De Volta

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Peter

A semana estava sendo maravilhosa, apos sair da pousada do café eu a Valerie, voltamos para nosso apartamento e nos dias que se seguiram ela aperfeiçoava cada vez mais seus poderes, quando eu não tirava sua concetração é claro, ficar perto dela ainda era uma prova de fogo pra mim, o cheiro dos seus cabelos, seus olhos, sua boca pequena e rosada, tudo nela me fazia ter loucos pensamentos e o que me quebrava ainda mais era que eu sabia que ela era como eu, a cada vez que me olhava com aqueles olhos de gelo, que repuxava o labio, sabia que me queria tanto quanto eu a ela, eu estava como um bobo sentado na cama e pensando em como seria maravilhoso estar com ela nesse mundo pra sempre, sem Dianna, sem magia, sem nada que viesse a nos machucar.
- Adoro sua cara de pensativo...- ela cheirava minha nuca atras de mim, nossa noite passada a deixou esgotada, e a mim também.
- Valerie... - me virei pra ela e a chamei pelo nome.
- Você me chamando de Valerie... - ela recuou e se livrou do meu olhar.
- Eu... - peguei seu rosto pelas mãos fazendo-a me encarar. - Eu te amo. - nunca tinhamos falado essas palavras um pro outro, era algo que simplesmente estava ali, era um fato, que mesmo não sendo comentado, era impossivel esconder ou simplesmente não notar, seus olhos azuis se encheram de lagrimas, e sua expressão suavisou com um lindo sorriso.
- Peter... - ela me abraçou. - Eu te amo seu brutamontes, amo você, amo nós dois ! Quero ficar pra sempre com você !
A ultima parte me doeu a conciência, Valerie não estava pronta ainda pra enfrentar a desgraçada doentia da Dianna, seria suicidio, não deixaria isso acontecer, e nosso tempo estava se esgotando, logo os cavaleiros descobririam tudo,mesmo sem a a ajuda de Dom, e viriam me procurar e tudo isso os levariam a Valerie.
- É isso que você realmente quer? Não vai ter mais volta se disser que sim. - Perguntou pra ela, que ainda sorria como uma criança.
- Sim é claro que é isso que eu quero Peter.
- Então não iremos voltar, esse será nosso lar agora, podemos fazer indentidades falsas, você pode aprender a dirigir como você tanto fala, podemos casar, e depois fugir...
- Não !!! - ela gritou puxando os cabelos. - Não Peter, Não quero ser algo que eu não sou, não vou fingir ser alguém normal, quando eu posso fazer isso - ela abriu a mão direita e um fino cristal de gelo em forma de coração surgio- não vou fugir quando a vida de milhares de pessoas esta em minhas mãos. - ela fechou a mão esmagando o cristal.
- Você não está pronta! Isso é loucura, ela vai matar você ! - gritei.
- É tão dificil acreditar que eu sou boa? Se o destino te colocou no meu caminho, é por que era pra ser, você devia estar ali naquele momento e eu devia estar lá também, não se pode mudar o curso de uma história sem trágicas consequências, e por algumas pessoas... - ela encostou a mão no meu rosto. - Vale a pena arriscar.
- Você é louca... - virei o rosto.
- Talvez seja, mas, você também é, por que não podemo acreditar nisso juntos ? - apenas sorri, e a beijei.
- Temos que voltar- ela tentou desviar minha boca sedenta dos seus labios.
- Tem certeza? - perguntou novamente, com a minima esperança de que ela caisse em sí.
- Toda certeza do mundo, e agora. - ela disse firme, alias, cabeça dura como sempre foi, aquela era a minha garota falando.
- Como quiser minha deusa, - fiz reverência com as mãos, e ela me deu um tapa no ombro.
- Só um ultimo banho de agua quente por favor ! - ela fez um biquinho, o mais lindo do mundo, e eu só pude sorrir e concordar.
Quando nos levantamos ela seguio na frente com um baby doll preto de renda, da Victoria Secrets, o que o fazia extremamente caro por levar aquela etiqueta, e eu a proibi de tirar aquela etiqueta de "ouro", e quando ela entrou no banheiro me lançou aquele olhar que saia faisca, e fechou a porta na minha cara...
Mulheres...Sentei na cama e comecei a pensar, Dianna não teria piedade, nem pouparia ninguém, ela me queria, queria o trono, e não sessaria... nesse momento eu tive um estalo, uma ideia pra poupar todos que amo, principalmente a ruiva, mesmo que isso significasse nunca mais vê-la eu não poderia me dar ao luxo de ser tão mesquinho, ela tinha direito a uma vida normal, e longa ao lado da familia dela, eu só fiz atrapalhar tudo, e agora eu sabia como concertar as coisas;pela primeira vez o Peter canalha e cafajeste aprendeu a amar, mesmo que isso signifique renuncia, nada mais importava.
Dispensei o banho, e comecei a me vestir, uma calça jeans era o que mais se usava aqui, e eu gostava de como a camisa gola V branca ficava bem em mim, quando já estava perdido em meus pensamentos e planos, a ruiva abriu a porta do banheiro e, Caramba ! Eu nunca a vi tão linda  ! Estava com seu vestido azul de 1864, cabelos soltou, caindo em seus ombros, e agora ela usava uma franja de lado que deixava anda mais sensual, era como se um flash back passasse bem diante dos meus olhos, desde o dia que a encontrei caida na floresta, o beijo na cachoeira, a noite na floresta...
- Não vai falar nada? - ela interrompeu meus devaneios, ela gostava me ver assim, babando por ela dentro do vestido que revelava seus ombros, seu decote, e que me negava a visao do resto do seu corpo, oque me deixava hipnotizado.
- Você nunca esteve. Tão. Linda. - falei ainda serio, e ela sorrio pra mim.
- Hora de voltar meu cavaleiro.- a agarrei pela cintura.
- Com você, minha deusa, eu volto até para a barriga da minha mãe ! - nós gargalhamos com meus exageros, e saimos do quarto, eu tranquei tudo e deu adeus mais uma vez aquele lugar que pela segunda vez me abrigou, e me encheu de boas lembranças, com pessoas que eu amo, peguei o que precisava para viagem no tempo.
Todos na rua ainda olhavam a vestimenta da minha ruiva, e ela agora não os respondia mais com uma expressão confusa, agora ela também se divertia, chegamos então ao mesmo ponto onde essa viagem começou, entre os dois predios, andamos até o beco de mãos dadas, eu espalhei o pó dourado novamente, e nós entramos no circulo.
- Estamos juntos nessa. - ela apertou a minha mão, e eu ascenti, minha conciencia pesava agora por ter um plano pra poupa-la do destino que ela insistia em querer, coloquei fogo no circulo e as chamas subiram rápidamente, chegou a hora de voltar.

A escolhidaOnde histórias criam vida. Descubra agora