Semanas depois....
Stephen está sem forças para se levantar, não sai daquele laboratório frio a semanas, e há poucos dias perdera suas forças a ponto de não conseguir fazer nada além de se virar na maca metálica. Sua visão está embaçada e levemente escurecida, mas ele consegue ver que o doutor chegara para fazer novos experimentos.
- Acho que este é nosso último dia juntos.
O doutor ri enquanto injetava um soro, desta vez esverdeado, Stephen tem sua visão sendo recuperada lentamente. Ao ver o cenário tão nítido ele sorri, ao se sentir já recuperado, da última vez que se sentira tão vivo, nem ele conseguiria dizer. O doutor estivera sim com um pé atrás pelo fato de fortalecer Stephen, alguém que tivera pouquíssimo controle sobre o próprio corpo anteriormente, mas quando Stephen se levanta com um sorriso no rosto, e sem chamas, o doutor se sente mais leve.
- Como se sente meu jovem? - disse o doutor esboçando um leve sorriso.
- Muito bem, doutor. - respondeu o soldado contendo sua energia e alegria.
- Então, talvez, o senhor queira me acompanhar a uma ida a cidade.
- Eu adoraria!
- Pegue alguma roupa mais... - o doutor olha de cima a baixo para Stephen - ...apresentável.
- Sim, senhor! - Stephen vai até a escadaria em caracol - Muito obrigado! - o soldado grita do topo da escadaria.
O doutor ri e recolhe suas coisas colocando em sua maleta preta.
Stephen vai para a sala onde encontra Jack, sentado em um dos sofás mais mofados.
- J-jack...
- Oh... Stephen. - Jack fala com um suspiro - O que me conta?
- B-bom... o doutor disse para eu pegar algumas roupas suas e...
- Meu quarto é no segundo andar, segunda porta. - Jack responde de um modo frio e ríspido.
Stephen abaixa a cabeça e vai até o quarto de Jack, era um quarto pequeno, ele vai até o guarda-roupa onde o soldado acredita que é onde as roupas de Jack mais recentes estejam guardadas, mesmo entre roupas antigas e mofadas. O soldado pega uma camisa social branca e uma calça antes preta mas agora aparenta ter um tom acinzentado. O soldado se olha uma última vez no espelho e desce a escadaria, encontrando o doutor já pronto.
Eles saíram da casa, finalmente. Stephen ainda estava deslumbrado com a paisagem que via do Cadillac do Dr. Guilles, demorou cerca de uma hora até eles chegarem na Filadélfia, onde o jovem soldado estava fascinado com todo aquele movimento, todas aquelas lojas, todas aquelas pessoas...
Finalmente, o doutor estaciona enfrente a uma loja de bugingangas, o doutor desce do carro e o soldado vem atrás.
- Seja discreto. - o doutor sibila para o soldado entrando na loja - Bom dia sr. Loccaine.
- Bom dia sr. Evans. - diz um homem de peito largo e corpulento, com um sorriso gentil saindo de trás da bancada.
O sr. Loccaine aperta a mão do dr. Guilles e se vira para o soldado, apertando a mão do mesmo.
- E você é...?
- É um companheiro de negócios, sr. Bianor Cooper. - o soldado olha para o doutor de modo repreensivo sem entender o porque ele o dera um nome falso.
Mas o doutor o olhava com um olhar um pouco ameaçador, um olhar frio.
- É um prazer conhecê-lo, sr. Cooper. - disse o sr. Loccaine apertando firmemente a mão do soldado.
- Digo o mesmo, sr. Loccaine. - o soldado responde forçando um sorriso largo.
- O que procura em minha loja desta vez, sr. Evans?
- Alguns móveis, talvez. - o sr. Loccaine os guia até a parte de trás da velha loja, mas então ele se vira para Stephen.
- Talvez você queira conhecer a cidade, - o sr. Loccaine diz esboçando um sorriso - o sr. Evans e eu conversamos muito, vai demorar bastante.
O soldado olha para o doutor e o mesmo assede.
- Claro. - o soldado vai até a porta, mas sente o doutor pegando em seu braço.
- Nos encontramos daqui a trinta minutos, é quando você precisa tomar a segunda dose do soro, - o doutor coloca um relógio de bolso na mão do soldado - fique atento.
O soldado finalmente sai da loja, olha para os lados e atravessa a rua.
O soldado anda até umas duas ou três quadras além da velha loja do sr. Loccaine, então ele olha no relógio de bolso e volta correndo para a loja, ele se distrai e esbarra em uma mulher morena de óculos escuros e seu filho, nisso a bolsa da mulher cai no chão.
- Perdoe-me. - o soldado pega a bolsa e dá para a mulher.
- Stephen?! - a mulher o abraça forte e começa a chorar - Oh meu Deus! Você está vivo, está vivo!
O soldado fica confuso no início, a mulher se distancia do abraço e tira o óculos. Aqueles olhos cor de mel eram familiares para o soldado, ele a conhecia, ele sabia disso, ele sentia isso.
- Stephen? Fale alguma coisa.
O soldado não conseguia falar, ele estava nervoso, tentando se lembrar da mulher.
Depois de se passar meia hora, desde que o soldado saíra da pequena loja de bugingangas do sr. Loccaine, o doutor começa a se preocupar, então ele recolhe suas coisas e vai procurar Stephen. Ele vagueia pelas ruas do quarteirão até que ele acha Stephen, o soldado está conversando com uma mulher morena, ela é pequena e usa um vestido casual, em seus braços, enrolado em uma manta azul, há uma criança de, no máximo, 2 anos.
A mulher chora e o soldado está em desespero, o doutor espiona a conversa de um beco perto deles.
- E-emily? - o soldado pergunta com a voz trêmula.
A mulher assede com a cabeça e lhe dá outro abraço.
- E-eu me lembro... eu me lembro! - o soldado começa a chorar também.
O doutor percebe que o soldado está prestes a abraçar a esposa e o filho, então ele sai do beco e injeta o mesmo soro que usara em Araceli algumas semanas atrás. No momento em que o soldado envolve a mulher e o filho em seus braços, uma bola de fogo os cerca, então a mulher solta um grito agudo e o bebê começa a chorar.
O soldado solta a mulher e o filho mas, já era muito tarde, a pele de ambos já fora totalmente queimada, eles estão em carne viva, o soldado se ajoelha e solta um grito, apavorando a todos em sua volta com uma espécie de explosão, então o doutor sai do beco, andando entre as chamas e coloca a mão sobre o ombro do menor.
- Você é um monstro, Stephen Price. - o doutor injeta o soro no pescoço do soldado, que desmaia na hora, fazendo as chamas ao seu redor apagarem.
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A Cidade De Experimentos Do Doutor Gilles Bundy
Science FictionGilles Bundy inventou um soro em 1348, quando pegou a doença da peste negra, trandformando-o em imortal, desde então, ele "ajuda" a quem no pode recorrer a medicina tradicional. cada um de seus pacientes, mora em uma pequena cidade, criada por Bund...