A escolhida

Lembranças

Peter

Acordei e Valerie não estava ao meu lado, nem seu vestido jogado no canto como noite passada, meu coração desparou, me levantei depressa e vesti as calças.

- Já saudades? - senti seus braços me abraçarem por trás, meu coração batia confuso por um momento, aliviado por ela estar ali, e rápido por... Meu Deus pareço um virgem, perto de uma garota linda, ansioso...

- Sempre. - respondi, me virei pra ela a abraçando, deixando nossos rostos proximos.- Como prometido, lhe fiz soar... - ela me bateu envergonhada.

- Eu nunca... - fez uma pausa.

- Ei, ei... eu sei que você nunca fez isso antes ruiva - expliquei. - É uma honra ser o primeiro. - a beijei levemente nos labios.

- Peter. - Ela falou seria. - Acho que está na hora de algumas explicações. - pedio.

- É... essa hora ia chegar... - respirei fundo e me sentei encostado em uma árvore.- O que quer saber ?

- Você sabia ? - ela me olhou nos olhos procurando a verdade em meu olhar.

- Não, em momento algum, eu... eu não podia imaginar que você... que nós ! - me atrapalhei com as palavras, merda ! não sei se ela vai me dar um voto de confiança.

- Calma , - ela colocou as mãos em meu rosto. - Confio em você, - tranquilizou-me.

- Ruiva... Vou te explicar tudo, tudo mesmo, eu juro, mas agora temos que ir logo. - ela acentio, se preparando para caminhar novamente, quando a puxei pelo braço - ei, não vamos andar mais - ela me olhava confusa. - Vamos sair desse secúlo.

- O que disse? - ela me olhava confusa.

- Apenas confie em mim. - ela me olhou segura de si.

Tirei de minha bolsa um papel e uma bolsa minuscula amarrado com uma corda, fiz questão de ler o papel, era uma carta deixada pelo meu pai, nunca li, mas acho que agora era o momento certo.

"Peter, meu filho, se você está lendo essa carta é porque seu velho pai não está mais aqui pra te proteger, nunca escondi de ninguém que não queria que você fosse um cavaleiro de prata, mas acho que a essa altura e se bem lhe conheço, você já conquistou a confiança de todos, não posso ressaltar o orgulho de você nnca ter deixado de ser quem você é meu filho, se você vai usar essa magia que esta junto com essa carta é por que finalmente encontrou algo pelo que lutar, desejar, proteger, algo pelo que se vale a pena arriscar a propria vida, então por favor meu filho não deixe isso escapar, espero que não tenha esquecido nosso endereço. Cuidado como usa a magia, e lembre-se nenhum ancião pode saber.

Eu amo você filho."

Não contive uma lagrima escorrer de meu olho esquedo, meu pai nunca quis que me tornasse um cavaleiro, mas, após sua morte e protestos foi quase impossivel não me envolver, em uma de suas tentativas de me proteger nos tirou desse secúlo nos levando pros anos 80 do seculo XX, vivemos lá por dois anos, realmente era uma confusão, pessoas mal educadas, roupas minusculas, até que um dos anciões conseguiram detectar a magia de meu pai e fomos obrigados a voltar.

Agora era minha vez de proteger Valerie, afinal eu achei essa tal coisa que meu pai falava, não duvido nada que ele tenha consultado o futuro, ainda doia um pouco lembrar dele, e ainda mais pensar que sua morte foi tão inexplicada...

- Bom chega de lembraças, tenho que fazer logo isso, - falei em voz alta, mais pra mim do que pra ruiva.

Abri a pequena bolsa e um pó dourado se encontrava lá começei a fazer uma trilha com ele no chao, formei então um circulo que incluia eu e Valerie, sua expressão era assustada, guardei um pouco do pó e coloquei em minha bolsa, respirei fundo e estralei os dedos com força, fazendo chamas surgirem nas palmas de minhas mãos, juntei as mãos e coloquei fogo no circulo que logo havia de tornado em paredes de fogo, Valerie se aproximou mais de mim e eu a abracei.

- Vai ficar tudo bem conosco... - beijei o topo de sua cabeça. Em instantes o fogo começou a formar labaredas em volta de nós dois , toda a paisagem foi escondida pelo fogo, fechei os olhos, lembrei de quando fiz essa viagem com meu pai, o desgaste fisico era notavél, apertei mais a ruiva contra meu peito, quando abri os olhos a magia estava completa.

- Conseguimos ! - sorri, Valerie ainda estava com os olhos fechados em meu peito. - Chegamos ruiva.- ela abrio os olhos e sua expressão era pasma como tudo que via, estavamos agora ao lado de um predio, as construções evoluiram bastante desde 80.

- Peter, essa casa ! É tão grande que... que parece que vai cair sobre nós ! - ela virava-se pra todos os lados rodando e rodando apreciando tudo que via, - Olhe suas portas são transparentes ! Invisiveis ! - disse ela referindo-se as portas de vidro dos edificios. - São todos bruxos aqui ? - perguntou maravilhada.

- Não - não contive o riso. - Isso é só tecnologia ruiva. - falei gargalhando.

- Isso é um tipo de feitiço? Tecnofogia? - perguntou curiosa.

- É Tecnologia, e não é feitiço, são só ideias de pessoas que deram certo. - expliquei ainda rindo, Até que percebi que o movimentos de pessoas na rua faziam-nas olhar cada vez  mais pra mim e pra Valerie, merda, tenho que nos livrar dessas roupas.- Temos que trocar de roupas. - avisei.

- O que tem de errado com meu vestido ? - perguntou ela pegando a saia dos vestido nas mãos.

- As pessoas desse tempo não se vestem assim - sorri. - E nossa intenção aqui é nos misturar.

- Como assim?

- Apenas me siga e fique calada. - desisti de tentar explica-lá.

Atravessamos a rua, ainda podia lembrar que o vermelho fazia os carros pararem e nós andarmos, vi uma loja de roupa feminina seria melhor arrumar primeiro Valerie, afinal calças são sempre calças em todos os tempos, abri a porta " invisivel" pra Valerie e ela entrou desconfiada mais calada, a vendedora veio nos atender com uma cara de choque ao ver o vestido dela.

- Posso ajuda-los ? - disse a vendedora baixinha e loira, que estava meio confusa conosco.

- Roupas pra essa dama. - falei sorrindo, e Amanda, assim como li em seu cracha, sorrio de volta, levou Valerie pelas mãos e pegou meia duzia de roupas no cabide, e desapareceu no provador, ao sair minha ruiva estava em um short jeans curtissimo, e uma blusa azul escura, ela estava se divertindo mas não escondia a vergonha que também estava, ela estava lindissima, gostosa ! Seria dificil sair na rua com ela assim, por que o lugar que eu realmente a queria era num quarto comigo e sem nenhuma daquelas roupas, e se algum cara na rua se atrevesse a soltar uma gracinha... Queimaria os olhos dele.

- O que achou ? - perguntou a vendedora, Valerie não se cansava de se olhar no espelho, tentando abaixar mais o short pra cubrir as pernas, só então subia mais pra tentar cobrir a barriga, uma cena realmente engraçada de se ver.

- Está maravilhosa, e a modela também ajuda muito, - Amanda sorrio e me entregou seu cartão. - embrulhe mais algumas peças, por favor. - lhe dei três moedas de ouro, ela me olhou confusa.

- Pode deixar troco isso aqui por dinheiro pra você. - ela sorrio.

- Obrigado. - Sorri também deduzindo que o dinheiro mudou e agora eu teria que trocar minhas moedas de ouro.

- Tem algo pra mim ? - perguntei.

- Bom não temos muitas peças masculinas, mas... - ela me olhou dos pés a cabeça, eu ainda estava sem camisa. - tenho algo perfeito pra você... - ela me puxou pela mão e pude ver a cara azeda de valerie ao se sentar na poltrona pra nos esperar, chegando no provador Amanda me jogou uma camisa preta com gola em formato de V uma calça jeans escura, e uma jaqueta parecida com os anos 80, sai do provador e Valerie e Amanda me olhando e sorriram na hora, me olhei no espelho e ajeitei a gola da jaqueta, dei uma piscadela pra Valerie pelo espelho e ela sorrio, dei mais uma moeda pra vendedora e saimos da loja, eu carregava as roupas novas de Valerie numa sacola, e estava de mão dadas com ela , paramos na calçada.

- Uma voltinha por favor? - Pedi pra ela com um sorriso sacana, ela de uma volta rebolando os quadris naquele jeans curto.

- Gostou? - ela perguntou no meu ouvido.

- Irei gostar mais ainda de tirar. - sussurrei em seu ouvido.

Realmente algumas coisas haviam mudado por aqui, desde que morei aqui por dois anos aos 16 anos de idade, hora de mostrar a ruiva tudo que eu conheci desse secúlo.