UMA SEMANA E meia se passou desde o acidente do jantar, e até agora eu não conseguia tirar aquele dia da cabeça.Muito menos conseguia interagir de alguma forma com Nicholas e Cole, o que de fato, deu uma pausa no ódio que as garotas de lá sentiam por mim.
Vez ou outra Cole me encontrava no corredor, ou em qualquer outro lugar e tentava forçar um papo, mas eu tentava de todas as formas possíveis desviar. Normalmente, eu ficaria feliz com um garoto bonito tentando puxar assunto, mas sob os corredores de Ormen aquilo era extremamente perigoso.
Além do mais, Cole não parecia somente interessado em minha amizade, e aquilo me assustava.
Dentro desse tempo eu quase não via Nevie pela escola, e por algum momento quase cheguei a esquecer de sua existência se não fosse pelo casual encontro na troca de aulas, onde ele saía da sala segurando um livro de geografia e história, com seu clássico andar presunçoso. Ele me fitou por um tempo, mas antes que pudesse falar algo eu somente fugi daquele garoto-problema.
Os dias estavam calmos demais para ele estragar tudo com suas piadinhas sem graça.
Apesar de tudo, Sra. Bella, professora Jodie e principalmente dona Eleonor pegavam no meu pé durante as aulas. Acredito que tenha sido um pedido de Adelina, para que quando chegasse a formatura eu seria uma princesa completa.
Com todas as aulas de etiqueta e ciências políticas eu ainda não me sentia parte dali. Não me via usando uma coroa ou sentada em um trono, como todos esperam que eu faça.
Isso mesmo faltando somente uma semana para a nossa formatura, que seria no sábado seguinte. Agora mais do que tudo eu deveria me concentrar nas aulas, não nos casuais olhares irritantes, ou nas fitadas recorrentes de Nicholas e Cole. Agora sim eu entendia o quão importante era a regra de Charlotte quando a esses dois.
— Arrume a postura, Melinda! — Dona Eleonor acertou de leve sua clássica régua em minhas costas, causando uma pequena careta de desconforto e fazendo com que minha coluna se endireitasse de imediato, isso conforme algumas alunas treinavam um caminhar perfeito.
A maioria delas andavam com certa postura elegante, esbanjando autoconfiança a cada passo que davam no chão. Sua postura era perfeitamente correta, dona Eleonor não precisou endireita-las um momento sequer, fazendo tudo aquilo parecer tão fácil que era de se invejar.
— Você vai se formar como princesa daqui há alguns dias, se apresse! — Ela mencionou a mim.
— Mas é tão difícil. — Choraminguei, e ela se colocou ao meu lado enquanto apoiava sua mão em minhas costas, demonstrando a forma certa.
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A princesa do jardim de borboletas
Lãng mạnAntes de seus dezessete anos, o mundo de Melinda limitava-se apenas ao fundo de um quintal de uma casa amarela com portões de ferro e uma cama de hospital que abrigava a vida de sua avó. Mas quando a morte clama pela vida de Rose, Melinda se vê...