Ive:
- Você tem que desviar! Desvia!
Bard gritava feito louco e eu só queria cortar os pulsos com a porra da espada.
- Você... não é a melhor guerreira nômade?
Tá, eu não ia contar que não sabia de nada de ser medieval. Eu não nasci para ser uma quase pré-histórica cuja única necessidade, na maioria do tempo, era lutar pela vida medíocre e mal cheirosa.
Se eu não voltasse para casa - impossível porque eu iria arrancar os culhões do velhote barbudo se ele não me levasse para casa - eu iria inventar a privada, água encanada, o sabão e a depilação. Estava tudo escrito no caderno do meu pensamento revoltado. Iria ser venerada e tratada como uma deusa.
- Então bonitão - fui me aproximando do bonitão como que não quisesse nada, mas querendo - Eu meio que sei como manejar isso aqui, mas não ensino e nem mostro a outros, entende?
- Não - Ele disse e eu revirei os olhos.
- Típico! Ninguém nunca entende nada nisso aqui.
- Quero dizer que estamos em uma guerra, compartilhar as suas habilidades e experiência vai dar chances de sobrevivência a muitos homens, mulheres e crianças. Olhe para eles.
O cara apontou na direção de um bocado de homens magricelas quais golpeavam pedaços de estacas e não arrancavam uma lasca. Outros lançavam as flechas longe dos alvos. Coitados! Cheguei até sentir pena.
- Estão todos lascados. Vai tudinho morrer.
- Como pode dizer isso?!
A condolência do cara, Bard, até que me fez sentir remorso, mas...
- É a verdade - cruzei os braços - tirando a penca dos orelhas pontudas, todo o resto vai tomar no orifício circular rugoso.
- Então não vai ensina-los. Não tem compaixão?
Não, nem um pingo. E ensinar o quê, a correr?
- Ensino...
Pura que pariu! O que vou ensinar a esses desnutridos?!
- Mas preciso que me deixe em paz. Só eles e eu, tá ligado?
O cara não entendeu bem, óbvio, mas fingiu e decidiu entrar na onda. Eu quase gargalhei.
- Tudo bem...tá...tá ligado.
- Beleza, então se manda. Xô!
Tá, ele foi embora, e agora???
Tinha que pelo menos motivar como aqueles filmes de guerra que os caras sabem que irão morrer, mas tem um cara, geralmente o líder, que incentiva todos os soldados e eles partem correndo e gritando feito uns burros abestados e depois todos morrem.
Caminhei até o centro do pequeno espaço que os caras estavam treinando e chamei um deles. O magricela mal cheiroso estava suado e ofegante, e "coisas" grudavam na pele pelo suor. Eca!
- Então - disse depois de engolir o refluxo - vocês tem alguma técnica, um plano ou sei lá o quê?
- Sim, minha senhora - ele disse todo contente. Me senti uma bruxa depois disso - Os arqueiros se juntarão aos elfos na chuva de flechas e os mais valentes irão pra batalha corpo a corpo.
Cai na risada. Sério, não aguentei, até tentei não rir, mas não me controlava.
- Como é, criatura?! - disse ainda rindo - juntar-se aos elfos, sério?! Vocês irão morrer, desgraça.
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E o Pau Comeu!
Fiksi PenggemarJá pensou como seria se você fosse parar na Terra Média? Eu, Mona, deixo aqui escrito a minha honra, a princípio, e a minha DE.CE.PI.ÇÃO final. Eu toda iludida imaginando que se um dia fosse parar na Terra Média eu seria uma elfa fodástica matador...