Luta

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  • Dedicado a Juliana Quidute
                                    

Peter

Entrei na estalagem ainda alterado, Valerie ressonava em meus braços e Will me seguia pedindo mil desculpas por ter deixado a louca ruiva sair, não dei ouvidos apenas entrei no quarto que aluguei pra ela e a depositei na cama quando seu corpo saiu de perto do meu seus braços entrelaçaram meu pescoço me impedindo de deixa-la, olhei para o seu rosto e ela ainda dormia.

- Não pode me deixar Selvagem. - resmungou durante o sono, deitei ao seu lado pra não acorda-lá se sentisse meus braços a deixando, o cheiro da cerveja não conseguia se sobrepor ao seu cheiro bom que vinha de seus cabelos, trouxe-a pra junto de mim na cama pequena de solteiro, ela reencostou-se no meu peito e meu coração acelerou, que porra é essa? Já havia tido mulheres realmente magnificas mas nenhuma me fizeram ter essa reação, além de uma noite inteira de prazer, mas com Valerie nem isso tinhamos tido e mesmo assim, algo me prendia a ela, não consegui seguir viagem, não consegui parar de pensar nela e em que confusão se meterá agora, mas foi bom voltar, tirando o fato de que agora teremos mais uma despedida, mas, não quero pensar nisso, não agora, já era final de tarde e eu estava rasoavelmente cansado, e ela já dormia, decide então me entregar ao sono e dormir, fechei os olhos, envolvi a cintura dela e aspirei mais o seu cheiro doce.

Acordei e ela estava na mesma posição, agora com um sorriso nos labios.

- Você foi maravilhosa ontem a noite querida. - falei ao seu ouvido, e ela protamente esbugalhou os olhos e pulou da cama, provocando instantaneamente meu riso.

- O que ?! O que aconteceu ?! Merda, minha cabeça doi... - ela disse já de pé e com os dedos nas temporas., entrelacei as mãos atras da cabeça me apoiando.

- Você não lembra?  Bebeu, eu voltei pra resolver negocios pendentes e você se jogou nos meus braços, implorando pra passar uma noite comigo, e ruiva... - fiz um sinal de reprovação com a cabeça - Não esperava que você soubesse fazer tantas coisas, fizemos loucuras . - estava realmente me esforçando pra não rir dela, boquiaberta com as bochechas tão vermelhas quanto seu cabelo.

- É mentira ! - ela ainda precionava as temporas, provavelmente é sua primeira ressaca. - Nossa é assim que os homens acordam depois de beber ?

- Não, homens não desmaiam com dois copos de cerveja... - disse, ela refletio um pouco.

- É isso ! Eu só lembro de ir pra um lugar, beber, tinha um idiota me agarrando e depois... mais nada. - concluio.

- É impressionante como só te encontro desmaiada, acho que você sente minha presença... - provoquei.- se eu não tivesse chegado a tempo , você estaria agora acordando com um brutamentes cheirando a cerveja - trinquei os dentes ao lembrar da cena.- te tirei de lá nos braços, e te trouxe pra cá, e você dormio como um bebê até agora. - expliquei e ela pareceu bastante aliviada.

- Então quer dizer que nós não... - ela era timida demais pra completar a frase, isso era tão engraçado.

- O que você acha ? - fiz uma cara de safado e ela jogou um copo vazio que estava na penteadeira em mim que esquivei a tempo e me levantei ficando proximo a ela olhando-a nos olhos. - Não seria nada mal, mas não aconteceu nada ruiva. - zombei de seu stress desnecessario.

- Mas eu me lembro que aquele homem, media dois  de você Peter - ela me olhou confusa deixando as maos soltas. - como fez ele me largar ?

- Apanhei muito, implorei pra ele deixar eu te trazer de volta, falei que era casados, depois de apanhar mais um pouco ele deixou irmos embora. - Ela não acreditou, sua mão tocou em meu rosto.

- E as marcas ? - Questionou, não iria contar a ela que fiz o valentão se ajoelhar aos meus pés, ela já estava curiosa demais com o truque do fogo.

- Protegi o rosto - segurei a mão dela em minha face. - Não podia deixar ele estragar essa belezinha. - agora eu estava com uma camisa de botões branca meio surrada, não daria pra ela ver as marcas, que não existiam.- Vai ser um prazer tirar a camisa se você quiser ver...

- Não ! Não precisa ! - ela gritou. - Droga minha cabeça esta latejando, - choramingou.

- Vou buscar algo pra essa sua ressaca. - dei as costas andando em direção a porta.

- Não é ressaca ! - ela descordou.

- Não inventaram outro nome pra quem cai na bebedeira e depois acorda ruiva, - me virei segurando a porta e ela estava sentada na cama, soltei um beijo e pisquei pra ela, ela sorrio, um sorriso lindo, que me encantou ai mais...

Valerie

ele se despedio e eu fui examinar melhor o quarto tinha uma escova velha em cima da pentiadeira, dei um jeito no meu cabelo assanhadissimo, e me olhei no espelho, droga, estou com olheiras, havia uma bacia com agua em cima da pentiadeira também, joguei um pouco da agua no rosto pra ver se melhorava um pouco, sentei na cama de novo.

Casada com Peter, sorri como boba de ideia, Srº e Srª... acabei de me dar conta que não sabia o sobrenome de Peter, na verdade não sabia muita coisa sobre ele, iria tratar de descobrir mais tarde, fui arrancada de meus devaneios ao ouvir uma gritaria lá em baixo, oh meu Deus era a voz de Peter ! Desci correndo as escadas e fui para a entrada da estalagem, Peter e o homem que me agarrou na taverna trocavam socos no meio da rua.

- Não esqueci você ! - berrou Gregor, pudi ouvir os amigos dele gritando enquanto ele ia com tudo pra cima de Peter, ele levou um soco, que me doeu ve-lô cambalear mas não cair, parece que a raiva de Gregor funcionou como incentivo pra ele que deu outro soco no valentão, que ficou desnorteado, enquanto ele tentava de recuperar Peter atingio seu queixo fazendo-o cair, ele deu as costas pro seu adversario no chão, de repente o grandalhão levantou-se e puxou-o pelo cabelos negros e o arremessou como um boneco no chão, todos em  volta olhavam para a cena, Gregor levantou o pé e pisou na cabeça de Peter com um sorriso satisfeito nos labios.

Tirou o pé de cima dele, e o levantou pela camisa, Peter o acertou no olho direito fazendo-o largar-lo , enquanto Gregor estava com a mão nos olhos ele tomou uma distancia segura de seu adversario e veio correndo e voou dando um chute e seu peito, Gregor caiu, ele não descançou pulou em cima dele acertando varios socos em seu rosto quando o rosto dele começou a sangrar e a raiva estava eminente nos olhos de Peter ele afastou a mão, e fechou o punho preparado para dar o soco final, retornei a mim e gritei:

- Peter não !!! - Pedi pela vida do homem, ele olhou pra mim, seus olhos verdes bem abertos, sua narinas infladas de odio, raiva, rancor pelo homem, - Não suje suas mãos com ele, ele não merece - pedi, todos alternavam seus olhares pra mim e pra Peter esperando a reação dele, que estava na mesma posição com o soco engatilhado.

- Ela está certa, você não merece morrer pelas minhas mãos, seria honra demais. - ele disso isso, e saiu de cima do homem, quando chegou na minha frente, o abracei feliz por ele estar ali a salvo e sem sujar as maos se sangue, ele me abraçou apertado também, e toda aquela tensão, aquele odio no olhar dele sumiram quando olhou pra mim.

- Ainda bem que está a salvo. - desabafei. - Não ia me perdoar se algo tivess...

- Shhhh, a encrenqueira aqui é você eu estou perfeitamente bem, agora vamos sair dessa cidade antes que você roube o coração se outro valentão ruiva.- ele me soltou e jogou um saco parecido com o que deu a will da ultima vez que esteve aqui- Tome will, isso deve cobrir os dias que estivemos aqui, e outro trocado pra você. - o velho agarrou o saco como se fosse a ultima gota d'agua do planeta.

- Vamos ruiva, você tanto fez que conseguio vir comigo não é mesmo? - ele falou enquanto andavamos apressadamente pela cidade. - Aposto que pagou aquele armario pra me bater ? - ri com a hipotese dele, nunca faria isso, me doeu ver aquele homem que tanto me ajudou, que tanto me protege, levando socos na cara, ele tirou a camisa que estava suja de terra e pos de qualquer jeito em sua inseparavel bolsa de couro, colocando a mostra seu colar com um trançado com uma pedra de um roxo curioso pendurado em seu pescoço. Quem sabe com nossa viagem pra outra cidade, eu descobriria mais coisas sobre aquele homem irresistivel e misterioso que me acompanhava.

A escolhidaOnde histórias criam vida. Descubra agora