1 - sala de aula não é lugar pra namoro.

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Muito barulho, muitas pessoas, muito nervoso. Aperto minha mochila com as mãos e caminho em direção a secretária do campus. Tento ficar calma e fingir que ainda estou no meu quarto e que não vou precisar estudar fora, mas percebo que essa não é a realidade ao sentir muitos olhares sobre mim, não gosto da sensação. então abaixo a cabeça, aperto mais ainda a mochila, e também apresso os passos e assim, chego mais rápido à secretária.

- oi — levanto a cabeça e dou um sorriso, afim de deixar minha timidez de lado e ser um pouco gentil, mas é inútil. Meu sorriso murcha ao ver uma senhora do cabelo arrepiado mal humorada me encarando (ela parece a Cruella daquele desenho de tv).

- oque deseja flor? — ela inclina a cabeça para o lada e me dá um sorriso forçado.

- meu pai me matriculou ontem, mas não sei em qual turma estou. Pode ver para mim?

- ontem? Mas as matrículas se encerraram na semana passada.. tem certeza de que é nesse campus que foi matriculada?

- sim, oras — reviro os olhos ao ver ela me encarando

- não sei não.. — ela fala sem acreditar em mim Pego meu celular e ligo para o meu pai. Ele demora, mas me atente.

- oi amor, conseguiu achar sua classe?

- não papai, sua funcionária inútil não quer acreditar em mim.. — levanto a cabeça e percebo que a Cruella estava me encarando surpresa com o olho esbugalhado, bem feito.

- como assim? Pede pra falar com a Ellen — diz papai

- Ellen? — o olho da mulher se abre ainda mais..

— sim bebê. — afasto o celular do rosto e me preparo para falar com a Cruella

— com licença, eu poderia falar com a Ellen?—pergunto apreensiva por não saber quem era Ellen

— a Ellen? Claro, irei chamá-la. — ela usa o telefone por uns minutos e depois avisa que a Ellen está vindo.

— tabom, obrigada.. — agradeço ela e volto a falar com o papai no telefone — papai?

— Sim, anjo?

— a Ellen está vindo.. oque falo?

— não precisa dizer nada, dê o telefone a ela e eu mesmo falarei.

— tabom.. já consigo avistar uma moça loira, é ela? — sim.

— olá, em que posso ajudá-la? — pergunta a loira com um sorriso gentil

— Ellen? — ela assente e eu estico o braço com o telefone — aqui. — ela confusa pega o celular 

— oque eu faço com isso?

— atende. Meu pai pediu pra falar com você e está te aguardando na ligação.._ explico e ela assente colocando o celular na orelha

— pois não?— ela diz e aguarda a resposta vir do outro lado da linha, minutos depois ela responde de novo. — sei sim.. É ela? Pode deixar comigo.. a tratou mal? Sim, sim.. Pode deixar vou resolver.. tchau, tchau — ela desliga e me entrega o telefone — anjo, sua classe é a 445. Desculpe a demora..

— obrigada! — após eu agradecer, ela sorri e assente como resposta e se vira para a Cruella  — pode arrumar suas coisas, está demitida. — observo elas boquiaberta

— ma.ma.mas por quê? — à secretaria a questiona com os olhos cheio de água

— você não pode estar na secretaria se não sabe recepcionar um aluno. — a loira já usava um outro tom de voz, soava rude e grossa

ELE - Livro 1 (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora