Capítulo 14: Bang Bang

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Em Washington, na casa de Nicole...

O meu tio mantém o seu sorriso cínico, rindo e olhando alternadamente para mim e para Waverly. Olho-o seriamente, pronta a apontar-lhe a arma e disparar a qualquer momento, caso ele tente fazer mal a Waverly.

- Por favor, senta-te. – diz ele descontraidamente, dirigindo-se ao sofá e sentando-se.

Reparo que a porta de entrada se encontra encostada e não vou fechá-la, facilitando a hipótese de fuga. Waverly caminha na minha direção e senta-se a meu lado.

- Minha querida, senta-te e relaxa um pouco. – diz ele, ainda em tom descontraído – Não precisas estar tão tensa.

Sento-me mesmo ao lado de Waverly. Ela percebe que tenho a minha arma comigo e reparo que relaxa ligeiramente.

- Então Waverly – começa o meu tio – Conta-me lá, o que fizeste nestes últimos 7 anos?

Waverly não é o tipo de mulher que entra em jogos de faz de conta, nunca foi:

- Diga-me você. – ele franze o sobrolho – Sabe porque é que os travões do meu carro falharam, há 7 anos? – o olhar dela é severo e não demonstra medo.

- Sabes que os acidentes acontecem a qualquer um. – responde ele, ainda a sorrir – Todos os carros podem avariar.

A minha raiva por ele foi crescendo, apoderando-se de mim:

- Por vezes o diagnóstico falha. – começo em tom irónico – Até quando se trata de cancro do pulmão, não é tio?

Olho-o em tom de desafio. O sorriso dele desaparece e apresenta agora um olhar sério e fixo em mim. Antes que ele tenha tempo de responder, a porta da rua abre-se e vejo alguém entrar. Num reflexo de defesa, agarro a arma e aponto para a porta.

Waverly levanta-se e coloca-se atrás de mim assim que percebe que foi Tucker que acabou de entrar:

- O que é que estás aqui a fazer, Tucker? – pergunta ela, mantendo-se perto de mim.

- Calma, vim só ver a Waver... - começa ele e detém-se ao ver o meu tio.

A sua expressão é de medo assim que o vê sentado no meu sofá. Mantenho a arma apontada a ele, mesmo notando que quase treme de medo do meu tio. O meu tio levanta-se calmamente e aproxima-se dele:

- Então Tucker... - começa ele, no seu tom cínico – Queres contar-nos o que aconteceu há 7 anos? – olho para Waverly, estamos ambas confusas, o meu tio continua, agora olhando para nós – Há 7 anos falei com o Tucker e ofereci-lhe qualquer cargo que ele quisesse, ele só tinha de fazer um pequenino favor... - sentou-se relaxadamente, mas com uma mão atrás das costas, possivelmente agarrado a sua arma.

Aponto a minha arma para ele, ele mantém-se descontraído. Do nada, levanta-se de um salto, segura a arma e aponta-a a Tucker.


***


Em Boston, na casa de Shae...

Shae anda de um lado para o outro, tentando ligar para Nicole, Waverly e Jeremy, nunca conseguindo falar com nenhum deles.

Preocupada, percorre a lista de contactos e encontra o número de Rosita, que lho deu quando Tucker fugiu do hospital.

- Estou... - atende Rosita.

-Rosita, é a Shae. – diz e, notando o silêncio do outro lado da linha, acrescenta – A médica de quem o Tucker fugiu...

Relove Purpose (versão portuguesa)Onde histórias criam vida. Descubra agora