A escolhida

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1864, uma linda manhã que fazia com que o sol iluminasse o meu quarto e de minhas irmãs Catarina e Olivia, eu era a mais nova. Valerie, tinha 17 anos, o rosto de minha mãe Helena com traços finos, cabelos ruivos, e os olhos azuis de meu pai Albert, o que despertava olhares por onde passava, mas mesmo assim isso ainda me incomodava um pouco.

Sentamos todos em volta da mesa de madeira na cozinha para o café da manhã,  meu pai estava com uma expressão seria demais, minha mãe igualmente, antes que pudesse comer algo meu pai me abordou com uma pergunta inesperada.

- O que você acha do Adam Drewmore?

- O filho do joalheiro ? - responde ainda digerindo a pergunta torta do meu pai.

- Sim, alias, filho do meu melhor amigo George, que tem uma situação financeira bem melhor do que a que temos agora.

- Pai, onde o senhor quer chegar com toda essa conversa? - minhas irmãs me olharam de canto de olho na mesa, sempre fui a mais atrevida, porém a que era mais mimada.

- Olhe o modo de falar com seu pai mocinha. - repreendeu-me minha mãe.

- A questão é que pela minha amizade com os Drewmore, arranjamos, eu e George seu casamento com o filho dele, Adam, um otimo rapaz, de otima filha que num futuro breve lhe será um otimo marido.- disse meu pai, entusiasmado com seu plano.

- O senhor está louco? - fechei os punhos sobre a mesa, e levantei-me.- não sou nenhum tipo de objeto que você vende para seu amiguinho, nem tão pouco uma boneca pra você mandar pro filho asqueroso do seu amigo ! - todos me olharam com repulsa, pelas palavras que eu disserá em alto e bom som, todas elas eram verdade nem meias verdades nem malditas, minhas verdades absolutas e algo que eu nao iria voltar atras, nem ao menos me desculpar.

- Valerie Strantford, se você quiser viver aqui terá que respeitar minha escolha, essas são minhas regras, e a casa também.

- Pois bem, fique com a casa, fique com seu amigo , com o filho dele, com o dinheiro dele !

- Você nao entende, perdemos todos nosso dinheiro em mal investimentos...

- Apostas Albert, você quis dizer apostas.- interrompeu minha mãe que sabia mais sobre meu pai do que ela gostaria de esconder de nós três.

- Não importa ! O que importa é que terá casamento sim ! - esbavejou meu pai, com uma arrogância que dava a entender que era meu dono.

- Não ! - esbravejei com lagrimas nos olhos, saindo da mesa, de minha casa como alguem foge de um carrasco, e era bem isso que eu enxergava agora de minha familia, todos queriam se livrar de mim, ou melhor me vender pra qualquer babaca com um pouco de dinheiro. Entrei na floresta que margeava minha casa, andei algumas horas, chorei séculos, até que tropecei em meio a galhos secos e folhas que forravam o chao da floresta, aquela altura do campeonato eu já não fazia mais ideia de onde eu estava muito menos como voltar pra casa, e como se tudo isso nao bastasse, acabará de torcer meu pé.

Adormeci, e dormi como uma criança depois de levar um surra dos pais, ou depois de sair do castigo, sonhei com um anjo, um lindo anjo de pele branca cabelos lisos e negros, e olhos verdes como o topo das arvores daquela floresta, ele me olhava apreenssivo, como se esperasse uma palavra minha.

-Senhorita? - disse ele

- Onde eu estou? - perguntei desnorteada.

- na floresta, e já esta escurecendo, crianças como você deveriam estar em casa.

Só então que me dei conta de que não era um sonho, e muito menos aquele era um anjo, mas aquele peitoral nu, aqueles olhos, só podiam ser de um ser angelical, e se não, quem sabe poderiam me levar ao céu. Era sua refem agora, eu não sabia como voltar pra casa, não queria voltar, e nós dois eramos os unicos naquela floresta, ou era oque eu pensava.

A escolhidaOnde histórias criam vida. Descubra agora