Ele continua a olhar para mim. E eu não resisto retribuir-lhe cada olhar. Ainda não trocamos uma única palavra desde que nos encontramos no mesmo espaço... mas temos uma conversa que dura há horas só através de olhares.
Um simples jantar em casa de um amigo tornou-se um momento tão intenso... como nunca antes havia vivido. O André é o anfitrião deste jantar. E se há coisas boas em eu ter vindo a este convívio de amigos, a melhor delas todas foi conhecê-lo.
O André, mais conhecido por André Almeida no mundo desportivo, é uma espécie de irmão mais velho. Quando éramos crianças, vivíamos ao lado um do outro e passamos muito tempo juntos. A nossa diferença de idades - sete anos- fez com que criássemos uma relação especial. E, felizmente, a sua ida para o Sport Lisboa e Benfica e tudo o que conquistou no mundo do futebol, não mudou a nossa relação. Costumo dizer que é o meu maninho!
Voltando a ele... é a única pessoa com a qual eu nunca havia falado. Pensava eu conhecer todos os amigos e colegas de equipa do André... até o conhecer.
Rúben. Rúben Dias.
- Bom... vou buscar pratos para a sobremesa.- Digo e o André agradece-me.
Dirijo-me à cozinha e quando estava prestes a abrir um dos armários superiores, dou um pequeno salto com o susto ao ver duas mãos encurralarem-me entre o balcão da cozinha e a pessoa que está atrás de mim.
- Precisas de ajuda?- Engulo em seco devido ao efeito que esta voz forte tem em mim. Fecho o armário e viro-me, vendo-o a milímetros de distância de mim.
- Não é preciso. Obrigada.- Respondo com a voz trémula.
- Vitória, não é?- Ele questiona e eu assinto.- Porque é que ainda não nos tínhamos cruzado? Pelos vistos, toda a gente te conhece... menos eu.
- Talvez porque a vida não queria que nos cruzássemos.
- O que a vida quer, a mim não me interessa. O que interessa é aquilo que nós queremos.
- Foda-se, os pratos?!- A voz do André faz com que o Rúben se afaste imediatamente de mim. Assim que Almeida aparece na cozinha, alterna o seu olhar entre mim e o seu amigo.- Os pratos?- Ele volta a repetir.
- Não sei... eu e a Vitória estávamos a procurar, mas não encontramos.- O Rúben explica com a maior das naturalidades. Não sei como é que ele o consegue fazer... eu ainda estou atordoada com a curta troca de palavras entre mim e ele.
- Os pratos estão aqui, crianças.- André diz em tom de brincadeira, ao mesmo tempo que abre o armário que eu já havia aberto. O jogador pega no número de pratos necessários e volta para a sala.
Eu e Rúben voltamos a ficar sozinhos.
- É melhor irmos. Devem estar à nossa espera para comer a sobremesa.- Profiro, sem o conseguir encarar e a minha respiração como que falha ao vê-lo aproximar-se de mim, novamente.
- Não é bem este tipo de sobremesa que me apetece... mas lá terá de ser.- Rio e não evito em olhá-lo.
- Tu és sempre assim ou o vinho já está a fazer efeito?- pergunto, fazendo-o rir.
- Assim como?- O jogador questiona.
- Intenso.- Respondo de forma imediata. Quando ele estava prestes a responder-me, o André aprece novamente na cozinha e o Rúben, assim que nota a presença do seu colega, volta a afastar-se de mim.
- Caralho... vocês vão ficar a viver na minha cozinha?- Almeidinhos questiona e reviro os olhos.
- Nós já estávamos a ir para a sala, mano... eu e a Vitória estávamos a conversar... só isso.
Dirigimo-nos para a sala e juntámo-nos aos restantes a comer cheesecake de morango.
Não consigo deixar de pensar no Rúben e confesso que, de vez em quando, o meu olhar caía sobre ele. O Rúben consegue desconstruir-me apenas com palavras e tenho de admitir que eu gosto disso.Pouco tempo depois e, como já se fazia tarde, a maior parte das pessoas decidiu ir embora. Acabei por ficar sozinha com o Rúben e com o André.
- Trouxeste carro, Vitória?- Almeida questiona.
- Não... tu sabes que eu detesto conduzir à noite, por isso, estava à espera que fosses um querido e me levasses a casa.
- Eu não me importo de te levar.- Rúben intervém e encaro-o, sorrindo.- Assim, o André também não precisa de sair de casa.
- Não te importas de ir com ele?- André pergunta-me.
- Claro que não.- Tranquilizo-o. Visto o meu casaco e o Rúben repete o meu gesto, vestindo o seu também.- Vamos?
- Vamos, vamos.
Despedimo-nos do André e saímos de casa. Entro no automóvel do jogador do Benfica e sinto um ligeiro arrepio quando Rúben se senta ao meu lado, no lugar do condutor. O cheiro do seu perfume invade os meus sentidos e praguejo mentalmente comigo própria por já não conseguir controlar aquilo que sinto. Como é que eu posso sentir este desejo quase incontrolável de uma pessoa que só conheci há apenas algumas horas?
- Fala-me mais sobre ti...- Rúben diz depois de começar a conduzir e sorrio com o seu pedido.
- O que é que queres saber?
- As coisas normais... tipo... o que é que fazes?
- Estou a tirar a licenciatura em fisioterapia e neste momento já estou a estagiar numa clínica.- Revelo de forma orgulhosa, pois, é impossível esconder o quanto eu gosto daquilo que faço.
- A sério? Isso é ótimo... qualquer dia, lesiono-me de propósito só para tu me tratares.- Gargalho ao ouvir as suas palavras e não consigo deixar de observar o quão irresistível o seu sorriso é.- Queres mesmo ir para casa?- Rúben questiona depois de alguns segundos em silêncio.
- Porquê? Tens algo de mais interessante para me sugerir?- Sustive a respiração quando a sua mão tocou na minha perna.
- E se formos para minha casa? Bem mais interessante, não achas?
- Quem sou eu para recusar uma proposta dessas?- Ele sorri com a minha resposta e volta a depositar toda a sua atenção na estrada.
Minutos depois, chegamos a casa de Rúben. Assim que entrei na habitação, não pude deixar de ficar impressionada com o quão bonita e bem decorada está. Sorrio ao sentir a minha cintura ser abraçada. A respiração do central bate no meu pescoço e deixo escapar um suspiro quando os seus lábios se dedicam a essa parte do corpo. Viro-me, ficando de frente para ele, e não resisto em levar os meus lábios aos seus. A forma quase desesperada como as nossas bocas se moviam, demonstravam aquilo que havíamos comprovado ao longo do jantar... necessitávamos urgentemente um do outro. Salto para o seu colo e, sem nunca interrompermos o beijo, sou levada para o seu quarto. Já nessa divisão, o Rúben volta a colocar-me no chão e em poucos minutos, as nossas roupas já estavam espalhadas um pouco por todo o quarto.
- Esta noite, és minha.- Ele sussurra ao meu ouvido fazendo-me perder a pouca sanidade mental que ainda me restava. Estas foram as palavras que deram início a uma noite repleta de prazer e desejo. As respirações ofegantes e os gemidos involuntários que insistiam em escapar das nossas bocas mostravam que nada mais interessava a não ser tudo o que existia no meio dos lençóis amarrotados.
Eu fui sempre dele. Mas ele nunca foi meu.
Aqui está o primeiro capítulo da história do nosso Rúben e da nossa Vitória!Espero, realmente, que tenham gostado e que me acompanhem neste novo projeto!
Estes dois vão dar muito que falar... e mais não posso dizer! 🙊
Obrigada por todo o apoio! ❤
Até ao próximo capítulo!
Beijinhos 😙

VOCÊ ESTÁ LENDO
HOJE ||Rúben Dias|| ✔
Fiksi PenggemarEla pertencia-lhe. Ele não podia ser-lhe nada.