.

- Eu não quero que ela se vá. – Kara disse com as lágrimas descendo seus olhos. – Eu a quero aqui, pertinho de mim onde eu possa abraça-la e não deixa-la partir.

- Amor. – Lena se arrumou no sofa para que Kara deitasse a cabeça em seu ombro sem acordar a filha, foram poucas as vezes em que viu sua namorada em um momento frágil e a morena se sentia inútil todas as vezes, simplesmente por que não havia muito a ser feito além de consola-la.

– Eu também minha querida, quero segurar nossa filha em meus braços e para sempre cuidar e protege-la.

- Como poderemos continuar depois que ela se for? – Kara perguntou em sussurro e Lena não soube responder.
[...]

Ser uma Luthor multibilionária tinha sua vantagens e uma delas foi comprar um prédio no centro da cidade para acomodar seus amigos de outra terra, outra foi equipar lugar com a mais avançada tecnologia de proteção e com a mais aconchegante decoração. Havia quartos o suficiente para todos e o laboratório de engenharia, computação e biologia se integravam com maestria.

Alex ficou impressionada com o quanto de tempo a cunhada a levou para cuidar daquilo, foi apenas dois dias. Lena era sinônimo de eficiência e abnegação ao montar tudo aquilo para as pessoas que amava e que lutavam contra o crime juntas.

- Se você não fosse o amor da vida de Kara eu te roubava para mim. – Alex confessou a Lena que apenas riu.

- Eu só quero o sobrenome Danvers, se não der certo com Kara eu bato na sua porta. – Alex riu junto com Lena.

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